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O irmão mais velho de Lenin, [[Alexandre Uliánov]], ainda com 21 anos, um estudante em São Petersburgo, envolveu-se no grupo de extrema esquerda [[Pervomartovtsi]] e foi um dos cúmplices numa das muitas tentativas de assassinar o Czar [[Alexandre III da Rússia]]. Foi condenado à morte em 1887. Isto teria grandes consequências para o irmão, que se radicalizaria nos anos seguintes.vai tomar no cú |
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===Estudos de direito em Kazan=== |
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Predefinição:Político Lênin ou Lenine (Simbirsk, 10 de abril de 1870 – Gorki, Moscou, 21 de janeiro de 1924) foi um revolucionário russo, responsável em grande parte pela execução da Revolução Russa de 1917, líder do Partido Comunista, e primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da União Soviética. Influenciou teoricamente os partidos comunistas de todo o mundo, e suas contribuições resultaram na criação de uma corrente teórica denominada leninismo. Diversos pensadores e estudiosos escreveram sobre a sua importância para a história recente, entre eles o historiador Eric Hobsbawm, para quem Lenin teria sido "o personagem mais influente do século XX".[1]
Biografia
Origens
Nascido Vladimir Ílitch Uliánov (em russo Влади́мир Ильи́ч Улья́нов) em 22 de abril de 1870 no calendário juliano, adotou posteriormente o nome de Vladimir Ilitch Lenin (em russo Влади́мир Ильи́ч Ле́нин).
Seu pai, Ilia Uliánov, foi inspector das escolas da província de Simbirsk. Homem extremamente religioso, apoiava as reformas de Alexandre II e aconselhava os jovens a não cairem no radicalismo.
Durante a vida de Lenin, sua origem nobre foi largamente ignorada; foi apenas quando Stalin desejou realizar uma mitologização de Lenin como um ente semidivino e fonte da legitimidade do seu próprio poder, que os problemas começaram. Segundo Orlando Figes e outros, esta origem nobre foi uma fonte de embaraço para os biógrafos stalinistas, que escolheram ressaltar, entre os antepassados de Lenin, seu avô paterno, Nikolai Uliánov, filho de um servo, que trabalhou como alfaiate em Astrakhan, no Volga. Apenas Nikolai era em parte calmuco (e sua mulher Anna, completamente — Lenin tinha feições claramente típicas dos mongóis) e isso era inconveniente para o nacionalismo grão-russo do regime stalinista. Sob este ponto de vista, os antepassados de Lenin do lado materno eram-lhe motivos de ainda mais constrangimento. Maria Alexandrovna, sua mãe, era a filha de Alexander Blank, um judeu converso, que se fez médico e dono de terras em Kazan. Ele era filho de Moiche Blank, um comerciante judeu de Volínia, que casou com uma sueca chamada Anna Ostedt. Os antepassados judeus de Lenin foram sempre ocultados pelo regime stalinista; quando foi sugerido a Stalin, por Anna Uliánov em 1945, que tais fatos pudessem ser usados para combater o anti-semitismo, Stalin ordenou que "nenhuma palavra" fosse repetida sobre isso.[2]
Juventude
De acordo com Orlando Figes: "Ao contrário do mito soviético segundo o qual Lenin ainda de fraldas já era um avultado teórico do marxismo, o líder da revolução bolchevique entrou relativamente tarde para a política. Com 16 anos de idade ele era ainda religioso e não mostrava qualquer interesse na política. No liceu em Simbirsk, as suas principais cadeiras foram filologia clássica e literatura".
Por ironia do destino, o director do liceu de Simbirsk onde Lenin estudou foi Fiodor Kerenski, pai do futuro rival de Lenin, e que escreveu em 1887 (último ano de liceu de Lenin) um relatório exemplar sobre este jovem: "Religião e disciplina foram a base da sua educação, cujos frutos se tornam claros nas suas excelentes maneiras".
Ao terminar o liceu, nada indicava que Lenin se viria a transformar num revolucionário. Orlando Figes: "tudo indicava antes que ele iria seguir os passos do seu pai e fazer uma excelente carreira na burocracia czarista".
E ainda Figes: "Na sua juventude (Lenin) era orgulhoso de se poder designar como "filho de um nobre". Uma vez descreveu-se mesmo na polícia como "Vladimir Ulyanov, de nobre família". Após a morte de seu pai, sua família vivia confortavelmente dos arrendamentos e das vendas dos terrenos de sua mãe. No entanto, ele, como tantos outros jovens promissores de classe média da época, acabaria por alienar-se do regime czarista devido à severidade com que este agia para marginalizar elementos tidos por politicamente suspeitos.
