Saltar para o conteúdo

Língua dácia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dácio
Falado(a) em: Romênia, norte da Bulgária, leste da Sérvia; também (possivelmente): Moldávia, sudoeste da Ucrânia, sudeste da Eslováquia, leste da Hungria, sul da Bulgária, norte da Grécia, Turquia europeia e noroeste da Anatólia
Extinção: provavelmente século VI
Família: Indo-europeia
 Daco-trácio?
  Dácio
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: xdc

O dácio é uma língua extinta, que se desenvolveu a partir do proto-indo-europeu (PIE) na região dos Cárpatos por volta de 2500 a.C., e provavelmente deixou de ser falada em 600. No século I, era o idioma predominante da antiga região da Dácia, provavelmente da Mésia e algumas regiões vizinhas. As evidências disponíveis, que são escassas, sugerem que o dácio pertenceria ao grupo satem das línguas indo-europeias.[1][2]

O dácio é considerado por alguns estudiosos[3] como um dialeto do trácio, ou vice-versa; o termo daco-trácio (ou traco-dácio) é utilizado por alguns linguistas para descrever este idioma comum, ou o ramo do indo-europeu do qual estes dialetos teriam se originado. Também é considerado por outros linguistas, no entanto, um idioma separado do trácio, porém com algum parentesco com ele e o frígio;[4] ou um idioma sem qualquer relação com estas duas línguas com exceção da distante origem indo-europeia comum, como propôs Vladimir Georgiev em 1977. [5]

Restam pouquíssimos vestígios do idioma dácio. Ao contrário do frígio, sabe-se apenas de uma única inscrição dácia que tenha sobrevivido até os tempos modernos.[6][7] Em fontes literárias antigas, existe uma lista de nomes de plantas e ervas medicinais em dácio mencionada em diversos textos,[8][9] que inclui cerca de 60 nomes de plantas mencionadas por Dioscórides.[10] O dácio também conhecido a partir de 1 150 nomes próprios[7][11] e cerca de 900 topônimos.[7] Algumas palavras do albanês e do romeno podem ter se originado a partir de idiomas antigos dos Bálcãs, como o dácio (ver Lista de palavras de origem dácica).

Referências

  1. Oltean 2007, p. 45.
  2. MacKenzie 1986, p. 26.
  3. Baldi (1983) e Trask (2000)
  4. Edwards, I. E. S.; Gadd, C. J.; Hammond, N. G. L. (1970). Cambridge ancient history. Cambridge: Cambridge University Press. p. 840. ISBN 978-0-521-07791-0 
  5. Georgiev 1977, p. 282.
  6. Asenova 1999, p. 212.
  7. a b c Nandris 1976, p. 730.
  8. Dioscórides
  9. Pseudo Apuleio
  10. Glanville & 1998 120.
  11. Petrescu-Dîmbovița 1978, p. 130.

Obras antigas

[editar | editar código-fonte]

Obras modernas

[editar | editar código-fonte]
  • Asenova, Petja (1999). Bulgarian in Handbuch der Südosteuropa-Linguistik. [S.l.]: Wiesbaden, Harrassowitz. ISBN 978-3-447-03939-0 
  • Baldi, Philip, Ph.D. (1983). An Introduction to the Indo-European Languages. [S.l.]: Southern Illinois University Press. ISBN 978-0-8093-1091-3 
  • I. E. S. Edwards, C. J. Gadd, N. G. L. Hammond (1971) The Cambridge Ancient History: Early History of the Middle East Cambridge University Press, ISBN 978-0-521-07791-0 1971
  • Georgiev, Vladimir (1977): The Thracians and their Language
  • Price, Glanville (1998). Encyclopedia of the languages of Europe. Malden, Mass.: Blackwell. ISBN 0-631-22039-9 
  • MacKenzie, Andrew (1986). Archaeology in Romania: the mystery of the Roman occupation. [S.l.]: Hale 
  • Nandris, John (1976). The Dacian Iron Age A Comment in a European Context in Festschrift für Richard Pittioni zum siebzigsten Geburtstag. [S.l.]: Wien, Deuticke, Horn, Berger. ISBN 978-3-7005-4420-3 
  • Oltean, Ioana Adina (2007). Dacia: landscape, colonisation and romanisation. [S.l.]: Routledge. ISBN 0-415-41252-8 
  • Petrescu-Dîmbovița, Mircea (1978). Scurta istorie a Daciei Preromane. [S.l.]: Junimea 
  • Trask, Robert Lawrence (2000). The dictionary of historical and comparative linguistics. [S.l.]: Edinburgh University Press. ISBN 978-0-7486-1001-3