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História do Vaticano: diferenças entre revisões

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Créditos: Anna Duarte.

Revisão das 01h48min de 13 de setembro de 2012

O Vaticano foi dado pelo tratado de Latrão, em 11 de Fevereiro de 1929. As terras tinham sido doadas em 756 por Pepino, o Breve, rei dos francos.

Durante um período de quase mil anos, que teve início no tempo do império de Carlos Magno (século IX), os Papas reinam sobre a maioria dos Estados temporais do centro da Península Itálica, incluindo a cidade de Roma, e partes do sul da França.

Durante o processo de unificação da península, a Itália gradativamente absorve os Estados Pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vítor Emanuel II entram em Roma e incorporam a cidade ao novo Estado. Em 13 de Março de 1871, Vítor Emanuel II ofereceu como compensação ao Papa Pio IX uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia). O papado, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando conservar o poder da Igreja, recusa-se a reconhecer a nova situação e considera-se “prisioneiro” do poder laico. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino.

Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão Romana só terminou em Fevereiro de 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini e o Papa Pio XI assinam o Tratado de Latrão, pelo qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarado Estado soberano, neutro e inviolável. A concordata também concede indenização financeira ao papado pelas perdas territoriais da unificação e torna o catolicismo a religião oficial da Itália. Os termos da concordata são ratificados em 1947 pela república italiana.

Para enfrentar a perda de influência, o pontificado do Papa João XXIII (1958-1963) dá início ao diálogo com outras igrejas e com o mundo laico. O processo desemboca no Concílio Vaticano II (1962/63), o primeiro concílio ecumênico em 300 anos. As encíclicas sociais de João XXIII – Mater et Magistra, Pacem in Terris – e de seu sucessor Paulo VI (1963-1978) – Populorium Progressio – abrem caminho para a Teologia da Libertação, surgida em 1968, e para o alinhamento de uma parte do clero católico com posições de esquerda.

Em 1968, Paulo VI frustra os católicos liberais ao condenar métodos anticoncepcionais com a encíclica Humanae Vitae. Em 1978, a concordata é reformulada e o catolicismo deixa de ser religião oficial da Itália; no mesmo ano, as relações do Vaticano com o Estado italiano deterioram-se depois que o Congresso aprova o divórcio.

Conservadorismo

Em outubro de 1978, com a morte prematura do sucessor de Paulo VI, João Paulo I, cujo pontificado dura apenas 33 dias, o Cardeal polonês Karol Wojtyla, com o nome de João Paulo II, torna -se o primeiro Papa não-italiano desde o século XVI. O novo pontificado é marcado pelo conservadorismo em questões morais e pelo reforço na disciplina na Igreja, que se reflete na tentativa de João Paulo II de esvaziar o poder do clero chamado “progressista”.

Escândalos

Em 1981, João Paulo II sofre um atentado em Roma; seu autor, o turco Mehmet Ali Agca, é condenado à prisão perpétua. Em 1982, personalidades do Vaticano são envolvidas no escândalo da falência fraudulenta do Banco Ambrosiano. As relações do Vaticano com o Estado italiano pioram em 1987, quando a Justiça da Itália ordena a prisão do cardeal Paul Marcinkus, secretário de Estado do Vaticano e diretor do Instituto de Obras Religiosas (IOR), instituição financeira envolvida no escândalo Ambrosiano. Baseando-se nos termos da concordata – pela qual a Itália não tem jurisdição sobre o Vaticano –, a Suprema Corte italiana absolve Marcinkus.

João Paulo II visita várias vezes a Polônia e tem um papel importante no restabelecimento do diálogo entre o governo comunista e a poderosa Igreja polonesa. Entre 1990 e 1991, com a queda do comunismo, o Vaticano reata relações diplomáticas com países do ex-bloco socialista.

Em 1992, os setores “progressistas” da Igreja criticam a beatificação do padre José María Escrivá Balaguer, fundador da direitista Opus Dei, e a reafirmação feita pelo Papa da condenação à homossexualidade. O novo catecismo da Igreja Católica passa a considerar a masturbação e a prostituição pecados mortais contra a natureza, além do homossexualismo como um grave pecado contra a natureza humana e sexual e condena a corrupção e a dominação econômica

Em 1993, o Vaticano enfrenta um déficit orçamentário estimado em US$ 91,7 milhões. Para enfrentar essa crise financeira, a Prefeitura de Assuntos Econômicos autoriza a exploração comercial da imagem de João Paulo II. No mesmo ano, o Papa reafirma suas posições conservadoras sobre interrupção voluntária da gravidez, celibato clerical ou sexo antes do casamento na encíclica Veritatis Splendor.

A encíclica Evangelium Vitae, divulgada em 1995, condena radicalmente a interrupção voluntária da gravidez e a eutanásia. Em maio, o Vaticano divulga a 12ª encíclica do Papa João Paulo II, Ut Unum Sint, conclamando a unidade de todos os cristãos – católicos, ortodoxos e protestantes –, seguindo a via aberta pelo Concílio Vaticano II.

As relações exteriores do Vaticano são marcadas pela intervenção ativa nas conferências convocadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), sempre sob a óptica conservadora do atual pontificado. Na Conferência do Cairo sobre a População, em abril, contesta o controle da natalidade através de métodos “não-naturais”. A mesma posição é reafirmada na Conferência sobre a Mulher, em setembro de 1995, em Pequim.

Ver também

Créditos: Anna Duarte.