Institut de France

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Institut de France
Institut de France
Cúpula do Collège des Quatre-Nations, sede do Institut de France, visto da Pont des Arts.
Tipo Sociedade científica
Fundação 25 de outubro de 1795 (228 anos)
Sede Paris,  França
Línguas oficiais Francês
Presidente Philippe Taquet
Sítio oficial www.institut-de-france.fr

Institut de France, ou em português Instituto de França, é uma instituição académica francesa, fundada em Paris a 25 de Outubro de 1795, agrupando as cinco grandes academias nacionais francesas, entre as quais a prestigiosa Académie des Sciences, com quase 700 académicos franceses e estrangeiros recrutados de entre os intelectuais mais representativos de cada campo do saber. Cabe ao Institut de France administrar cerca de um milhar de fundações, bem como museus, castelos e palácios, a maioria aberta ao público. O Institut também atribui bolsas de investigação e prémios, sob recomendação das suas academias, que no ano de 2002 ultrapassaram os 5 000 000 de euros. A instituição é actualmente presidida por Gabriel de Broglie. O nome é também por vezes utilizado para referir o edifício onde a instituição está instalada, um dos mais marcantes de Paris, sito no endereço 23 quai Conti, no 6.º arrondissement de Paris.

As academias incluídas no Institut de France são: a Académie Française, fundada em 1635; a Académie des Inscriptions et Belles-Lettres, fundada em 1663; a Académie des Sciences, fundada em 1666; a Académie des Beaux-Arts, fundada em 1816; e a Académie des Sciences Morales et Politiques, fundada em 1795.

O Institut de France tem na sua dependência quatro bibliotecas de investigação:

História[editar | editar código-fonte]

A entrada principal do Institut de France, no quai Conti.

A Revolução Francesa levou à supressão das academias reais que existiam à época, as quais foram substituídas, de acordo com o artigo 298.º da Constituição francesa de 1795, a Constituição do ano III por um Instituto nacional, que nos termos daquele artigo tinha por missão recolher as descobertas e aperfeiçoar as artes e as ciências (Há para toda a República um instituto nacional encarregue de recolher as descobertas e de aperfeiçoar as artes e as ciências).

A lei orgânica que fixou a estrutura do Instituto foi publicada no dia 3 do Brumário do ano IV (10 de Outubro 1795), criando um Instituto nacional das ciências e das artes tendo como objectivo aperfeiçoar as ciências e as artes não interrompidas, a publicação das descobertas, a correspondência com as academias estrangeiras, o seguimento dos trabalhos científicos e literários que tenham por objecto a utilidade geral e a glória da República. Uma outra lei, datada do dia 15 do Germinal do ano IV (4 de Abril de 1796), regulamenta a nova instituição, fixando em detalhe as suas actividades (sessões de trabalho, sessões públicas e atribuição de prémios).

O Institut de France foi então dividido em três classes:

  1. Classe das ciências físicas e matemáticas, com dois presidentes, um para as ciências físicas e outro para as ciências matemáticas, organizado em 10 secções;
  2. Classe das ciências morais e políticas, com 6 secções;
  3. Classe de literatura e das belas-artes, com 8 secções.

Quando a Classe das ciências morais e políticas pareceu demonstrar pouca lealdade ao novo regime do Consulado, foi suprimida por um aresto de cônsules, datado de 24 de Janeiro de 1803 (3 do Brumário do ano XI), o qual também dividiu a terceira Classe em três novas Classes, ficando o Institut com a seguinte composição:

  1. Classe das Ciências Físicas e Matemáticas;
  2. Classe da Língua e Literatura Francesa;
  3. Classe das Línguas Clássicas e de História;
  4. Classe das Belas-Artes.

Em 1816, Louis XVIII, por intermédio do seu Ministro do Interior, Vincent-Marie Viénot de Vaublanc, conde de Vaublanc, reorganizou o Institut pelo seu decreto de 21 de Março de 1816, reorganização que também serviu de pretexto para excluir alguns dos membros da academia. Nesta reestruturação a designação de Academia é restaurada, passando a ser empregue para designar cada uma das classes. Surgem assim os nomes de Académie Française, Académie des Inscriptions et Belles-lettres e de Académie des Sciences, agora restabelecidas. A quarta das classes recebe o nome de Académie des Beaux-Arts.

Ao restabelecer, por decreto de 26 de Outubro de 1832, a Académie des Sciences Morales et Politiques, Louis-Philippe dá ao Institut de France a sua configuração actual.

O edifício-sede e o património administrado pelo Institut de France[editar | editar código-fonte]

O cardeal Jules Mazarin deixou em 1661 inscrita no seu testamento, e dotada com parte da sua enorme fortuna, a intenção de fundar um grande colégio onde pudessem ser recebidos pelo menos 60 gentis-homens oriundos das nações que tinham sido integradas nos domínios do rei de França pela Paz de Vestfália (1648) e pelo Tratado dos Pirenéus (1659), ou seja de Artois, da Alsácia, de Pignerol, do Roussillon e da Cerdanha). Por essa razão a instituição ficaria conhecida pelo nome "Collège des Quatre-Nations" (Colégio das Quatro Nações).

Como testamenteiro, Jean-Baptiste Colbert encarregou o arquitecto Louis Le Vau de preparar o projecto do edifício, o qual deveria ser construído de forma a fazer face ao pátio quadrado do Louvre na outra margem do rio Sena. Concluído o projecto, a construção foi realizada entre 1662 e 1688.

Em 1805, por ordem de Napoleão Bonaparte, o Institut de France foi instalado no edifício do Colégio, tendo então Antoine Vaudoyer recebido a incumbência de transformar a capela colegial em sala das sessões solenes das academias.

O Institut de France e as academias nele integradas administram, entre muitos outros bens culturais, os seguintes:

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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