O irmão
O irmão mais velho de Lenin, Alexandre Uliánov, ainda com 21 anos, um estudante em São Petersburgo, envolveu-se no grupo de extrema esquerda Pervomartovtsi e foi um dos cúmplices numa das muitas tentativas de assassinar o Czar Alexandre III da Rússia. Foi condenado à morte em 1887. Isto teria grandes consequências para o irmão, que se radicalizaria nos anos seguintes.vai tomar no cú
Estudos de direito em Kazan
Nesse ano de 1887, Lenin, com 17 anos de idade, foi estudar direito em Kazan. Ali, logo tomou contacto com um outro grupo de revolucionários moldados no Vontade do Povo. Ainda nesse ano, foi preso, juntamente com outros, numa manifestação de estudantes movida por reivindicações de cunho estritamente acadêmico. Como consequência, foi-lhe proibida a continuação dos estudos. Em 1890 foi readmitido na Universidade, porém apenas como estudante "externo" autorizado a prestar exames anuais, mas não a freqüentar a universidade.
Doutrinação
Foi nestes anos que Lenin se tornou um marxista. Sua primeira grande paixão revolucionária, no entanto, foi Tchernichevski e em particular sua obra Que fazer?, que o "converteu" definitivamente ao ideal revolucionário, anos antes de ter lido Marx. A obra de Tchernichevski falava da criação de um "novo homem" russo através da auto-disciplina e da auto-estilização, capaz de superar o que o senso comum da época considerava serem os traços comuns da "alma" russa, a passividade, a melancolia e o alcoolismo. Em Lenin, nos seus primeiros anos de marxista, existe uma convicção de que o desenvolvimento capitalista da Rússia seria uma pré-condição necessária do socialismo, na medida em que apenas a modernização industrial da Rússia, o desenvolvimento da disciplina associada à generalização do trabalho industrial assalariado, seriam capazes de elevar a consciência política do povo russo a níveis tais que tornassem possível a derrubada da autocracia czarista e a constituição de uma república democrática - contrariamente às teses dos populistas, que consideravam que o socialismo russo se desenvolveria nos quadros da comuna camponesa tradicional. Esta associação da modernidade ao capitalismo industrial, no entanto, não era uma idéia original de Lenin. Já encontrava-se nas obras do fundador do marxismo russo, Plekhanov, ao qual ele se associaria no seu primeiro exílio, no início do século XX, como redator do jornal da emigração marxista (social-democrata) russa no exílio, o 'Iskra' (centelha).
A originalidade de Lenin manifestar-se-ia na discussão sobre os estatutos do Partido Operário Social Democrata Russo, em 1903, quando do segundo congresso deste partido, no qual Lenin argumentou pela constituição de um partido centralizado e dirigido por intelectuais com intensa formação teórica marxista, em oposição à tese de um partido organizacionalmente frouxo, que limitasse-se a se enquadrar à atividade sindical do movimento operário. Para Lenin, a mera agitação sindical, desprovida de uma base doutrinária voltada para o socialismo, acabava por reduzir-se a reivindicações parcelárias por maiores salários e menos horas de trabalho, que aceitavam a exploração capitalista enquanto tal, visando apenas minorá-la. Para que tal agitação levasse à refundação socialista da sociedade burguesa, seria necessário a existência de marcos teóricos claros, associados não apenas aos interesses específicos da classe operária, mas de todas as questões sociais, políticas, culturais, religiosas etc., referentes à situação concreta da sociedade como um todo. Neste sentido, a consciência socialista, que os sindicalistas supunham ser um traço ontológico da classe operária, para Lenin só poderia chegar à mesma classe operária 'de fora' dela mesma, mediante o trabalho teórico e de agitação de intelectuais de classe média.
Guerra Civil
Dmitri Volkogonov[3] afirma que durante a guerra civil Lenin ordenou a seus comandantes o fuzilamento de transgressores por uma ampla variedade de crimes, como participação em conspiração, resistência à prisão, ocultamento de armas, desobediência, comportamento atrasado, atuação descuidada e falsos testemunhos, contribuindo, com suas ordens e instruções, para exacerbar a crueldade.
O terror
Dmitri Volkogonov[4] também afirma que a idéia do sistema de campos de concentração (os Gulags), e os terríves expurgos dos anos 30, são normalmente associados ao nome de Stalin, mas o verdadeiro "pai" dos campos de concentração bolcheviques, as execuções, e o terror em massa, era Lenin. Nos antecedentes do terror implantado por Lenin, se torna fácil entender os métodos inquisitoriais de Stalin, o qual era capaz de executar alguém apenas baseado em suposições [5].
