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Sua mãe, de nome Amália era de [[Pavia (Mora)|Pavia]], no [[Alto Alentejo (província)|Alto Alentejo]], e foi viver para [[Évora]], onde se casou com José Cutileiro, um médico da [[Organização Mundial da Saúde]] aí sediado. Dos três filhos do casal, João Cutileiro é o do meio. |
Sua mãe, de nome Amália era de [[Pavia (Mora)|Pavia]], no [[Alto Alentejo (província)|Alto Alentejo]], e foi viver para [[Évora]], onde se casou com José Cutileiro, um médico da [[Organização Mundial da Saúde]] aí sediado. Dos três filhos do casal, João Cutileiro é o do meio. |
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Ao começar a utilizar máquinas eléctricas para executar o trabalho, dedica-se ao [[mármore]] e surgem as figuras , as paisagens as caixas e as árvores. Nos dez anos seguintes a [[1961]] faz cinco exposições em Lisboa e uma no [[Porto]] |
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Em [[1970]] regressa à pátria e instala-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]] e é lá que executa a sua obra mais polémica, ''D.Sebastião'', erguida nessa mesma cidade. |
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Essa obra confrontou o academismo do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] e recebeu fortes críticas e diz, numa frase irónica, que desistia da escultura, passando a ser apenas ''«um fazedor de objectos destinados à [[burguesia]] intelectual do ocidente»'' espantando os [[escultor]]es por, segundo ele próprio, ser essa mesma a função de um escultor, a de criador de peças decorativas. Esta frase pretende também menosprezar as críticas de quem o achava escultor menor. |
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Conquistou uma menção honrosa no [[Prémio Soquil]] no ano de [[1971]] e, cinco anos mais tarde as suas esculturas e mosaicos foram expostos em [[Wuppertal]] na [[Alemanha]], seguindo-se exposições em Évora ([[1979]], [[1980|80]] e [[1981|81]]) e, no ano de 1980, a sua obra volta à Alemanha, mas a [[Dortmund]]. Nesse mesmo ano, expões em [[Washington D.C.]] e na Sociedade Nacional de Belas Artes. No ano seguinte participou no Simpósio da Escultura em Pedra, na cidade de Évora e numa exposição na [[Jones Gallery]] em [[Nova Iorque]]. |
Conquistou uma menção honrosa no [[Prémio Soquil]] no ano de [[1971]] e, cinco anos mais tarde as suas esculturas e mosaicos foram expostos em [[Wuppertal]] na [[Alemanha]], seguindo-se exposições em Évora ([[1979]], [[1980|80]] e [[1981|81]]) e, no ano de 1980, a sua obra volta à Alemanha, mas a [[Dortmund]]. Nesse mesmo ano, expões em [[Washington D.C.]] e na Sociedade Nacional de Belas Artes. No ano seguinte participou no Simpósio da Escultura em Pedra, na cidade de Évora e numa exposição na [[Jones Gallery]] em [[Nova Iorque]]. |
Revisão das 14h31min de 10 de maio de 2014
João Pires Cutileiro é um escultor português, nascido em Lisboa a 26 de Junho de 1937. Sua mãe, de nome Amália era de Pavia, no Alto Alentejo, e foi viver para Évora, onde se casou com José Cutileiro, um médico da Organização Mundial da Saúde aí sediado. Dos três filhos do casal, João Cutileiro é o do meio.
Infância e Adolescência
Aos quatro (4) anos, Cutileiro muda-se para os Açores, para a ilha Terceira, onde se sitiava o novo posto de seu pai, e regressa ao continente em 1943.
Aí, em Lisboa, a sua casa foi frequentada pela chamada intelligentsia, um grupo de personalidades da época. António Pedro, um deles, trá-lo para desenhar no seu atelier, em 1946. Durante os dois anos que aí trabalhou, foi fortemente influenciado pelo Surrealismo.
