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Revisão das 16h32min de 30 de agosto de 2011
Menés | ||||
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Africanus: Mênês Eusebius: Mênês | ||||
Faraó do Egito | ||||
Sucessor | Hórus Aha? | |||
Aquele que persevera[4] |
Menés (Arábico: مينا; Grego: Μήνης;[4] egípcio: Meni) foi um faraó do Antigo Egito da Época Tinita, creditado pela tradição clássica como o unificador do Alto e Baixo Egito, e como o fundador da primeira dinastia.[5]
A identidade de Menés é um tema de debate em curso, embora o consenso geral dos egiptólogos[1][2][3] identifica Menés como o faraó protodinástico Narmer (também creditado como unificador do Egito) como o primeiro faraó, evidenciado por diferentes titularias reais nos registros históricos e arqueológicos, respectivamente.
Nome e identidade
HIERÓGLIFO | |||||||||
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Menés |
O comumente usado Menés deriva de Maneton, um historiador egípcio e sacerdote que viveu durante o período ptolomaico. Maneton usou o nome na forma Μήνης (transliterado: Mênês).[4][6] Na forma grega alternativa, Μιν (transliterado: Min) foi citado pelo historiador Heródoto no século V a.C.,[7] uma variante não muito considerada em resultado da contaminação a partir do nome do deus Min.[8] A forma egípcia, Meni, é tomado pela listas reais de Turim e Abidos (datadas da XIX dinastia).[6]
O nome, Menés, significa "Aquele que persevera", que, Edwards (1971) sugere, pode ter sido cunhado como "um mero epíteto descritivo denotando um semi-legendário herói [...] cujo nome havia sido perdido".[4] Em vez de uma pessoa em particular, o nome pode ocultar coletivamente os faraós protodinásticos Ka, Escorpião II e Narmer.[4]
Menés e Narmer
A quase completa ausência de qualquer menção de Menés no registro arqueológico,[4] e a comparável riqueza de evidências de Narmer, uma figura protodinástica creditada por descendentes e no registro arqueológico como um firme reivindicador[2] da unificação do Alto e Baixo Egito, tendo dado origem para a teoria de que identifica Menés como Narmer.
A principal referência arqueológica de Menés é uma placa de marfim de Naqada que mostra o nome Hórus real Aha (o faraó Hórus Aha) próximo a um edifício, dentro do qual está o nome nebty real mn,[9] geralmente tomado como sendo Menés.[4][10] Disto, várias teorias sobre a natureza do edifício (uma cabine funerária ou um santuário), o significado da palavra mn (um nome ou um verbo perdura) e a relação entre Hórus Aha e Menés (como uma pessoa ou um faraó sucessor) tem surgido.[1]
As listas reais de Turim e Abidos, geralmente aceitas como sendo corretas,[1] listam os nomes nebty dos faraós, não seus nomes de Hórus,[2] e são vitais para a reconciliação de vários registros: os nomes nebty na listas reais, os nomes de Hórus nos registros arqueológicos e o número de faraós da I dinastia de acordo com Maneton e outras fontes históricas.[2]
Petrie fez a primeira tentativa para esta tarefa,[2] associando Iti com Djer como o terceiro faraó da I dinastia, Teti (Turim) (ou outro Iti [Abidos]) com Hórus Aha como segundo faraó, e Menés (um nome nebty) com Narmer (um nome Hórus) como primeiro faraó da I dinastia.[1][2] Lloyd (1994) achou esta sucessão "extremamente provável",[2] e Cervelló-Autuori (2003), categoricamente afirma que "Menés é Narmer e a Primeira Dinastia começou com ele".[3]
História