O Terror Vermelho era crucial na luta de Lenin pelo poder, segundo Anne Applebaum[6], e os campos de concentração eram cruciais para esta política. Eles foram mencionados no primeiro decreto do Terror Vermelho, que demandava a detenção e prisão de importantes representantes da burguesia, donos de terras, industriais, comerciantes, padres contra-revolucionários, e oficiais anti-soviéticos, e estabelecia o seu isolamento em campos de concentração.
Críticas
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A principal crítica feita contra Lenin, inclusive por alguns setores da esquerda[carece de fontes], é em relação à sua suposta participação na construção do Estado policial autoritário nos primórdios da União Soviética[carece de fontes], processo este que mais tarde foi seguido e aprimorado por Stalin. Outros sectores baseiam-se na conquista de liberdades que se seguiu à vitória bolchevique (autodeterminação, distribuição de terras aos camponeses pobres, leis do divórcio e do aborto, liberdade de criação artística, etc) para situar a ruptura ditatorial com essa dinâmica precisamente na morte de Lenin e a consolidação do poder da burocracia.
Na primeira visão, afirma-se que em maio de 1919, 16 mil pessoas foram confinadas em um antigo campo czarista de trabalhos forçados chamado Katorga[carece de fontes], e que em setembro de 1921 foram enviadas mais de 70 mil[carece de fontes].
Outros dados sem documentar falam de entre 50 mil a 200 mil execuções sumárias de "inimigos da classe" durante o regime de Lenin[carece de fontes]. Durante a Guerra Civil, em 1918, seriam executados o Czar Nicolau II e toda a família imperial, sob suas ordens. Destaca-se também a repressão à revolta dos marinheiros de Kronstadt (Março de 1921), que resultaria na morte e na deportação de milhares de marinheiros. Os factos são controversos, já que também do lado bolchevique houve 10.000 vítimas no confronto com os alçados de Kronstadt. [7] [8]
Segundo grande parte de seus muitos defensores, como o norte-americano John Reed ou o belga Victor Serge, biógrafo de Lenine, o seu papel de organizador e director da primeira revolução proletária triunfante não impediu que tentasse evitar "a efusão de sangue" no caminho à vitória. [9]
Victor Serge, vítima da repressão stalinista e testemunha directa do processo revolucionário e exilado da URSS em 1936, exculpa explicitamente Lenine pela deriva repressiva e reconhece a sincera entrega da velha guarda bolchevique à causa da revolução mundial. Reconhecendo erros no Partido Bolchevique, apoia a experiência revolucionária russa, se bem que afirme que as novas lutas anticapitalistas deverão assumir novas formas no futuro [10].
Principais obras
Notas
- ↑ Revista História Viva, Grandes Temas, N° 18, pp. 46 — SECCO, Lincoln — A Trajetória de um intelectual revolucionário.
- ↑ Figes, Orlando — A People's Tragedy — The Russian Revolution 1891–1924, Penguin, 1998 — p. 142.
- ↑ Volkogonov, Dmitri - Lenin: A New Biography, Free Press, 1994 - pág.202
- ↑ Volkogonov, Dmitri - Lenin: A New Biography, Free Press, 1994 - pág.235
- ↑ Dmitri Volkogonov - Lenin: A New Biography - Free Press - 1994 - pág.235
- ↑ Anne Applebaum - Gulag: A History - Anchor - 2004 - pág.9
- ↑ Filho, Daniel Aarão Reis. Século XX. Volume II. O tempo das crises. Revolução fascismos e guerras. Civilização Brasileira, Rio de janeiro, 2005, pp. 56-57
- ↑ Trotsky, Leon. Alarme por Kronstadt (New International, abril de 1938)
- ↑ Serge, Víctor. A verdadeira personalidade de Lenine. La Batalla (publicação do POUM, 1937)
- ↑ Serge, Victor. Trinta anos depois da Revolução Russa, 1947
Ligações externas
- 80 anos sem Lênin Site com as principais obras de Lênin disponíveis
- Lênin, Arquiteto da Revolução Artigo de Schmidt Von Köln traduzido para o português
- Estátuas e retratos de Lenin
Principais obras para leitura
- Lénine 1905, Duas Tácticas da Social-Democracia na Revolução Democrática
- Lénine 1910, As lições da Revolução
- Lénine 1911, À Memória da Comuna
- Lénine 1913 Três fontes e as três partes constitutivas do Marxismo
- Lénine 1914, Karl Marx - Esboço biográfico e uma exposição do Marxismo
- Lénine 1914, Marxismo e Revisionismo
- Lénine 1916, O Oportunismo da II Internacional
- Lénine 1917, Cartas de Longe
- Lénine 1917, Teses de Abril
- Lénine 1917, O Estado e a Revolução
- Lénine 1918, A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky
Precedido por — |
líder da União Soviética 1917 — 1924 |
Sucedido por Josef Stalin |
Veja Também:
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