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Lúcio Emílio Paulo (cônsul em 219 a.C.)

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 Nota: Para outros significados, veja Emílio Paulo.
Lúcio Emílio Paulo
Cônsul da República Romana
Lúcio Emílio Paulo (cônsul em 219 a.C.)
Morte de Emílio Paulo na Batalha de Canas (216 a.C.)
1773. Por John Trumbull, no Ateneu da Universidade de Yale, nos EUA.
Consulado 219 a.C.
216 a.C.
Morte 2 de agosto de 216 a.C.[1]
  Batalha de Canas

Lúcio Emílio Paulo (m. 216 a.C.; em latim: Lucius Aemilius Paullus) foi um político da gente Emília da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 219 e 216 a.C., com Marco Lívio Salinador e Caio Terêncio Varrão respectivamente.

Família e política

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Emílio Paulo filho de Marco Emílio Paulo, cônsul em 255 a.C. e pai de Lúcio Emílio Paulo Macedônico,[2] a quem Plutarco dedicou um dos seus livros em "Vidas Paralelas". Sua filha, Emília Tércia, casou-se com Cipião, o Africano. Foi, durante toda sua vida, um membro do grupo mais conservador da aristocracia romana e foi apoiado em seu segundo consulado por esta facção justamente para contrastar a influência dos plebeus de Terêncio Varrão.

Primeiro consulado (219 a.C.)

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Foi eleito cônsul pela primeira vez em 219 a.C. com Marco Lívio Salinador. Junto com o colega, conduziu a Segunda Guerra Ilírica contra os ilírios de Demétrio de Faros. Os dois foram vitoriosos e obrigaram Demétrio a fugir para a corte de Filipe V da Macedônia. A vitória foi celebrada por um triunfo. Logo depois, foram processados pelos tribunos da plebe, acusados de não terem dividido corretamente o butim. Salinador foi condenado e Emílio Paulo escapou por pouco.[3]

O Senado sempre considerou suspeita a introdução de quaisquer novos ritos religiosos em Roma e, por isso, ordenou, durante o primeiro mandato de Paulo, que os santuários de Ísis e Serápis, recém-construídos em Roma, fossem destruídos. Porém, quando nenhum trabalhador se atrevia a tocar nos edifícios sagrados, o próprio Emílio tirou sua toga pretexta, tomou um machado nas mãos e arrombou as portas de um deles.[4]

Segunda Guerra Púnica

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Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica

Emílio Paulo foi um pontífice,[5] mas não se sabe em qual ano.

Segundo consulado (216 a.C.)

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Ver artigo principal: Batalha de Canas

Foi eleito cônsul novamente com Caio Terêncio Varrão em 216 a.C., o terceiro ano da Segunda Guerra Púnica.[1] Segundo o relato de Políbio, Varrão, que estava no comando das operações quando o exército romano encontrou com as forças de Aníbal, decidiu enfrentar o general cartaginês numa batalha campal, apesar do parecer contrário de Emílio Paulo.[2][6] A Batalha de Canas terminou com uma catastrófica derrota para os romanos.[7] Emílio Paulo perdeu a vida em combate, mas Varrão conseguiu escapar.[8] Segundo a tradição, Paulo teria morrido heroicamente, recusando-se a fugir com um cavalo que lhe ofereceram e preferindo lutar com seus homens.[9]

A interpretação historiográfica moderna colocou em dúvida o clássico relato polibiano, provavelmente influenciado pelo viés positivo do autor em relação ao combate de Emílio Paulo, pai de Públio Cornélio Cipião Emiliano, o grande protetor de Políbio; na realidade, é provável que os dois cônsules estivessem de acordo sobre o confronto contra Aníbal em Canas e é possível que o próprio Emílio Paulo, o cônsul mais experiente, tenha efetivamente assumido o comando supremo das operações naquele dia.[10]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Lúcio Vetúrio Filão (suf.)

com Quinto Lutácio Cátulo (suf.)

Lúcio Emílio Paulo
219 a.C.

com Marco Lívio Salinador

Sucedido por:
Públio Cornélio Cipião

com Tibério Semprônio Longo

Precedido por:
Cneu Servílio Gêmino

com Marco Atílio Régulo II (suf.)

Lúcio Emílio Paulo II
216 a.C.

com Caio Terêncio Varrão

Sucedido por:
Tibério Semprônio Graco

com Lúcio Postúmio Albino III


Referências

  1. a b Políbio III, 106, 1.
  2. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Emílio, 2.3
  3. Broughton, p. 236.
  4. Valério Máximo I, 3. § 3
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 21.7.
  6. Políbio III, 113.1-5.
  7. Broughton, p. 247-53.
  8. Políbio III, 113-117.
  9. Lívio, Ab Urbe Condita Epit 22.10.
  10. G. Daly, La battaglia di Canne, pp. 186-188.
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Fontes primárias

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Fontes secundárias

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