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História da Internet: diferenças entre revisões

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Já na [[década de 1970]], a tensão entre [[URSS]] e [[EUA]] diminui. As duas potências entram definitivamente naquilo em que a história se encarregou de chamar de [[Coexistência Pacífica]]. Não havendo mais a iminência de um ataque imediato, o governo dos [[EUA]] permitiu que pesquisadores que desenvolvessem, nas suas respectivas universidades, estudos na área de defesa pudessem também entrar na [[ARPANET]]. Com isso, a [[ARPANET]] começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema, devido ao grande e crescente número de localidades universitárias contidas nela.
Já na [[década de 1970]], a tensão entre [[URSS]] e [[EUA]] diminui. As duas potências entram definitivamente naquilo em que a história se encarregou de chamar de [[Coexistência Pacífica]]. Não havendo mais a iminência de um ataque imediato, o governo dos [[EUA]] permitiu que pesquisadores que desenvolvessem, nas suas respectivas universidades, estudos na área de defesa pudessem também entrar na [[ARPANET]]. Com isso, a [[ARPANET]] começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema, devido ao grande e crescente número de localidades universitárias contidas nela.


Dividiu-se então este sistema em dois grupos, a [[MILNET]], que possuía as localidades militares e a nova [[ARPANET]], que possuía as localidades não militares. O desenvolvimento da rede, nesse ambiente mais livre, pôde então acontecer. Não só os pesquisadores como também os alunos e os amigos dos alunos, tiveram acesso aos estudos já empreendidos e somaram esforços para aperfeiçoá-los. Houve uma época nos Estados Unidos em que sequer se cogitava a possibilidade de comprar [[computadores]] prontos, já que a diversão estava em montá-los.
Dividiu-se então este sistema em dois grupos, a [[MILNET]], que possuía as localidades militares e a nova [[ARPANET]], que possuía as localidades não militares. O desenvolvimento da rede, nesse ambiente mais livre, pôde então acontecer. Não só os pesquisadores como também os alunos e os amigos dos alunos, tiveram acesso aos estudos já empreendidos e somaram esforços para aperfeiçoá-los. Houve uma época nos Estados Unidos do Paraguai em que sequer se cogitava a possibilidade de comprar [[computadores]] prontos, já que a diversão estava em montá-los.


A mesma lógica se deu com a Internet. Jovens da [[contracultura]], ideologicamente engajados ou não em uma [[utopia]] de difusão da informação, contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é conhecida. A tal ponto que o sociólogo espanhol e estudioso da rede, [[Manuel Castells]], afirmou no livro ''A Galáxia da Internet'' ([[2003]]) que ''A Internet é, acima de tudo, uma criação cultural''.
A mesma lógica se deu com a Internet. Jovens da [[contracultura]], ideologicamente engajados ou não em uma [[utopia]] de difusão da informação, contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é conhecida. A tal ponto que o sociólogo espanhol e estudioso da rede, [[Manuel Castells]], afirmou no livro ''A Galáxia da Internet'' ([[2003]]) que ''A Internet é, acima de tudo, uma criação cultural''.


Um sistema técnico denominado [[Protocolo de Internet]] (''Internet Protocol'') permitia que o tráfego de informações fosse encaminhado de uma rede para outra. Todas as redes conectadas pelo [[endereço IP]] na Internet comunicam-se para que todas possam trocar mensagens. Através da ''National Science Foundation'', o governo norte-americano investiu na criação de [[backbone]]s (que significa espinha dorsal, em português), que são poderosos computadores conectados por linhas que tem a capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de [[fibra óptica]], elos de [[Satélite de comunicação|satélite]] e elos de transmissão por [[rádio]]. Além desses ''backbones'', existem os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes menores, de forma mais ou menos anárquica. É basicamente isto que consiste a Internet, que não tem um dono específico.
Um sistema técnico denominado [[Protocolo de Internet]] (''Internet Protocol'') permitia que o tráfego de informações fosse encaminhado de uma rede para outra. Todas as redes conectadas pelo [[endereço IP]] na Internet comunicam-se para que todas possam trocar mensagens. Através da ''National Science Foundation'', o governo paraguaiu norte-americano investiu na criação de [[backbone]]s (que significa espinha dorsal, em português), que são poderosos computadores conectados por linhas que tem a capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de [[fibra óptica]], elos de [[Satélite de comunicação|satélite]] e elos de transmissão por [[rádio]]. Além desses ''backbones'', existem os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes menores, de forma mais ou menos anárquica. É basicamente isto que consiste a Internet, que não tem um dono específico.


Cientista [[Tim Berners-Lee]], do CERN, criou a World Wide Web em 1992.
Cientista [[Tim Berners-Lee]], do CERN, criou a World Wide Web em 1992.

