Hydnora

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaHydnora
Classificação científica
Reino: Plantae
(sem classif.) magnoliídeas
Ordem: Piperales
Família: Aristolochiaceae
Subfamília: Hydnoroideae
Walpers
Género: Hydnora
Thunb.
Espécies
Ver texto.
Sinónimos[1]

Hydnora é um género de plantas parasitas, desprovidas de clorofila, descrito como género em 1775.[2][3] O género tem espécies em África, Madagáscar e na Península Arábica.[1][4][5] Oa membros do género Hydnora são polinizados com recurso a mimetismo do local de criação, um método de polinização em que a planta emite um odor que é atrativo para os insectos, de modo a que a planta possa prender o inseto e permitir que este retire o pólen para poder polinizar outras Hydnora.[6]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

O nome genérico Hydnora deriva do grego clássico ὕδνον, 'trufa',[7][8] devido à estrutura somática deste parasita radicular.[9]

O género inclui Hydnora inclui as seguintes espécies:[1]

Imagem Nome científico Distribuição
Hydnora abyssinica A.Br. Oman, Yemen, Arábia Saudita; S + C + SE + E África desde a Eritrea + Sudão à Namíbia + KwaZulu-Natal
Hydnora africana Thunb. Angola, Namíbia, Cape Province
Hydnora arabica [10]Bolin & Musselman Oman & Yemen
Hydnora esculenta Jum. & H.Perrier Madagáscar
Hydnora sinandevu Beentje & Q.Luke Kenya, Tanzania
Hydnora triceps Drège & E.Mey. Northern Cape Province, Namíbia
Hydnora visseri Bolin, E.Maass, & Musselman Northern Cape Province, Namíbia
O mapa do genoma plastidial altamente reduzido de uma espécie de Hydnora visseri.[11]

O género Hydnora apresenta um dos mais pequenos genomas plastidiais entre as plantas com flor,[12] pois em comparação com o genoma do cloroplasto de seus parentes fotossintéticos mais próximos, o plastoma de Hydnora visseri mostra extrema redução, tanto em tamanho (ca. 27 kilo pares de bases) como em conteúdo génico (apenas 24 genes parecem ser funcionais).[11]

Etnobotânica[editar | editar código-fonte]

Sabe-se que algumas espécies de Hydnora estão disponíveis nos mercados de ervas da África Austral, especialmente em Moçambique[13] e na África do Sul.[14]

Na África do Sul, diz-se que os imbola yesiXhosa usam uma pasta fina do rizoma de Hydnora em pó como tratamento para o acne e outras doenças da pele.[15] No Uganda, as espécies Hydnora são utilizadas como alimento (frutos) e como medicamento (rizomas) para a diarreia, hipertensão e diabetes,[16] embora estas afirmações não tenham sido confirmadas.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c Kew World Checklist of Selected Plant Families
  2. Thunberg, Carl Peter. 1775. Kongliga Vetenskaps Academiens Handlingar 36: 69, [1].
  3. Tropicos, Hydnora Thunb.
  4. Beentje, H. & Luke, Q. (2002). Hydnoraceae. Flora of Tropical East Africa: 1-8.
  5. Germishuizen, G. & Meyer, N.L. (eds.) (2003). Plants of Southern Africa: an annotated checklist. Strelitzia 14.: i-vi, 1-1231. National Botanical Institute, Pretoria.
  6. Thorogood, C. (2018). Hydnora : The strangest plant in the world? PLANTS, PEOPLE, PLANET, 1(1), 5–7. https://doi.org/10.1002/ppp3.9
  7. Bailly, Anatole (1 de janeiro de 1981). Abrégé du dictionnaire grec français. Paris: Hachette. ISBN 2010035283. OCLC 461974285 
  8. Bailly, Anatole. «Greek-french dictionary online». www.tabularium.be. Consultado em 24 de janeiro de 2017 
  9. Gledhill, David (6 de março de 2008). The Names of Plants (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 206. ISBN 9780521866453 
  10. BOLIN, JAY F.; LUPTON, DARACH; MUSSELMAN, LYTTON JOHN (9 de fevereiro de 2018). «Hydnora arabica (Aristolochiaceae), a new species from the Arabian Peninsula and a key to Hydnora». Phytotaxa (em inglês). 338 (1): 99. ISSN 1179-3163. doi:10.11646/phytotaxa.338.1.8Acessível livremente 
  11. a b Naumann, Julia; Der, Joshua P.; Wafula, Eric K.; Jones, Samuel S.; Wagner, Sarah T.; Honaas, Loren A.; Ralph, Paula E.; Bolin, Jay F.; Maass, Erika; Neinhuis, Christoph; Wanke, Stefan; dePamphilis, Claude W. (1 de fevereiro de 2016). «Detecting and Characterizing the Highly Divergent Plastid Genome of the Nonphotosynthetic Parasitic Plant Hydnora visseri (Hydnoraceae)». Genome Biology and Evolution (em inglês). 8 (2): 345–363. ISSN 1759-6653. PMC 4779604Acessível livremente. PMID 26739167. doi:10.1093/gbe/evv256 
  12. Lista de plastomas sequenciados: Plantas com flores
  13. Williams, V. L.; Falcão, M. P.; Wojtasik, E. M. (1 Abril 2011). «Hydnora abyssinica: Ethnobotanical evidence for its occurrence in southern Mozambique». South African Journal of Botany. 77 (2): 474–478. doi:10.1016/j.sajb.2010.09.010Acessível livremente 
  14. Williams, V. L.; Wojtasik, E. M.; Witkowski, E. T. F. (1 de abril de 2011). «Ethno-ecological evidence for Hydnora abyssinica occurring in Johannesburg and Durban traditional medicine markets». South African Journal of Botany. 77 (2): 268–279. doi:10.1016/j.sajb.2010.08.005Acessível livremente 
  15. Dold, Tony (2005). «Imbhola yesiXhosa Traditional Xhosa cosmetics». Veld and Flora. September: 123–125 
  16. NYAFUONO, JANE F.; BUKENYA, REMIGIUS Z.; ODYEK, OLWA (1 de janeiro de 2000). «Taxonomy and Ethnobotany of Hydnora in Lake Mburo National Park (uganda)». Israel Journal of Plant Sciences. 48 (2): 99–103. ISSN 0792-9978. doi:10.1560/NQBR-UN7F-464G-19WJ