Javaneses

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Javaneses
ꦮꦺꦴꦁꦗꦮ
ꦠꦶꦪꦁꦗꦮꦶ
Jovens javaneses (2019)
População total

c. 95 a 100 milhões

Regiões com população significativa
Indonésia 94 milhões
 Malásia 1,5 a 2 milhões
Taiwan 190 000 a 240 000 (2018) [1][2]
 Hong Kong 151 021 (2016) [3]
Arábia Saudita 150 000 (2014) [4][5]
Singapura Singapura 150 000 (2018) [6]
 Emirados Árabes Unidos 114 000 (2014) [7]
 Egito 108 000
Suriname 102 000 (2019) [8]
Jordânia 48 000 (2014) [7]
Sri Lanka 8 500 [9]
Omã Omã 33 000 (2014) [7]
 Catar 28 000 (2014) [7]
 Países Baixos 21 700 [10][11]
Macau 7 000 a 16 000 (2016) [12]
 Nova Caledónia 4 100 [13]
Línguas
Javanês e indonésio (predominantemente), além de neerlandês, francês, malásio, e Línguas crioulas de base malaia
Religiões
Islão sunita
  
64%
Cristianismo
  
19%
Religião étnica
  
12%
Hinduísmo
  
3%
Budismo
  
2%
Porcentagens na Indonésia[14]
Etnia
Austronésios
Grupos étnicos relacionados
Balineses, sundaneses, malaios do cabo, malaios das Ilhas Cocos, Malaios do Seri Lanca

O povo javanês (javanês: Ngoko: ꦮꦺꦴꦁꦗꦮ ( Wóng Jåwå ), Krama: ꦠꦶꦪꦁꦗꦮꦶ (Tiyang Jawi );[15] indonésio: Suku Jawa ou Orang Jawa ) são um grupo étnico austronésio nativo da ilha indonésia de Java. Com aproximadamente 100 milhões de pessoas,[16] eles formam o maior grupo étnico da Indonésia, e predominantemente localizados nas partes central e oriental da ilha. O povo javanês também é o maior grupo étnico de todo o Sudeste Asiático. Eles falam javanês, que faz parte das línguas austronésias. Há também um número significativo de descendentes de javaneses na maioria das províncias da Indonésia, Malásia, Singapura, Suriname, Egito, Arábia Saudita, Iêmen e Holanda .

A maioria do povo javanês se identifica como muçulmanos sunitas, com uma pequena minoria identificando-se como cristãos e hindus. No entanto, a civilização javanesa foi influenciada por mais de um milênio de interações entre o animismo nativo Kejawen e a cultura hindu-budista indiana, e essa influência ainda é visível na história, cultura, tradições e formas de arte javanesas. Criaram os maiores templos do mundo, como Prambanan e Borobudur. A cultura javanesa também tem um impacto na cultura marítima tradicional do Sudeste Asiático, especialmente em Brunei, Malásia, Singapura, sul da Tailândia e Filipinas. Na Malásia, as influências culturais javanesas tiveram um impacto profundo em muitos aspetos da cultura malaia moderna. A cultura javanesa influenciou muito a culinária malaia com muitos pratos como o satay e o sambal. Armas Kris, prática de batik, instrumentos musicais gamelão e fantoches wayang kulit foram introduzidos através de contatos entre malaios e javaneses. Com uma população global considerável, os javaneses são considerados significativos, pois são o quarto maior grupo étnico entre os muçulmanos no mundo depois dos árabes,[17] bengalis e punjabis.[18]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Expressões culturais javanesas, como wayang e gamelan, são frequentemente usadas para promover a excelência da cultura javanesa.

A cultura javanesa é uma das civilizações mais antigas e floresceu na Indonésia. Absorveu gradualmente vários elementos e influências de outras culturas, incluindo a reverência nativa por espíritos ancestrais e naturais, a civilização dharmica hindu e budista, valores islâmicos e, em menor grau, cristianismo, filosofia ocidental e ideias modernas.[19][20] No entanto, a cultura javanesa - especialmente no coração cultural javanês; aqueles de cultura aristocrática altamente polida dos queratons em Yogyakarta e Surakarta — demonstra alguns traços específicos, como preocupação particular com elegância e refinamento (javanês: alus), sutileza, polidez, cortesia, indireção, contenção emocional e consciência da estatura social.[21] A cultura javanesa valoriza muito a harmonia e a ordem social e abomina conflitos e desacordos diretos. Esses valores javaneses são frequentemente promovidos por meio de expressões culturais javanesas, como adança javanesa, gamelão, wayang e batik .

Gamelão é uma das expressões culturais javanesas que demonstram refinamento.

