Falácia de Beethoven

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A falácia de Beethoven é um argumento comumente usado por pessoas que são contra a legalização do aborto.[1] Utiliza-se a ideia do potencial humano do feto, usando a ideia de que o aborto impede o nascimento de pessoas que podem ser "gênios" ao tirar a vida de uma pessoa que poderia fazer contribuições significativas para a humanidade, portanto o aborto não deve ser realizado.

Argumento[editar | editar código-fonte]

O dramaturgo católico Maurice Baring foi o primeiro a usá-lo,[2] embora a origem do argumento não seja clara. A discussão hipotética, conforme descrito em The God Delusion:

Médico 1: Sobre a interrupção da gravidez, quero sua opinião. O pai era sifilítico, a mãe tuberculosa. Dos quatro filhos nascidos, o primeiro era cego, o segundo morreu e o terceiro era surdo e mudo, o quarto também era tuberculose. O que você teria feito?

Médico 2: Eu teria interrompido a gravidez.

Médico 1: Então você teria matado Beethoven.

Refutação[editar | editar código-fonte]

O cientista e escritor Richard Dawkins citou a falácia em seu livro The God Delusion.[2] Dawkins faz um adendo histórico à falácia, dizendo que, na verdade, Ludwig van Beethoven era o segundo filho de seus pais (e não ou quinto ou nono como contam algumas versões) e não há provas de que seu pai era portador de sífilis. Dawkins chama atenção ao fato de que, a falácia não nota que o potencial humano não faz nascer apenas gênios ou pessoas boas, citando Adolf Hitler.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Saunders, Peter (24 de setembro de 2012). «Christian Medical Comment: What do Ludwig van Beethoven, Justin Bieber and Tim Tebow have in common?». Christian Medical Comment. Consultado em 18 de dezembro de 2020 
  2. a b c DAWKINS, Richard (2007). Deus, um Delírio. [S.l.]: Companhia das Letras. 520 páginas. 978-85-359-1070-4