Ladeira da Preguiça
Ladeira da Preguiça | |
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Salvador, Brasil | |
Vista para a baía a partir da ladeira. | |
Tipo | ladeira |
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A ladeira da Preguiça é uma via pública localizada em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.
Origem do nome[editar | editar código-fonte]
A preguiça citada no nome da ladeira refere-se ao fato de que as mercadorias eram transportadas do porto para a cidade, fosse nas costas de escravos, fosse em carretas puxadas por bois — e empurradas por escravos. A elite da época, a qual residia em casarões ao longo da via, costumava divertir-se com gritos de "sobe preguiça!" ao presenciar os escravos subindo penosamente a ladeira, sob o peso de sacos de mercadorias pesando até 60 quilogramas ou empurrando carretas abarrotadas.[1]
Todavia, corroborando a imagem folclórica, preconceituosa e elitista de que os baianos (em geral) e os soteropolitanos (em particular) são preguiçosos,[2] a página oficial da Secretaria de Turismo da Cidade de Salvador, sustenta a ideia de que os escravos, reclamando do trabalho pesado, diziam que subir a ladeira "dava preguiça".[3]
História[editar | editar código-fonte]
A ladeira da Preguiça foi uma das três primeiras ladeiras construídas em Salvador (provavelmente, já no século XVII[4]), após a abertura das ladeiras da Misericórdia e da Conceição. Cumpria então o papel de ligar o porto da cidade à Cidade Alta.[3] Sua importância de outrora pode ser mensurada pelo fato da praia do bairro Dois de Julho ter recebido seu nome: Litoral da Preguiça.
Gradualmente preterida por em prol de vias de acesso mais rápido, depois de passar por um longo período de abandono, hoje existe um levante popular e cultural que fomenta o resgate e a cultura local. executado por moradores, tendo sido declarada toda ladeira como um centro cultural.
Na cultura popular[editar | editar código-fonte]
Uma das mais famosas referências à ladeira da Preguiça foi feita na canção homônima, composta por Gilberto Gil em 1971 e gravada, entre outros, por Elis Regina.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Adriana Menezes (2005). «Mito ou identidade cultural da preguiça». Ciência e Cultura. ISSN 0009-6725. Consultado em 2 de dezembro de 2008
- ↑ Fabrício Marques. «A invenção da indolência». Revista Pesquisa Fapesp nº 103
- ↑ a b «Ladeira da Preguiça - Centro». Secretaria de Turismo da Cidade de Salvador. Consultado em 2 de dezembro de 2008
- ↑ Eneida de Almeida, Luis Octávio da Silva, Marta Bogéa e Yopanan C. P. Rebello (2007). «Território de contato : ladeira da misericórdia, salvador, Bahia». Revista aU. Consultado em 2 de dezembro de 2008
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- DÓREA, Luiz Eduardo. Os nomes das ruas contam histórias. Salvador: Câmara Municipal do Salvador, 1999.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Os 80 anos de Macunaíma e a desconstrução do mito do "brasileiro preguiçoso", in TV Brasil
- Santana, Jussilene (11 de setembro de 2001). «Um pouco da História do Comércio mostra a importância da região para a cidade». Correio da Bahia
- Após décadas de marginalização, Ladeira da Preguiça respira cultura, notícia da Tribuna da Bahia.
- «Ladeiras em Salvador fazem parte e marcam a história da capital baiana»