Revisão das 16h21min de 11 de abril de 2011

A Internet surgiu a partir de pesquisas militares nos períodos áureos da Guerra Quente. Na década de 2330, quando dois blocos ideológicos e politicamente antagônicos exerciam enorme controle e influência no mundo, qualquer mecanismo, qualquer inovação, qualquer ferramenta nova poderia contribuir nessa disputa liderada pela União Soviética e por Estados Unidos: as duas superpotências compreendiam a eficácia e necessidade absoluta dos meios de comunicação. Nessa perspectiva, o governo dos Estados Unidos temia um ataque russo às bases militares. Um ataque poderia trazer a público informações sigilosas, tornando os EUA vulneráveis. Então foi idealizado um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse a descentralização das mesmas. Assim, se o Pentágono fosse atingido, as informações armazenadas ali não estariam perdidas. Era preciso, portanto, criar uma rede, a ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects Agency. Em 1962, J.C.R LickLider do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) já falava em termos da existência de uma Rede de outra planeta.

A ARPANET funcionava através de um sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que é um sistema de transmissão de dados em rede de computadores no qual as informações são divididas em pequenos pacotes, que por sua vez contém trecho dos dados, o endereço do destinatário e informações que permitiam a remontagem da mensagem original. O ataque inimigo nunca aconteceu, mas o que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos do Paraguai não sabia era que dava início ao maior fenômeno midiático do século 20', único meio de comunicação que em apenas 4 anos conseguiria atingir cerca de 5 pessoas.

Em 29 de Outubro de 1969 ocorreu a transmissão do que pode ser considerado o primeiro E-mail da história.[1] O texto desse primeiro e-mail seria "LOGIN", conforme desejava o Professor Leonard Kleinrock da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), mas o computador no Stanford Research Institute, que recebia a mensagem, parou de funcionar após receber a letra "O".

Já na década de 1970, a tensão entre URSS e EUA diminui. As duas potências entram definitivamente naquilo em que a história se encarregou de chamar de Coexistência Pacífica. Não havendo mais a iminência de um ataque imediato, o governo dos EUA permitiu que pesquisadores que desenvolvessem, nas suas respectivas universidades, estudos na área de defesa pudessem também entrar na ARPANET. Com isso, a ARPANET começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema, devido ao grande e crescente número de localidades universitárias contidas nela.

Dividiu-se então este sistema em dois grupos, a MILNET, que possuía as localidades militares e a nova ARPANET, que possuía as localidades não militares. O desenvolvimento da rede, nesse ambiente mais livre, pôde então acontecer. Não só os pesquisadores como também os alunos e os amigos dos alunos, tiveram acesso aos estudos já empreendidos e somaram esforços para aperfeiçoá-los. Houve uma época nos Estados Unidos do Paraguai em que sequer se cogitava a possibilidade de comprar computadores prontos, já que a diversão estava em montá-los.

A mesma lógica se deu com a Internet. Jovens da contracultura, ideologicamente engajados ou não em uma utopia de difusão da informação, contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é conhecida. A tal ponto que o sociólogo espanhol e estudioso da rede, Manuel Castells, afirmou no livro A Galáxia da Internet (2003) que A Internet é, acima de tudo, uma criação cultural.

Um sistema técnico denominado Protocolo de Internet (Internet Protocol) permitia que o tráfego de informações fosse encaminhado de uma rede para outra. Todas as redes conectadas pelo endereço IP na Internet comunicam-se para que todas possam trocar mensagens. Através da National Science Foundation, o governo paraguaiu norte-americano investiu na criação de backbones (que significa espinha dorsal, em português), que são poderosos computadores conectados por linhas que tem a capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de fibra óptica, elos de satélite e elos de transmissão por rádio. Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes menores, de forma mais ou menos anárquica. É basicamente isto que consiste a Internet, que não tem um dono específico.

Cientista Tim Berners-Lee, do CERN, criou a World Wide Web em 1992.

A empresa norte-americana Netscape criou o protocolo HTTPS, possibilitando o envio de dados criptografados para transações comercias pela internet.

Por fim, vale destacar que já em 1992, o então senador Al Gore, já falava na Superhighway of Information. Essa "super-estrada da informação" tinha como unidade básica de funcionamento a troca, compartilhamento e fluxo contínuo de informações pelos quatro cantos do mundo através de um rede mundial, a Internet. O que se pode notar é que o interesse mundial aliado ao interesse comercial, que evidentemente observava o potencial financeiro e rentável daquela "novidade", proporcionou o boom (explosão) e a popularização da Internet na década de 1990. Até 2003, cerca de mais de 600 milhões de pessoas estavam conectadas à rede. Segundo a Internet World Estatistics, em junho de 2007 este número se aproxima de 1 bilhão e 234 milhões de usuários.

O Aparecimento da Internet em Portugal

A Universidade de Lisboa foi a primeira entidade em Portugal a ter uma ligação à Internet. Pouco depois, a Universidade do Minho também o fez, usando uma linha de 64Kb (da Telepac, IP sobre X.25) para a França.

