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Estilo Luís XVI

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Luís XVI, por Jean Duplessis, o pintor da corte, 1780.

O estilo Luís XVI é um estilo de decoração de interiores e mobiliário que se desenvolve a partir de França durante o reinado de Luís XVI e que se estende além deste, entre aproximadamente 1774 e 1792. Este estilo segue as linhas do anterior, o estilo Luís XV, sendo que, entre o final deste e até 1774, existe um período de transição que se traduz em alterações superficiais do foro decorativo e não estruturais. A transição culmina na afirmação total do novo estilo com a inauguração do Castelo de Louveciennes, decorado por Ledoux para Madame du Barry.

O estilo assimila simultaneamente duas características distintas, a do estilo anterior, dentro do espírito do rococó, e a do momento que dá agora os primeiros passos, o neoclassicismo, que só assumirá toda a sua força após a Revolução Francesa. O estilo Luís XVI é, deste modo, um estilo híbrido, que conjuga nas suas peças vários elementos opostos, criando assim uma estética muito própria.

A corte vai ser mais uma vez o modelo da nova estética, onde a própria rainha Maria Antonieta, com as suas múltiplas encomendas para o Petit Trianon, se vai tornar numa das peças chave no desenvolvimento do estilo. Também a Madame de Pompadour, que se tinha rendido ao gosto do estilo Luís XV, se começa a interessar pelas novas formas revolucionárias.

Na década de 1750 iniciam-se as escavações de Herculano e Pompeia, as cidades da Roma Antiga destruídas pela erupção do Vesúvio. O livro do Conde de Caylus "Recueil des antiquités égyptiennes, étrusques, grécques et gauloises" sobre as novidades descobertas em diversas áreas, incluindo a do mobiliário, vai dar o impulso ao novo gosto pela Antiguidade Clássica em França. Este estilo, então chamado de "Style à la greque", desenvolve-se para o estilo directório, atingindo o seu expoente máximo no estilo império.

Paralelamente às descobertas formais da arte greco-romana, mais depuradas que as do rococó, está outro factor decisivo na transformação do gosto da sociedade da época, as teorias iluministas que apoiam o regresso à natureza, à moral e à virtude, apresentadas por Jean-Jacques Rousseau. A natureza e o campo tornam-se moda, assim como a actividade da jardinagem, transpondo para a nova estética uma série de novos motivos decorativos associados.

Como resultado da crescente austeridade, aumenta a reacção contra os excessos do rococó e o seu turbilhão de curvas assimétricas, preferindo-se a linha recta e a sobriedade na decoração. No entanto permanecem ainda algumas linhas curvas que suavisam a rigidez das novas estruturas, e as dotam de alguma leveza.

Os interiores

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Os interiores mantêm-se confortáveis, com as cores suaves a harmonizar com o mobiliário, e onde os tecidos assumem extrema importância.

Caracterização formal do mobiliário

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  • Maior simplicidade, sobriedade e rigidez. Dominam as linhas perpendiculares, ângulos rectos e superfícies planas;
  • Materiais: continuam-se a utilizar os mesmos materiais que no período anterior. No final do período surge o mogno, introduzido por Georges Jacob pelo seu aproveitamento de elementos do estilo Chippendale em Inglaterra. Continuam-se a aplicar ao móvel os bronzes (dourados) finamente cinzelados.
  • Elementos decorativos: terrinas, medalhões, ovais, instrumentos musicais; de inspiração na Antiguidade Clássica: frisos, colunas, folhas de laurácea, setas; de períodos anteriores (Barroco e Rococó): grinaldas, drapeados, entrelaçados; inspiração na natureza: troféus com instrumentos de jardinagem, rosas, pérolas;
  • Tipologias: mantém-se a mesma variedade de peças de mobiliário que no período anterior. Introduzem-se também no mobiliário sistemas mecânicos para as mais diversas funções.
    • Cadeiras: A principal característica reside no facto das pernas perderem as suas curvas e passarem a se assemelhar mais a verdadeiros elementos visíveis de suporte. As pernas direitas podem ser de secção quadrangular ou circular, estreitando em direcção ao chão e apresentanto caneluras a direito ou em espiral. As pernas são ligadas à cintura (parte inferior do plano horizontal de assento) através de um cubo decorado. O espaldar (apoio para as costas) apresenta uma moldura e pode ser rectangular (carré à la Reine), oval (na vertical, dossier à medaillon) ou ainda vasado (com aberturas). Podem ser mantidas com a cor natural da madeira, pintadas ou douradas. Um das novas tipologias é a Bergère en confessional, uma espécie de sofá com apoio laterais para apoiar a cabeça.
  • Nomes de destaque:
  • CALADO, Margarida, PAIS DA SILVA, Jorge Henrique, Dicionário de Termos da Arte e Arquitectura, Editorial Presença, Lisboa, 2005, ISBN 20130007
  • DEWIEL, Lydia L., Stühle und andere Sitzmöbel, Wilhelm Hezne verlag, Munique, 1982, ISBN 3-453-41494-2
  • DOLZ, Renate, Möbel Stilkunde, Wilhelm Heyne Verlag, Munique, 1997, ISBN 3-453-13046-4

Ligações externas

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