A antiga tradição atribui a Menés a honra de ter unido o Alto e Baixo Egito em um único reino[6][11] e tornando-se o primeiro faraó da I dinastia.[12] No entanto, seu nome não aparece existentes peças dos Anais Reais (Pedra do Cairo e Pedra de Palermo), que é uma lista real fragmentada que foi esculpida em uma estela da V dinastia. Ele tipicamente aparece fontes mais tardias como o primeiro humano a governar o Egito, diretamente herdando o trono do deus Hórus.[13] Ele também aparece em outra, muito mais tardia, lista real, sempre como o primeiro faraó humano do Egito. Menés também aparece em romances demóticos do período greco-romano, demonstrando que, mesmo que tardiamente, ele foi considerado uma figura importante.[14]
Menés foi visto como uma figura fundadora por grande parte da história do Antigo Egito, similar a Rômulo na Roma Antiga.[15] Maneton registra que Menés "levou o exército transversalmente na fronteira e ganhou grande glória".[12]
Capital
Maneton associou a cidade de Tinis com as primeiras dinastias (Dinastia I e II) e, em particular, Menés, um "tínita" ou nativo de Tinis.[12] Heródoto contradiz Maneton ao afirmar que Menés fundou a cidade de Mênfis como sua capital[16] após desviar o curso do rio Nilo através da construção de um dique.[17] Maneton atribui a construção de Mênfis para o filho de Menés, Atótis,[12] e chama os faraós da III dinastia como "menfitas".[18] No entanto é pouco provável que apenas durante o reinado do sucessor de Menés, a capital tenha sido transferida para Mênfis, pois, sua localização possibilitaria um mais eficiente controle sobre o recém-incorporado Baixo Egito assim como das rotas comerciais com o Oriente Próximo.[19]
Locais como Hierakonpolis e Naqada, por sua importância durante o período pré-dinástico, receberam templos.[19] Da mesma forma, Abidos foi mantida como necrópole da I dinastia.[19]
Influência cultural
Diodoro Sículo afirma que Menés introduziu a adoração dos deuses e a prática de sacrifícios[20] tão bem quanto um mais elegante e luxuoso estilo de vida.[20]
Por esta última invenção, a memória de Menés foi desonrada pelo faraó da XXIV Dinastia Tefnakht, e Plutarco menciona um pilar de Tebas sob o qual foi inscrito uma maldição contra Menés como o introdutor da ostentação.[20]
Episódio do crocodilo
Diodoro Sículo recorda uma história de Menés,[21] relatada pelos sacerdotes do deus crocodilo Sobek de Crocodilópolis, em que o faraó Menés, atacado por seus próprios enquanto caçava,[22] fugiu atravessando o lago Moeris nas costas de um crocodilo e, em agradecimento, fundou a cidade de Crocodilópolis.[23][22][24]
Edwards (1974) afirma que "a lenda, que está, obviamente, cheia de anacronismos, é manifestamente desprovida de valor histórico",[24] mas Mastepo (1910), embora reconhecendo a possibilidade de que as tradições relativas a outros reis podem ter-se misturado com essa história, rejeita a sugestão de alguns comentadores[25] de que a história deve ser transferida para o faraó Amenemhat III da XII dinastia e não vê nenhuma razão para duvidar de que Diodoro não registrou corretamente uma tradição de Menés.[22]
Joseph (2004) interpreta a história como uma alegoria para a vitória de Menés e seus aliados em sua guerra de unificação, e em que os inimigos de Menés são simbolizados insultuosamente como os cães.[23]
Faber (1816), tendo a palavra campsa o significado tanto de crocodilo como arca e preferindo este último, identifica Menés como Noé e toda a história como um mito do dilúvio.[26]
Morte
Segundo Maneton, Menés reinou por 62 anos e foi morto por a Dilma.[12][27]
Outros usos
Alguns estudiosos afirmam que o nome do rei Minos quem governou a Antiga Creta é derivado de Menés assim como os nomes Tsar , Cáisere "Czar" são derivados de César.[28] Como não há nenhuma menção de Menés nos registros arqueológicos egípcios, é também possível que seu nome foi derivado de Minos.