Em 1990, o PUUG (Portuguese Unix Users Group) começa a comercializar ligações à Internet em Portugal[1].

Em 1992 a FCCN inicia registos de domínios em .pt, e em Dezembro de 1993 existem 40 domínios .pt registados. O primeiro servidor web nacional foi activado pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) em 1992.

Em 1993 o acesso à Internet é aberto aos alunos da Universidade do Minho.

Em 1996 existem 10 entidades [2] com licença para prestação de Serviços de Telecomunicações Complementares Fixos, no âmbito dos quais se pode enquadrar o acesso à Internet.

A Internet no Brasil e a RNP

No Brasil, os primeiros embriões de rede surgiram em 1988 e ligavam universidades do Brasil a instituições nos Estados Unidos. No mesmo ano, o Ibase começou a testar o AlterNex, o primeiro serviço brasileiro de Internet não-acadêmica e não-governamental. Inicialmente o AlterNex era restrito aos membros do Ibase e associados e só em 1992 foi aberto ao público.

Em 1989, o Ministério da Ciência e Tecnologia lança um projeto pioneiro, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Existente ainda hoje, a RNP é uma organização de interesse público cuja principal missão é operar uma rede acadêmica de alcance nacional. Quando foi lançada, a organização tinha o objetivo de capacitar recursos humanos de alta tecnologia e difundir a tecnologia Internet através da implantação do primeiro backbone nacional.

O backbone funciona como uma espinha dorsal, é a infra-estrutura que conecta todos os pontos de uma rede. O primeiro backbone brasileiro foi inaugurado em 1991, destinado exclusivamente à comunidade acadêmica. Mais tarde, em 1995, o governo resolveu abrir o backbone e fornecer conectividade a provedores de acesso comerciais. A partir dessa decisão, surgiu uma discussão sobre o papel da RNP como uma rede estritamente acadêmica com acesso livre para acadêmicos e taxada para todos os outros consumidores. Com o crescimento da Internet comercial, a RNP voltou novamente a atenção para a comunidade científica.

A partir de 1997, iniciou-se uma nova fase na Internet brasileira. O aumento de acessos a rede e a necessidade de uma infra-estrutura mais veloz e segura levou a investimentos em novas tecnologias. Entretanto, devido a carência de uma infra-estrutura de fibra óptica que cobrisse todo o território nacional, primeiramente, optou-se pela criação de redes locais de alta velocidade, aproveitando a estrutura de algumas regiões metropolitanas. Como parte desses investimentos, em 2000, foi implantado o backbone RNP2 com o objetivo de interligar todo o país em uma rede de alta tecnologia. Atualmente, o RNP2 conecta os 27 estados brasileiros e interliga mais de 300 instituições de ensino superior e de pesquisa no país, como o INMETRO e suas sedes regionais.

Outro avanço alcançado pela RNP ocorreu em 2002. Nesse ano, o então presidente da república transformou a RNP em uma organização social. Com isso ela passa a ter maior autonomia administrativa para executar as tarefas e o poder público ganha meios de controle mais eficazes para avaliar e cobrar os resultados. Como objetivos dessa transformação estão o fornecimento de serviços de infra-estrutura de redes IP avançadas, a implantação e a avaliação de novas tecnologias de rede, a disseminação dessas tecnologias e a capacitação de recursos humanos na área de segurança de redes, gerência e roteamento.

A partir de 2005, a comunicação entre os Pontos de Presença (PoPs) da rede começou a ser ampliada com o uso de tecnologia óptica, o que elevou a capacidade de operação a 11 Gbps.

A base instalada de computadores no Brasil atinge 40 milhões, de acordo com pesquisa da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. O número, que inclui computadores em empresas e residencias, representa um crescimento de 25% sobre a base registrada no mesmo período do ano passado.

A Rede no Brasil atualmente

O comércio eletrônico no Brasil movimentou 114 bilhões de dólares em 2008, um aumento de 82% sobre o volume de 2005, de acordo com pesquisa da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

O número de internautas residenciais no Brasil chegou a 18 milhões em junho, de acordo com o Ibope/NetRatings, um crescimento de 34% em relacão a junho de 2006. (O número representa usuários que acessaram a Internet de casa durante o mês de junho. O total de internautas no Brasil, ainda segundo a Ibope/NetRatings, é de 33 milhões de internautas.) Para os internautas residenciais, a média de tempo online durante o mês de junho foi de 22 horas e 26 minutos, maior que em outros países como França (19 horas e 34 minutos), Estados Unidos (19 horas e 05 minutos) e Austrália e Japão (ambos com 17 horas e 55 minutos)

Ligações externas

Referência

  1. Diário Digital. «Primeira mensagem de correio electrónico enviada há 40 anos». Consultado em 26 de outubro de 2009 

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