Francisco de Abreu Pereira

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Francisco de Abreu Pereira
Cidadania Viana do Castelo
Ocupação oficial
Empregador(a) governador da Paraíba

Francisco de Abreu Pereira (n. de Viana do Castelo)[1], morador na Rua da Bandeira da mesma cidade (casa que já era dos seus pais)[2], foi um destacado militar e administrador colonial, além de senhor do Paço de Lanheses, era fidalgo de Casa Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo (1668)[3], coronel de infantaria e governador da Paraíba.[2][4][5][6]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em 8 de Julho de 1666 recebe uma tença nas Obras Pias[7].

De 10 de Setembro de 1658 a 1679, estando de serviço militar como soldado, alferes, ajudante, capitão de Infantaria e sargento-mor, participou na Guerra da Restauração no Minho, Beiras e Trás-os-Montes[8].

Deixa vaga a Simão Vilas-Boas o lugar de sargento-mor da ordenança de Barcelos e seu termo para se deslocar para governar a Capitania da Paraíba.[9]

Surge nomeado para esse novo cargo logo no início de Janeiro de 1700,[10], com o apoio de D. Nuno Álvares Pereira de Melo (Duque de Cadaval)[11], e em Julho toma posse do governo da Paraíba do Norte, e governa durante três anos e quatro meses.[12] Ainda estaria em funções no Natal de 1703 pois é-lhe é dirigido um requerimento nessa mesma data.[13]

Na sua gestão governamental, eleva para cinquenta o número dos soldados militares da Capitania e pune os negros fugidos de Palmares. Assim como, em 1702, através de um relatório, refere a guerra do Tapuia ao rei e qual o seu ponto de vistas para a sua subjugação para a ganhar.[14]

São várias a sesmarias que ele entrega novos proprietários e que vão dar futuras importantes povoações na região. Nomeadamente a cidade Cruz do Espírito Santo, dantes um povoado totalmente destruído pelas batalhas entre paraibanos e holandeses,[15] e o município de Taperoá.[16]

Ao chegar ao Reino de Portugal ainda irá participar na Guerra da Sucessão Espanhola, em 25 de abril de 1707, comandando na Batalha de Almansa um terço como mestre de campo.[17]

Segundo uma genealogia manuscrita, existente no Arquivo Almada, faleceu em Lanheses, a 23 de Janeiro de 1710, sendo sepultado, no dia seguinte na Igreja desta freguesia do qual tinha o padroado.

Dados genealógicos[editar | editar código-fonte]

Pais:

Casou 1.ª vez com:

Tiveram:

  • Joana, que morre na infância.
  • Francisca, com o mesmo destino.

Casou 2.ª vez, na Matriz de Viana, a 9 de Setembro de 1680,[26] com:

Filhos:

  • Francisco Abreu Pereira (n. Lanheses), fidalgo cavaleiro (1707)[32], cavaleiro fidalgo (1748)[33], que faz a sua inquirição de genere em 4 de Junho de 1716,[34] nasceu em Lanheses, foi cavaleiro da Ordem de Cristo[35], capitão de infantaria e embarcou[36] para a Índia portuguesa e lá terá morrido. De Páscoa Ruiz, solteira, filha dos lavradores Sebastião Gonçalves e de Isabel Ruiz, de São Pedro de Arcos[37] teve:
  • José Pereira de Brito e Castro, fidalgo cavaleiro da Casa Real (1708)[39], mestre de campo de auxiliares, governador de Viana do Castelo, casado com Isabel Josefa Cirne Peixoto. Com geração.
  • Gonçalo Pereira de Brito, natural de Viana do Castelo, formado em cânones pela Universidade de Coimbra.[40]
  • Luís Pereira de Brito, natural de Viana do Castelo, formado em cânones pela Universidade de Coimbra[41] e que segundo o mesmo nobiliário terá morrido no ano de 1704 quando ainda frequentava o seu curso universitário.
  • Frei Sebastião de Abreu Pereira de Brito e Castro, Desembargador do Paço.
  • Manuel[42]
  • Susana do Nascimento, freira em São Bento de Viana,[42] onde professou a 16 de Setembro de 1708 conforme o mesmo nobiliário e que faleceu a 13 de Dezembro de 1716.
  • Teresa Maria de Jesus, freira em Santa Ana de Viana,[42] onde professou a 8 de Maio de 1712, informação do referido nobiliário.
  • Maria,[42] freira em Santa Ana de Viana e que professou a 8 de Agosto de 1717.

