Estação Ferroviária de Fuseta
Fuseta
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Linha(s): | Linha do Algarve (PK 359,496) |
Coordenadas: | 37° 03′ 36,68″ N, 7° 45′ 06,32″ O |
Município: | Olhão |
Serviços: | ![]() |
Inauguração: | 1 de Setembro de 1904 |
Website: |
A Estação Ferroviária de Fuseta, mais conhecida por Estação de Fuzeta ou Estação de Fuseta-Moncarapacho, é uma interface ferroviária da Linha do Algarve, que serve as localidades de Fuseta e Moncarapacho, no Distrito de Faro, em Portugal. Foi inaugurada no dia 1 de Setembro de 1904.[1]
Caracterização
Vias e plataformas
Esta interface incluía, em 2009, duas vias de circulação, cada uma com 190 metros de extensão, e duas plataformas, uma de 173 metros, e outra de 94 metros de extensão; a altura de ambas as gares era de 45 centímetros.[2]
Em Janeiro de 2011, as plataformas já tinham sofrido alterações, passando a deter 174 e 95 metros de comprimento, e 40 centímetros de altura; não se verificaram quaisquer modificações nas linhas.[3]
História
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Planeamento, construção e inauguração
Em Maio de 1902, o Conselho Superior de Obras Públicas propôs, entre outras alterações, a deslocação do local projectado para esta estação, junto à localidade, para outro sítio, mais próximo da Estrada Real.[4] Ainda nesse ano, foi enviado a este órgão o projecto definitivo para a construção do segundo troço da ligação ferroviária entre Faro e Vila Real de Santo António; neste projecto estava incluída a construção da Estação da Fuzeta, ligeiramente distanciada desta povoação, de modo a servir também a localidade de Moncarapacho.[5] Esta estação, segundo o mesmo projecto, deteria a categoria de terceira classe.[6]
Em 24 de Março de 1903, a Direcção de Sul e Sueste dos Caminhos de Ferro do Estado abriu um concurso para, entre outras empreitadas, construir esta estação; esta empreitada, no valor de 9.400 réis, incluía um edifício principal, um cais coberto, vários muros de suporte e de resguardo, e um cais descoberto.[7]
Esta estação foi inaugurada em 1 de Setembro de 1904.[1]
Século XXI
Esta estação sofreu, em 2005, uma remodelação nas instalações eléctricas.[8]
A Rede Ferroviária Nacional abriu, em 7 de Novembro de 2011, um contrato para várias intervenções nesta estação; nas alterações programadas estava incluída a reparação das passadeiras de madeira, troca de travessas de madeira por betão, e substituição de carris defeituosos e dos aparelhos de mudança de via.[9]
Movimento de passageiros e mercadorias
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/64/Fuzeta-Moncarapacho_Train_Station.jpg/220px-Fuzeta-Moncarapacho_Train_Station.jpg)
Desde a sua inauguração, esta interface previa-se que viesse a ter um elevado movimento, devido ao facto de servir a importante Freguesia de Moncarapacho, e de se tornar num centro de expedição de produtos piscícolas.[10]
Esta estação foi, ao longo do Século XX, muito utilizada por veraneantes; além disso, manteve um tráfego constante de passageiros com as estações de Olhão, Tavira e Faro.[11]
No movimento de mercadorias desta estação, destaca-se, pela sua quantidade, a exportação de peixe salgado ou congelado[12], sal (especialmente para Aveiro), e trigo (principalmente para Faro); estes dois últimos produtos eram expedidos em regime de Grandes Volumes (vagões completos).[13] Em regime de Pequenos Volumes em Grande Velocidade, destaca-se o envio de hortaliças e frutas (especialmente citrinos, enviados no Outono e Primavera, principalmente para Vila Nova de Gaia), polvo (no Outono) e azeite em embalagens (principalmente para Setúbal e Lisboa).[13] Esta estação recebia, principalmente, marisco, para ser utilizado em viveiros, e sêmeas.[13]
Após a Segunda Guerra Mundial, verifica-se uma redução em geral no volume de mercadorias recebidas e expedidas; diminuíram as exportações de peixe, mas aumentaram as de polvo.[14]
Ver também
Referências
- ↑ a b Marques, 1999:391
- ↑ «Directório da Rede 2010». Rede Ferroviária Nacional. 22 de Janeiro de 2009. 138 páginas
- ↑ «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional - REFER, E.P. 6 de Janeiro de 2011. 85 páginas
- ↑ «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (347). 1 de Junho de 1902. 171 páginas. Consultado em 30 de Outubro de 2011
- ↑ «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (358). 16 de Novembro de 1902. 346 páginas. Consultado em 30 de Outubro de 2011
- ↑ «Olhão à Fuzeta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (359). 1 de Dezembro de 1902. 366 páginas. Consultado em 30 de Outubro de 2011
- ↑ «Arrematações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (368). 16 de Abril de 1903. 138 páginas. Consultado em 30 de Outubro de 2011
- ↑ PORTUGAL. Contrato n.º 633/2006, de 31 de Março de 2006. REFER—REDE FERROVIÁRIA NACIONAL, E. P. Publicado na Série II do Diário da República n.º 85, de 3 de Maio de 2006.
- ↑ PORTUGAL. Anúncio de procedimento n.º 5428/2011, de 7 de Novembro de 2011. Rede Ferroviária Nacional - REFER, E.P.. Publicado na Série II do Diário da República n.º 213, de 7 de Novembro de 2011.
- ↑ «Olhão a Tavira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 18 (412). 16 de Março de 1905. 85 páginas. Consultado em 30 de Outubro de 2011
- ↑ Cavaco, 1976: 436-438
- ↑ Cavaco, 1976:285
- ↑ a b c Cavaco, 1976:438-439
- ↑ Cavaco, 1976:438
Bibliografia
- CAVACO, Carminda (1976). O Algarve Oriental. As Vilas, O Campo e o Mar. II. Faro: Gabinete de Planeamento da Região do Algarve. 204 páginas Parâmetro desconhecido
|volumes=
ignorado (|volume=
) sugerido (ajuda) - MARQUES, Maria da Graça Maia; et al. (1999). O Algarve da Antiguidade aos Nossos Dias. Elementos para a sua História. Lisboa: Edições Colibri. 750 páginas. ISBN 972-772-064-1