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Estilete (molusco)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Estilete.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaEstilete


Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Infraclasse: Heteroconchia
Ordem: Unionida
Superfamília: Etherioidea
Família: Mycetopodidae
Subfamília: Anodontitinae
Género: Lamproscapha
Espécie: L. ensiformis
Nome binomial
Lamproscapha ensiformis
Spix, 1823
Sinónimos
  • Anodontites ensiformis (Spix, 1827)[2]
  • Anodon ensiformis (Spix, 1827)[3]

Estilete[2] (nome científico: Lamproscapha ensiformis) é uma espécie de molusco bivalve (animais com uma concha carbonada formada por duas valvas) da família dos micetopodídeos (Mycetopodidae) e subfamília dos anodontitíneos (Anodontitinae).[3]

Distribuição e habitat

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O estilete é endêmico do Brasil (Amapá, Amazonas, Paraná, Acre, Rio Grande do Sul,[4] Pará[5]), Peru, Paraguai, Argentina (Santa Fé), Bolívia, Guiana e Venezuela. Habita rios de fluxo permanente.[1]

O estilete apresenta concha de tamanho médio muito frágil, delgada, com quatro centímetros de comprimento e dois centímetros de altura, forma romboide muito fina e alongada com borda posterior oblíqua, cujo contorno lembra um estilete. As margens dorsal e ventral são quase paralelas. A carena suave, podendo ser dupla. A superfície externa é lisa e opaca e de coloração marrom. Seus umbos são muito baixos e erodidos, formados apenas por finas linhas concêntricas por toda a superfície externa, e não há seio palial. O perióstraco é marrom oliváceo, sem brilho. A articulação é edêntula. O nácar é bastante iridescente. Distingue-se facilmente de outros anodontitíneos pela forma mais alongada.[6][7]

Estado de conservação

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Embora não se saiba a natureza precisa das ameaças à sobrevivência do estilete, sugere-se que a poluição por mercúrio da mineração de ouro, esgoto não tratado e o desvio de cursos de água devido à construção de estradas e barragens são ameaças potenciais a esta espécie no rio Amazonas e seus afluentes.[1] Em 2002, o estilete foi classificado como vulnerável na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul.[4] A Instrução Normativa MMA N.º 05, de 21 de maio de 2004, de competência do Ministério do Meio Ambiente, reconheceu a espécie como vulnerável e proibiu sua comercialização.[8] Em 2007, foi classificado como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará;[5] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[2][9] O estilete faz parte das espécies contempladas no Plano de Ação Nacional para a Conservação das espécies Endêmicas e Ameaçadas de Extinção da Fauna da Região do Baixo e Médio Xingu.[10][11] Em 2011, a espécie foi registrada na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), onde consta como pouco preocupante. Ainda não existem medidas de conservação específicas para esta espécie. Mais pesquisas são necessárias para estabelecer o tamanho da população e ecologia, e esclarecer a taxonomia desta espécie.[1]

Referências

  1. a b c d Bogan, A. E.; Cummings, K. (2011). «Lamproscapha ensiformis». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2011: e.T189298A8712806. doi:10.2305/IUCN.UK.2011-2.RLTS.T189298A8712806.enAcessível livremente. Consultado em 23 de abril de 2023 
  2. a b c «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  3. a b «Lamproscapha ensiformis (Spix, 1827)». Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 22 de junho de 2021 
  4. a b de Marques, Ana Alice Biedzicki; Fontana, Carla Suertegaray; Vélez, Eduardo; Bencke, Glayson Ariel; Schneider, Maurício; Reis, Roberto Esser dos (2002). Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul - Decreto Nº 41.672, de 11 de junho de 2002 (PDF). Porto Alegre: Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; PANGEA - Associação Ambientalista Internacional; Fundação Zoo-Botânica do Rio Grande do Sul; Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA); Governo do Rio Grande do Sul. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 31 de janeiro de 2022 
  5. a b Extinção Zero. Está é a nossa meta (PDF). Belém: Conservação Internacional - Brasil; Museu Paraense Emílio Goeldi; Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Governo do Estado do Pará. 2007. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  6. Pimpão, Daniel Mansur; Mansur, Maria Cristina Dreher; Rocha, Marcelo Salles (junho de 2010). «Sistemática filogenética dos gêneros de Hyriinae (Bivalvia, Unionoida), Amazônia, América do Sul». In: Pimpão, Daniel Mansur. Morfologia comparada de moluscos bivalves da Amazônia direcionada à taxonomia e sistemática filogenética de Hyriidae (Mollusca, Bivalvia, Unionoida) (PDF). Manaus: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). p. 174. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 28 de abril de 2023 
  7. Pimpão, Daniel Mansur; Mansur, Maria Cristina Dreher. «Chave pictórica para identificação dos bivalves do baixo Rio Aripuanã, Amazonas, Brasil (Sphaeriidae, Hyriidae e Mycetopodidae)». Biota Neotrop. 9 (3). Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 18 de junho de 2022 
  8. «Instrução Normativa MMA N.º 05, de 21 de maio de 2004» (PDF). Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 21 de maio de 2004. Consultado em 27 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 27 de abril de 2023 
  9. «Lamproscapha ensiformis (Spix, 1827)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023 
  10. Sumário Executivo do Plano de Ação Nacional para a Conservação das espécies Endêmicas e Ameaçadas de Extinção da Fauna da Região do Baixo e Médio Xingu (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 27 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 27 de abril de 2023 
  11. «Portaria ICMBio N.º 16, de 17 de fevereiro de 2012» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 17 de fevereiro de 2012. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 22 de outubro de 2020