Guilherme Paraense
Guilherme Paraense | |||||||||||||||||||
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campeão olímpico | |||||||||||||||||||
Tiro | |||||||||||||||||||
Modalidade | Pistola | ||||||||||||||||||
Nascimento | 25 de junho de 1884 Belém, Brasil | ||||||||||||||||||
Nacionalidade | brasileiro | ||||||||||||||||||
Morte | 18 de abril de 1968 (83 anos) Rio de Janeiro, Brasil | ||||||||||||||||||
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Guilherme Paraense (Belém, 25 de junho de 1884 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1968) foi o primeiro esportista brasileiro a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, na modalidade de tiro. Foi militar integrante do Exército Brasileiro, com a patente de tenente e atleta do Fluminense Football Club.[1][2] Em Belém, sua terra natal, existe uma arena poliesportiva chamada "Arena Guilherme Paraense", conhecida como Mangueirinho, com capacidade para 11.970 pessoas. É a maior e mais boderna arena poliesportiva da Região Norte, sendo a primeira e única da região, e uma das cinco arenas do país completamente climatizada. Além dos esportes indoor, como vôlei, basquete, handebol e futsal, a arena foi projetada para receber diferentes eventos como, por exemplo, UFC ou shows musicais, já que também dispõe de um palco móvel.[3]
Olimpíada
[editar | editar código-fonte]Paraense embarcou para Antuérpia, em 1920, com delegação de vinte companheiros de modalidades diferentes (natação, polo aquático, saltos ornamentais, remo e tiro esportivo) a bordo do navio Curvello, todos por conta própria, pois o COB não organizou a viagem oficial.[4] A precariedade da viagem foi grande, de 3ª classe em camarotes pequenos e sem ar, os atletas dormiram no chão do bar, após a saída do último cliente, precisando acordar cedo para treinar improvisadamente no convés.[4]
Informados na Ilha da Madeira de que o navio não chegaria a Antuérpia a tempo de participarem das provas, desceram em Lisboa, de onde prosseguiram de trem até a Bélgica, em um trem aberto, sob chuva e sol.[4][5] Após viagem que durou 27 dias, na conexão em Bruxelas parte das armas e a munição de Paraense foram roubadas.[5]
Com tantos percalços, a equipe brasileira de tiro (formada por Afrânio Costa (capitão), Sebastião Wolf, Dario Barbosa, Fernando Soledade, Demerval Peixoto, Mario Maurity e Guilherme Paraense)[4] chegou aos Jogos com moral baixa, sem alimentação e sem material esportivo. Impressionados com a situação dos colegas, os atiradores americanos lhes emprestaram armas e munição, modernas fabricadas especialmente pela Colt, e com elas os brasileiros derrotaram seus benfeitores, ganhando ouro, prata e bronze no Tiro. Paraense, porém, ganhou o ouro com sua própria arma, guardada até hoje por sua filha Oysis Paraense Ferreira.[6]
Medalhas
[editar | editar código-fonte]Paraense venceu a modalidade de pistola rápida[7] na prova de desempate individual e conquistou a primeira medalha de ouro olímpica brasileira, em 3 de agosto de 1920. Sendo também medalhista de bronze por equipe na prova de pistola livre.
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Retornando da Europa com a equipe, desta vez num navio bem mais confortável que o Curvello, depois que a notícia da façanha chegou ao Brasil, Paraense foi recebido pelo então presidente da República Epitácio Pessoa e ganhou uma placa de ouro comemorativa. Em 1989 foi homenageado pelo Exército Brasileiro, que batizou como "Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense" o conjunto de estandes de tiro da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ).[4][8]
Em 1922, foi campeão sul-americano de tiro esportivo.
Campeão brasileiro de tiro esportivo por várias vezes, foi também campeão carioca pelo Fluminense e pelo São Cristóvão.[1]
Paraense seguiu sua carreira militar, chegando ao posto de coronel. Participou da Revolução de 1930.[9]
Em 1968, faleceu aos 83 anos de infarto no Rio de Janeiro, sendo mais reverenciado na Europa que no Brasil.[4][8]
Referências
- ↑ a b Site Tiroflu.com - Guilherme Paraense, página disponível em 23 de abril de 2018
- ↑ Site Deutsche Welle - Há quase um século, Brasil conquistava seu primeiro ouro olímpico, página editada em 3 de agosto de 2016 e disponível em 23 de abril de 2018
- ↑ «Mangueirinho». Wikipédia, a enciclopédia livre. 29 de julho de 2024. Consultado em 3 de agosto de 2024
- ↑ a b c d e f «Lado B das Olimpíadas: Viagem de 5ª, confisco e roubo de armas; a saga do 1º medalhista de ouro do Brasil». ESPN. Consultado em 13 de março de 2016
- ↑ a b «Época: Tiro certo». Globo.com. Epoca.globo.com. Arquivado do original em 15 de maio de 2008
- ↑ «Guilherme Paraense abriu caminho à bala para os campeões olímpicos do Brasil». brasil2016.gov.br. Consultado em 27 junho 2017
- ↑ «OlympicsDataBase». Databaseolympics.com. Arquivado do original em 10 de fevereiro de 2007
- ↑ a b «AMAN - Academia Militar das Agulhas Negras». Aman.ensino.eb.br
- ↑ «Conheça Guilherme Paraense, o primeiro campeão olímpico brasileiro». Comitê Olímpico Brasileiro. 3 de agosto de 2020. Consultado em 6 de agosto de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Perfil de Guilherme Paraense» (em inglês). arquivado do sítio Sports-Reference.com
- «Biografia de Guilherme Paraense feita». na revista Magnum
- Nascidos em 1884
- Mortos em 1968
- Atiradores esportivos do Pará
- Atiradores olímpicos do Brasil
- Militares do Pará
- Campeões olímpicos do Brasil
- Atiradores nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920
- Medalhistas olímpicos de bronze do Brasil
- Desportistas do Fluminense Football Club
- Naturais de Belém (Pará)
- Medalhistas nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920
- Desportistas militares do Brasil
- Esportistas brasileiros do século XX