Igreja de São José de Bolama

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Fachada da Igreja de São José em 2017

A Igreja de São José de Bolama é um templo católico situado na cidade de Bolama, na Praça Teixeira Pinto. Tem por padroeiro São José.[1] É sede da paróquia de São José de Bolama, na Diocese de Bafatá.[1]

A paróquia conta com um agrupamento de escuteiros, com o n.º 17, inicialmente fundado em 1968 e refundado em 2017.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Cartão-postal da primeira igreja de Bolama, c. década de 1900

Embora a freguesia de São José de Bolama tenha começado a ter existência legal a 16 de Maio de 1871, apenas dez anos depois contou com igreja e pároco.[3]

Uma das primeiras iniciativas do primeiro Governador da Guiné, Agostinho Coelho, foi encomendar à companhia belga Bournay a construção de uma igreja em ferro e tijolo em Bolama, requisitando a 6 de Agosto de 1879 ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar as alfaias para o culto, voltando a insistir no pedido a 12 de Dezembro de 1880, quando os trabalhos da capela de Bolama se achavam em vias de conclusão. Repete o mesmo pedido, pela última vez, a 21 de Janeiro de 1881, data em que chega a Bolama o Vigário-Geral da Guiné, Cónego Marcelino Marques de Barros, para ficar. Nesta data os trabalhos encontravam-se em vias de conclusão, tendo sido benzido o novo templo a 19 de Março de 1881, dia de São José. A entrega oficial da obra apenas ocorreu, no entanto, a 8 de Fevereiro do ano seguinte.[4]

Durante a sua estadia como pároco de Bolama, o Cónego Marcelino Marques de Barros fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, provavelmente semelhante à fundada na Ilha do Sal em 1870.[5]

A nova igreja apresentava na fachada um pequeno campanário, encimado por uma cruz,[4] dispondo de uma sacristia.[6] Este primeiro templo viria a ser completamente destruído por um incêndio na manhã de 3 de Novembro de 1909.[7] Segundo suposição do pároco de então, o incêndio teria sido causado pela fogueira que alguns indígenas fizeram para afugentar um enxame de abelhas que havia muitos anos vivia debaixo do soalho da sacristia.[6]

Igreja e residência paroquial em vias de conclusão, 1930

Uma nova igreja fora entretanto construída com o produto de uma subscrição pública na então Praça Sousa Guerra, mais tarde renomeada Teixeira Pinto, junto dos Paços do Concelho de Bolama.[8]

Após a morte do Cónego Pedro Tertuliano Ramos, vítima de 16 tiros disparados por um enfermeiro cabo-verdiano do Hospital de Bolama na madrugada de 17 de Abril de 1926, a paróquia ficou desprovida de sacerdote, havendo em toda a província da Guiné somente um padre.[9] A situação manteve-se até à nomeação do padre João Agusto de Sousa, ordenado na Diocese do Funchal, por provisão episcopal de 18 de Janeiro de 1930, tendo-se apresentando em Bolama a 22 de março daquele ano, abrindo ao culto o templo recém construído, e ocupando a nova residência paroquial.[9]

A residência paroquial viria a ser substancialmente aumentada cerca de 1940.[10]

Após a descolonização a igreja caiu em ruínas, tendo sido reconstruída em fins do século XX. Conserva no seu interior alguns azulejos da época da sua construção.[11]

Referências

  1. a b «Paróquia de São José • Ilha de Bolama». www.paroquiadesaojosedebolama.com. Consultado em 28 de maio de 2018 
  2. «BOLAMA: PROMESSA DE ESCUTEIROS E SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTû. diocesebafatagb.blogspot.pt. Consultado em 28 de maio de 2018 
  3. Pinto Rema 1982, p. 276.
  4. a b Pinto Rema 1982, p. 347.
  5. João Dias Vicente, "Subsídios para a biografia do Sacerdote Guineense", Lusitania Sacra, 2ª Série, Tomo IV, 1992, p. 424}}
  6. a b Pinto Rema 1982, p. 370.
  7. Pinto Rema 1982, p. 369.
  8. Anuário da Guiné Portuguesa, 1946, p. 306
  9. a b Pinto Rema 1982, p. 398.
  10. Pinto Rema 1982, p. 371.
  11. Joana Benzinho e Marta Rosa (2015). À Descoberta da Guiné-Bissau (PDF). [S.l.: s.n.] p. 106 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Pinto Rema, Henrique (1982). História das missões católicas da Guiné. [S.l.]: Editorial Franciscana