Entre 1949 e 1951, passa a frequentar o estúdio de Jorge Barradas onde executa trabalhos de modelismo e de pintura, para além de vidrados de cerâmica. Descontente, muda-se para o atelier de António Duarte, onde é assistente de canteiro, voluntário, durante dois anos. Lá se dá o seu contacto com a pedra, pois tinha como trabalho ampliar os modelos do mestre canteiro, passá-los a gesso e, a esses últimos, metamorfoseá-los no mármore.
Com apenas catorze anos, no ano de 1951, Cutileiro apresenta a sua primeira exposição individual em Reguengos de Monsaraz, numa loja de máquinas de costura, mostrando esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
Completa o liceu no <a href=2"ws e é nesse período que apresenta a sua ideologia política, quando ingressa o MUD Juvenil.
A Caminho de Cabul, para visitar o seu pai que lá ficaria um ano, passou por Florença, onde se encantou pela obra de Miguel Ângelo e confirmou a certeza da fixação na escultura, que existia desde os seus seis anos, quando esculpiu um presépio. Na volta, inscreve-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa sendo aluno de Leopoldo de Almeida.
Não passa mais do que dois anos na referida Escola Superior, entre 1953 e 1954, por perceber que em Portugal o único material considerado prestável era o bronze e as pesquisas eram travadas. Sai do país e dirige-se a Londres, à Slade School of Art. Nesse curso desenvolveu a sua capacidade com o seu mestre escultor Reg Butler e no final recebeu três prémios: Composição, figura e cabeça.
Vida Profissional
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d8/Lisboa_Monumento_25_Abril.jpg/300px-Lisboa_Monumento_25_Abril.jpg)
Ao começar a utilizar máquinas eléctricas para executar o trabalho, dedica-se ao mármore e surgem as figuras , as paisagens as caixas e as árvores. Nos dez anos seguintes a 1961 faz cinco exposições em Lisboa e uma no Porto
Em 1970 regressa à pátria e instala-se em Lagos e é lá que executa a sua obra mais polémica, D.Sebastião, erguida nessa mesma cidade.
Essa obra confrontou o academismo do Estado Novo e recebeu fortes críticas e diz, numa frase irónica, que desistia da escultura, passando a ser apenas «um fazedor de objectos destinados à burguesia intelectual do ocidente» espantando os escultores por, segundo ele próprio, ser essa mesma a função de um escultor, a de criador de peças decorativas. Esta frase pretende também menosprezar as críticas de quem o achava escultor menor.
Conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil no ano de 1971 e, cinco anos mais tarde as suas esculturas e mosaicos foram expostos em Wuppertal na Alemanha, seguindo-se exposições em Évora (1979, 80 e 81) e, no ano de 1980, a sua obra volta à Alemanha, mas a Dortmund. Nesse mesmo ano, expões em Washington D.C. e na Sociedade Nacional de Belas Artes. No ano seguinte participou no Simpósio da Escultura em Pedra, na cidade de Évora e numa exposição na Jones Gallery em Nova Iorque.
A sua costela alentejana impulsiona-o a mudar-se para Évora no ano de 1985 e aí está exposta, na sua casa, uma grande parte do seu leque de obras.
As Meninas de Cutileiro, ironicamente chamadas, são provavelmente o tema mais famoso de Cutileiro e valeram-lhe (e valem) a mais distinta glória e dinheiro, mas também desprezo da parte de alguns.
No ano de 88, Cutileiro realiza exposições em Almansil, Macau e Lisboa e no ano seguinte faz novas exposições em Almansil e na Capital de Portugal. Em 1990 elabora uma exposição que se apresenta como a retrospectiva da sua arte em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. Daí resultou a armagura de só ver mostrada parte da sua obra e que não irira conseguir reunir todos os seus trabalhos de uma só vez.
Nos anos de 1992 e 93, o mestre realiza mais exposições em Bruxelas, Luxemburgo, Évora, Guimarães, Lagos, Almansil e Lisboa. Faz nos anos seguintes mais exposições.
Embora de grande prestígio e muito cobiçadas, poucas foram as suas peças edificadas publicamente após o D. Sebastião.