A cultura javanesa é tradicionalmente centrada nas províncias de Java Central, Joguejacarta e Java Oriental da Indonésia. Devido a várias migrações, também pode ser observada em outras partes do mundo, como o Suriname (onde 15% da população é de ascendência javanesa),[22] na maior parte do arquipélago indonésio,[23] África do Sul,[24] Malásia, Singapura, Holanda e outros países. Os migrantes trazem consigo vários aspetos das culturas javanesas, como a música gamelão, as danças tradicionais[25] e a arte do jogo de sombras Wayang kulit.[26] A migração do povo javanês para o oeste criou uma cultura javanesa costeira em Java Ocidental distinta da cultura sudanesa do interior.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «產業及社福外籍勞工人數-按國籍分». 行政院勞動部勞力發展署. Consultado em 10 de maio de 2018 
  2. «TKI di China Lebih Besar Dibandingkan Pekerja China di RI». Okezone.com (in Indonesian). 21 de dezembro de 2016. Consultado em 11 de maio de 2018 
  3. «Hong Kong». The World Factbook. Central Intelligence Agency. Consultado em 10 de maio de 2018 
  4. Kompasiana (2016). Kami Tidak Lupa Indonesia. [S.l.]: Bentang Pustaka. ISBN 9786022910046 
  5. Silvey, Rachel (2005), «Transnational Islam: Indonesian Migrant Domestic Workers in Saudi Arabia», in: Falah, Ghazi-Walid; Nagel, Caroline, Geographies of Muslim Women: Gender, Religion, and Space, ISBN 1-57230-134-1, Guilford Press, pp. 127–146 
  6. «TKI di Singapura Bisa Kirim Uang ke Kampung Lewat HP». Detik.com (in Indonesian). Consultado em 11 de maio de 2018 
  7. a b c d «1,3 Juta TKI Kerja di Timteng Terbanyak Arab Saudi». Detik.com (in Indonesian). Consultado em 11 de maio de 2018 
  8. «Suriname». The World Factbook. Central Intelligence Agency. 18 de dezembro de 2019. Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  9. Project, Joshua. «Javanese in Sri Lanka». joshuaproject.net (em inglês). Consultado em 26 de junho de 2021 
  10. Ko Oudhof, Carel Harmsen, Suzanne Loozen en Chan Choenni, "Omvang en spreiding van Surinaamse bevolkingsgroepen in Nederland" (CBS - 2011)
  11. Ko Oudhof en Carel Harmsen, "De maatschappelijke situatie van Surinaamse bevolkingsgroepen in Nederland" (CBS - 2011)
  12. «Ini Data TKA di Indonesia dan Perbandingan Dengan TKI di Luar Negeri». Kompas.com (in Indonesian). 23 de abril de 2018. Consultado em 11 de maio de 2018 
  13. Institut de la statistique et des études économiques de Nouvelle-Calédonie (ISEE). «Population totale, selon la communauté par commune et Province de résidence» (em francês). Arquivado do original (XLS) em 28 de setembro de 2007 
  14. Project, Joshua. «Javanese in Indonesia». joshuaproject.net (em inglês). Consultado em 11 de janeiro de 2023 
  15. Harjawiyana, Haryana; Theodorus Supriya (2001). Kamus unggah-ungguh basa Jawa. [S.l.]: Kanisius. 185 páginas. ISBN 978-979-672-991-3 
  16. Ananta, Aris; Arifin, Evi Nurvidya; Hasbullah, M. Sairi; Handayani, Nur Budi; Pramono, Agus (dezembro de 2015). Demography of Indonesia's Ethnicity (em indonésio). [S.l.]: Institute of Southeast Asian Studies. ISBN 978-981-4519-87-8. doi:10.1355/9789814519885. Consultado em 28 de dezembro de 2019 
  17. Margaret Kleffner Nydell Understanding Arabs: A Guide For Modern Times, Intercultural Press, 2005, ISBN 1931930252, page xxiii, 14
  18. Gandhi, Rajmohan (2013). Punjab: A History from Aurangzeb to Mountbatten. New Delhi, India, Urbana, Illinois: Aleph Book Company. ISBN 978-93-83064-41-0 
  19. Beatty, Andrew (1996). «Adam and Eve and Vishnu: Syncretism in the Javanese Slametan». The Journal of the Royal Anthropological Institute. 2 – via JSTOR 
  20. Aritonang, Jan Sihar; Steenbrink, Karel (2008). A History of Christianity in Indonesia. [S.l.]: Brill Publishers. pp. 639–730. ISBN 9789047441830 
  21. Robinson, S.O. (1987). «The Terminology of Javanese Kinship». Bijdragen tot de Taal-, Land- en Volkenkunde. 143: 7-12 – via JSTOR 
  22. Smith-Hefner, Nancy J. (1989). «A Social History of Language Change in Highland East Java». The Journal of Asian Studies. 48: 260-263 – via JSTOR 
  23. Shucker, M. A. M. (1986). Muslims of Sri Lanka: avenues to antiquity. [S.l.]: Jamiah Naleemia Inst. OCLC 15406023 
  24. Williams, Faldela (1988). Cape Malay Cookbook. [S.l.]: Struik. ISBN 978-1-86825-560-3 
  25. Matusky, Patricia Ann; Sooi Beng Tan (2004). The music of Malaysia: the classical, folk, and syncretic traditions. [S.l.]: Ashgate Publishing. pp. 107. ISBN 978-0-7546-0831-8 
  26. Osnes, Beth (2010). The Shadow Puppet Theatre of Malaysia: A Study of Wayang Kulit with Performance Scripts and Puppet Designs. [S.l.]: McFarland. 26 páginas. ISBN 978-0-7864-4838-8