Maurícia Leonor de Portugal
Maurícia Leonor de Portugal | |
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Nascimento | século XVII Delft |
Morte | 15 de junho de 1674 Bergen op Zoom |
Batizado | 10 de maio de 1609 |
Progenitores | |
Cônjuge | George Frederick, Príncipe de Nassau-Siegen (1606-1674) |
Irmão(ã)(s) | Maria Belgica of Portugal, Manuel António of Portugal |
Título | princesa |
Maurícia Leonor de Portugal (Delft, 10 de maio de 1609 - Bergen op Zoom, 25 de junho de 1674), também conhecida como Mauritia Eleonora do Crato, foi uma princesa portuguesa, sendo a nona dos dez filhos de D. Manuel, Príncipe de Portugal (1568-1638), filho do auto-proclamado rei português D. António de Portugal, Prior do Crato, e de D. Emília, Princesa de Orange e Condessa de Nassau (1569-1629), filha de Guilherme I, Príncipe de Orange, e de Ana, Princesa da Saxónia e Condessa de Hesse.[1][2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Oriunda do seio da família real portuguesa, sendo bisneta de D. Luís, Príncipe de Portugal e Duque de Beja, filho do rei D. Manuel I de Portugal, após a crise sucessória de 1580 e a auto-proclamação ao trono pelo seu avô D. António de Portugal, Prior do Crato, seguindo-se a consequente perda do título apenas um mês depois na Batalha de Alcântara para Filipe II de Espanha, em 1580 o seu pai, D. Manuel, então príncipe de Portugal, partiu em busca de exílio para França e posteriormente para a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, onde se casou em segredo com a princesa Emília de Orange, a 17 de novembro de 1597, em Haia.[3][4] Fruto desse evento, não aprovando a união secreta de sua irmã com o aristocrata português, Maurício, Príncipe de Orange, baniu a sua irmã da corte durante dez anos, obrigando o recém-casado casal a viver em Delft e Roterdão durante os primeiros anos do seu casamento.[5][6]
Fruto do casamento dos seus pais, D. Maurícia Leonor de Portugal, também conhecida pela alcunha de Mauke, nasceu a 10 de maio de 1609, sendo a nona dos dez filhos do casal. Era irmã de D. Maria Bélgica de Portugal (1598-1647), D. Manuel António de Portugal (1600-1666), D. Emília Luísa de Portugal (1603-1670), D. Luís Guilherme de Portugal, 1º Marquês de Trancoso (1604-1660), D. Ana Luísa Frísia de Portugal (1605-1669), D. Juliana Catarina de Portugal (1607-1680) e D. Sabina Delphica de Portugal (1612-1670), tendo a primeira e quinta filha do casal falecido durante o parto.
Anos mais tarde, após a sua mãe e o seu tio reconciliarem-se, a família passou a viver na corte real de Orange, contudo, devido a divergências entre o príncipe Maurício e D. Manuel, que apoiava a infanta Isabel Clara Eugénia da Espanha, inimiga da Casa de Orange, pouco depois o seu pai partiu para Bruxelas, onde foi aceite na corte espanhola. Abandonada pelo seu marido, Emília de Nassau partiu para a Suíça, onde passou a residir no Castelo de Prangis, com as suas filhas.[7]
Após a morte da sua mãe em 1629, D. Maurícia Leonor de Portugal regressou aos Países Baixos. Vivendo na corte do seu tio Frederick Henry, Príncipe de Orange e Estatuder da República Holandesa e de sua esposa Amália de Solms-Braunfels, a aristocrata portuguesa que partilhava o quarto com a condessa Louise Christine de Solms-Braunfels, irmã mais nova da sua tia, tornou-se numa forte aliada de Amália de Solms-Braunfels, sendo lhe pedido para espiar e convencer a sua prima Louise Henriette de Nassau a se casar com Frederico Guilherme, eleitor de Brandemburgo, após Carlos II da Inglaterra a ter recusado para matrimónio.[8][9][10]
Após o casamento de Louise Christine com Frederico Guilherme em dezembro de 1646, como agradecimento pelas suas acções, Amália de Solms-Braunfels arranjou o casamento de D. Maurícia Leonor de Portugal, então com 38 anos, com George Frederick, Príncipe de Nassau-Siegen (1606-1674) a 4 de junho de 1647 em 's-Gravenhage, actual cidade de Haia, onde passou a residir.[11][12]
Faleceu a 25 de junho de 1674, em Bergen op Zoom, sem deixar descendência.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Elizabeth (Queen, consort of Frederick I, King of Bohemia), Briefe der Elisabeth Stuart, Königin von Böhmen, an ihren Sohn, den Kurfürsten Carl Ludwig von der Pfalz: 1650-1662 (Google eBook), Litterarischer Verein in Stuttgart, 1902, p. 89
- ↑ Wilhelmus Theodorus Maria Frijhoff Hans de Waardt, Liefde in Holland, Uitgeverij Verloren, 1998, p 237
- ↑ Vaz, João Pedro (2005). Campanhas do prior do Crato, 1580-1589: entre reis e corsários pelo trono de Portugal. [S.l.]: Tribuna da História
- ↑ Beaucour, Fernand Emile (1972). Un fidèle de l'empereur en son epoque: Jean Mathieu Alexandre Sari (1792-1862) (em francês). [S.l.]: Société de Sauvegarde du Chateau Impérial de Pont de Briques
- ↑ Borschberg, Peter (31 de julho de 2015). Journal, Memorials and Letters of Cornelis Matelieff de Jonge: Security, Diplomacy and Commerce in 17th-century Southeast Asia (em inglês). [S.l.]: NUS Press
- ↑ Vincent, Jacques (1986). Trois amoureuses, ou, Les châtelaines de Prangins au XVIIe siècle (em francês). [S.l.]: Slatkine
- ↑ Broomhall, Susan; Gent, Jacqueline Van (12 de agosto de 2016). Gender, Power and Identity in the Early Modern House of Orange-Nassau (em inglês). [S.l.]: Routledge
- ↑ Marika Keblusek, Princely display: the court of Frederik Hendrik of Orange and Amalia van Solms, Historical Museum, 1997, p. 35
- ↑ Nyevelt, baroness Suzette van Zuylen van (1906). Court Life in the Dutch Republic, 1638-1689 (em inglês). [S.l.]: J. M. Dent & Company
- ↑ Keblusek, Marika; Zijlmans, Jori (1997). Princely Display: The Court of Frederik Hendrik of Orange and Amalia Van Solms (em inglês). [S.l.]: Historical Museum
- ↑ Sminia, Hobbe Baerdt van (1858). Vervolg van het overzigt van de alba amicorum uit de XVIde en XVIIde eeuwen (em neerlandês). [S.l.]: Brandenburgh
- ↑ Klotzsch, Johann Friedrich; Grundig, Immanuel (1776). Sammlung vermischter Nachrichten zur sächsischen Geschichte (em alemão). [S.l.]: Stößel