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Glicera (hetera)

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Glicera e Alcibiades

Glícera (significa aquela que é doce), era um nome usado por algumas heteras (cortesãs) que viveram na Grécia Antiga. Esse nome foi usado pela amante de Hárpalo e Menandro[1], e pela parceira sexual de Alcibíades retratada nas gravuras de Caracci para I Modi.

Amante de Hárpalo

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Após Hárpalo perder sua antiga amante, encontrou consolo nos braços de Glicera, que após a morte de Pitionice havia se tornado rainha da Babilônia. Durante seu reinado, ela foi adorada não apenas como rainha, mas quase como uma divindade, chegando a ter uma estatua de bronze erguida em um dos templos.[2] Quando Alexandre o Grande voltou para o oriente, querendo se vingar de servos infiéis, Glicera obrigou seu amante Hárpalo a fugir com ela para a Atica e pedir proteção aos atenienses.[3] Em Atenas, tentaram subornar o povo com uma grande quantidade de grãos, mas acabaram sendo exilados, e no exílio um dos servos acabou matando Hárpalo.[2]

Depois da morte de seu amante ela retornou a Atenas como uma viúva, onde passou a prestar serviços de Hetaira e supostamente se tornou amante do poeta e dramaturgo Menandro.[1] Seu prestigio como ex-rainha da Babilônia lhe rendeu certa celebridade em Atenas, o que a fez ganhar uma posição de destaque enquanto viveu.[2] O filosofo Estilpo, cuja escola era frequentada por Hetairas, acusou Glicera de corromper a juventude e ela lhe disse o seguinte: "Dizem o mesmo de ti, que corrompes a juventude com tuas palavras, mas no final qual a diferença dos jovens se perderem pelos filósofos ou pelas hetairas".[4]

Uma das gravuras de posições sexuais feitas por Agostino Carracci para sua obra I Modi é intitulado "Alcibíades e Glicera".

Ateneu em sua obra O Banquete dos Sofistas cita Glícera como a responsável por criar um ditado popular, no qual ela criticava a pratica da pederastia .[5]

Referências

  • Post, L.A.; "Woman's Place in Menander's Athens", Transactions and Proceedings of the American Philological Association, Vol. 71, 1940, pp. 420–459
  • Ancient Library