Referências

  1. ↑ Diligência de habilitação para a Ordem de São Bento de Avis de José Ricalde Pereira de Castro, 18.1.1745, Código de ref.: PT/TT/MCO/A-C/004-009/0006/00012, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de São Bento de Avis, Letra J, mç. 6, n.º 15, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  2. ↑ a b c Limpeza de Sangue, por José Alberto Veiga Meira Torres, Gráfica Casa dos Rapazes, Camara Municipal de Viana do Castelo, 2008, pág. 260
  3. ↑ Francisco de Abreu Pereira. 60$000 rs de pensão, com o hábito de Cristo, 1668-10-09, ref.: PT/TT/RGM/S/0007/356090, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  4. ↑ Francisco de Abreu Pereira, Alvará. Fidalgo da Casa Real, com 1$600 rs de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia, de 1707-12-17, cota: Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 2, f.26-26v, Referência: PT/TT/RGM/C/0002/39104, ANTT
  5. ↑ Limpeza de Sangue, por José Alberto Veiga Meira Torres, Gráfica Casa dos Rapazes, Camara Municipal de Viana do Castelo, 2008, pág. 271
  6. ↑ "Livro de cartas e respostas de Francisco de Abreu Pereira, governador da Paraíba", Manuscritos da Livraria, n.º 1797, ANTT
  7. ↑ D. Francisco de Abreu Pereira, Alvará. Tença de 50.000 réis nas Obras Pias., 1666-07-08, ref.: PT/TT/RGM/N/0001/334, cota: Registo Geral de Mercês, Mercês de vários reis, liv.1, f. 334, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  8. ↑ INFORMAÇÃO do Conselho Ultramarino sobre os serviços de Francisco de Abreu Pereira, cavaleiro da Ordem de Cristo, de 10 de Setembro de 1658 a 1679, como soldado, alferes, ajudante, capitão de Infantaria e sargento-mor, na guerra da restauração no Minho, Beiras e Trás-os-Montes, 1679-12-31, ref.: PT/AHU/CU/030/0003/00349, cota: AHU_CU_SERVIÇO DE PARTES, Cx. 3, D. 349, Arquivo Histórico Ultramarino
  9. ↑ Manuel Inácio Pestana, in Barcellos-Revista, 2(1), 1984, pp. 271-376: Barcelos nos Arquivos da Casa de Bragança, Mercês de D. Pedro II
  10. ↑ Requerimento do capitão-mor nomeado para a Paraíba, Francisco de Abreu Pereira, ao rei [D. Pedro II], solicitando provisão para vencer seu soldo desde o dia do seu embarque, 13 de janeiro de 1700, Projeto Resgate - Paraíba (1593-1826), em 15-04-2016
  11. ↑ Parecer do 1º Duque de Cadaval, D. Nuno Álvares Pereira de Melo, votando em Francisco de Abreu Pereira para governador da Paraíba., ref.: PT/TT/MSLIV/2781/00169, cota: Manuscritos da Livraria, n.º 2781 (169), Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  12. ↑ Chronica Geral do Brazil, por Alexandre José de Mello Moraes, 1886, tomo II, pág. 1.
  13. ↑ Catálogo de documentos avulsos manuscritos referentes à Capitania da Paraíba existentes no Arquivo Histórico Ultramarino, AHU_CU_014, pág. 52
  14. ↑ Uma tipologia compósita do conhecimento imperial, por Diogo Ramada Curto, Nota iii, referindo-se ao maço designado por Livraria, Ms. 1797, fls. 158v-159, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, História vol.31 no.2 Franca July/Dec. 2012
  15. ↑ «Paraíba já teve cerca de 90 governadores, WSCOM, 31/12/2010». Consultado em 6 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 14 de setembro de 2016 
  16. ↑ Perfeitura de Taperoá, Paraíba Criativa, 24 de setembro de 2015
  17. ↑ Gastão de Melos Matos (ed.), Comentários de António do Couto Castelo Branco sobre as Campanhas de 1706 e 1707 em Espanha, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1931, Portal da História, Manuel Amaral 2000-2010
  18. ↑ Felgueiras Gaio, ao abordar a família Barbosa (&62) refere que este Pedro Nunes é licenciado e filho de João Nunes.
  19. ↑ Francisco de Abreu Pereira, Filiação: Pedro Nunes Cerveira, de 1707-12-17, cota: Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 2, f.26-26v, Referência: PT/TT/RGM/C/0002/39104, ANTT
  20. ↑ Diligências de habilitação para o cargo de Santo Ofício de Pedro Nunes Cerveira casado com Isabel de Sá, de 1624-06-12, Referência: PT/TT/TSO-CG/A/008-001/23450, cota: Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Pedro, mç. 40, doc. 711, ANTT
  21. ↑ Arvores de Costados das famílias nobres dos reinos de Portugal, Algarves, e dominios ultramarinos, etc, José Barbosa Canaes de Figueiredo Castello-Branco, 1831, Volume 2, p. 174.
  22. ↑ Procuração bastante que faz Francisco da Maia Silveira faz a Miguel Dantas, Pedro Nunes de Cerveira, mercadores, para que em seu nome possam recuperar um dinheiro que Jacinto Salgado, residente no Brasil lhe deve, da carregação de uma mercadoria, de 1647-04-10, Assuntos - Arquivo Paço de Calheiros, Cota atual: APC-B-A-024-DOC.4 - cx.68, Arquivo Municipal de Ponte de Lima
  23. ↑ É o próprio Francisco, que no seu pedido para ser familiar do Santo Ofício e tal como seu pai o era, diz que são estes os seus avós; seus bisavós Rui de Abreu Pereira e D. Maria da Costa; seus trisavós João Martins Ricalde e Guiomar Abreu Pereira e seus quartos avós João Martins Ricalde e D. Luísa Pallomar. - Limpeza de Sangue, por José Alberto Veiga Meira Torres, Gráfica Casa dos Rapazes, Camara Municipal de Viana do Castelo, 2008, pág. 260. Já Felgueiras Gayo, chama ao seu bisavô materno Rodrigo Pereira Ricalde e apresenta trocado o apelido chamando Anna Barboza de Almeida à sua bisavó. Antes tinha apresentado a quarta avó como Elvira Pallomar - Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. IX-pg. 208 (Ricaldes)
  24. ↑ Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. II-pg. 47 (Barbosas)
  25. ↑ a b Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. II-pg. 245 (Barbosas)
  26. ↑ Limpeza de Sangue, por José Alberto Veiga Meira Torres, Gráfica Casa dos Rapazes, Camara Municipal de Viana do Castelo, 2008, pág. 392
  27. ↑ Arvores de Costados das famílias nobres dos reinos de Portugal, Algarves, e dominios ultramarinos, etc, José Barbosa Canaes de Figueiredo Castello-Branco, 1831, Volume 2, p. 60
  28. ↑ Diligência de habilitação para a Ordem de São Bento de Avis de José Ricalde Pereira de Castro, 18.1.1745, Código de ref.: PT/TT/MCO/A-C/004-009/0006/00012, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de São Bento de Avis, Letra J, mç. 6, n.º 15, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  29. ↑ Limpeza de Sangue, por José Alberto Veiga Meira Torres, Gráfica Casa dos Rapazes, Camara Municipal de Viana do Castelo, 2008, pág. 390
  30. ↑ Inquirição de genere de Baltazar Pereira Lobato, de 1688-10-26, Cota: A - 1365, Referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/30928, Arquivo Distrital de Braga
  31. ↑ Diligência de habilitação para a Ordem de Cristo de António Pereira Lobato, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Código de ref: PT/TT/MCO/A-C/002-001/0052/00029
  32. ↑ Alvará. Foro de Fidalgo Cavaleiro, com 10$6000 rs por mês de moradia e um alqueire de cevada por dia, 1707-01-12, ref.: PT/TT/RGM/C/0002/39098, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  33. ↑ SEBASTIÃO PEREIRA DE CASTRO. Alvará. Mercê de foro de cavaleiro fidalgo para seu irmão Francisco de Abreu Pereira., 1748-05-10, ref.: PT/TT/RGM/C/0036/73272, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  34. ↑ Código: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/28626, Cota: A - 1256, Arquivo Distrital de Braga
  35. ↑ Carta de Padrão. Tença de 12$000 rs e hábito da Ordem de Cristo, 1719-09-12, ref.: PT/TT/RGM/C/0010/39167, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  36. ↑ Carta. Capitão da 3ª Comapnhia de Infantaria da Gente da Guarnição da Nau Nª Srª da Guia, 1719-03-23, ref.: PT/TT/RGM/C/0010/39166, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  37. ↑ a b O Chanceler José Ricalde Pereira de Castro (dados genealógicos), pelo Dr. Francisco Cirne de Castro Boletim da Academia Portuguesa de Ex-Libris, nº 48, Abril de 1969
  38. ↑ As freguesias do Distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Alto Minho: Memória, História e Património, por José Viriato Capela, Edição integrada no Projecto A Descrição do Território Português do Século XVIII (Projecto POCTI/FCT), Barbosa & Xavier, Lda. - Artes Gráficas, Braga, Março de 2005
  39. ↑ José Pereira de Brito e Castro, Foro de Fidalgo Cavaleiro com um alqueire de cevada por dia, em 12 de Janeiro de 1708, Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 2, f.51v, Código: PT/TT/RGM/C/0002/61566, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  40. ↑ Gonçalo Pereira de Brito, 1696-10-01 a 1697-10-01, Referência: PT/AUC/ELU/UC-AUC/B/001-001/B/005225, Arquivo da Universidade de Coimbra
  41. ↑ Luís Pereira de Brito, 1696-10-01 a 1703-11-23, Referência: PT/AUC/ELU/UC-AUC/B/001-001/B/005424, Arquivo da Universidade de Coimbra
  42. ↑ a b c d Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. II-pg. 271 (Barbosas)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Manuel Soares de Albergaria		 Governador do Paraíba
1700 — 1703		 Sucedido por
Fernando de Barros Vasconcelos
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