Na cultura popular
Alexander Dow (1735/6-1779), um dramaturgo e orientalista escocês, escreveu a tragédia Sethona, situada no Antigo Egito, em que o personagem principal, Menés, é descrito na dramatis personæ como "próximo herdeiro masculino para a coroa" agora usada por Serápis, e foi interpretado por Samuel Reddish em uma produção de 1774 por David Garrick no Teatro Drury Lane.[29]
Referências
- ↑ a b c d e Edwards 1971: 13
- ↑ a b c d e f g h Lloyd 1994: 7
- ↑ a b c Cervelló-Autuori 2003: 174
- ↑ a b c d e f g Edwards 1971: 11
- ↑ Beck et al. 1999
- ↑ a b c Etheredge 2008
- ↑ Herodotus: 2.4.1, 2.99.1ff.
- ↑ Lloyd 1994: 6
- ↑ Gardiner 1961: 405
- ↑ Originalmente, o título real completo de um faraó era nome de Hórus "x" nome nebty "y". Para abreviar, apenas um elemento pode ser usado, mas a escolha varia entre as circunstâncias e o período. Na I dinastia, o nome de Hórus foi usado por um faraó vivo, o nome nebty por um morto. (Lloyd 1994: 7)
- ↑ Maspero 1903: 331
- ↑ a b c d e Verbrugghe and Wickersham 2001: 131
- ↑ Shaw and Nicholson 1995: 218
- ↑ Ryholt 2009
- ↑ Manley 1997: 22
- ↑ Herodotus: 2.99.4.
- ↑ Herodotus: 2.109
- ↑ Verbrugghe and Wickersham 2001: 133
- ↑ a b c Narmer II
- ↑ a b c Elder 1849: 1040
- ↑ Diodorus (n.d.): 45
- ↑ a b c Maspero 1910: 235
- ↑ a b Joseph 2004: 99
- ↑ a b Edwards 1974: 22
- ↑ e.g. Elder 1849: 1040: in defiance of chronology
- ↑ Faber 1816: 195
- ↑ Sayce and Gibbon 1906: 15
- ↑ R.Wunderlich.The secret of Creta".Efstathiadis group. Athens 1987 p. 171
- ↑ Dow 1774
Bibliografia
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- Diodorus Siculus (n.d.). Bibliotheca historica. 1. [S.l.: s.n.]
- Dow, Alexander (1774). Sethona: a tragedy, as it is performed at the Theatre Royal in Drury Lane. London: T. Becket
- Elder, Edward (1844). «Menes». In: Smith, William. Dictionary of Greek and Roman biography and mythology 🔗. 2. Boston: Charles C. Little and James Brown.
- Faber, George Stanley (1816). The origin of pagan idolatry: ascertained from historical testimony and circumstantial evidence. 3. 2. London: F. and C. Rivingtons
- Gardiner, Alan (1961). Egypt of the Pharaohs. Oxford: Oxford University Press
- Herodotus (n.d.). The Histories. [S.l.: s.n.]
- Joseph, Frank ([2002] 2004). The destruction of Atlantis: compelling evidence of the sudden fall of the legendary civilization. Rochester, Vermont: Bear & Company. ISBN 1591430194 Verifique data em:
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(ajuda) - Lloyd, Alan B. ([1975] 1994). Herodotus: Book II. Leiden: E. J. Brill. ISBN 9004041796 Verifique data em:
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(ajuda) - Maspero, Gaston (1903). «History of Egypt». In: Sayce, Archibald Henry. History of Egypt, Chaldea, Syria, Babylonia, and Assyria. 9. N.p.: Kessinger Publishing Ligação externa em
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(ajuda) - Maspero, Gaston; Sayce, Archibald Henry (ed.); McClure, M. L. (trans.) ([1894] 1910). The dawn of civilization: Egypt and Chaldæa. London: Society for Promoting Christian Knowledge. ISBN 9780766177741 Verifique data em:
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(ajuda) - Manley, Bill (1997). The Penguin Historical Atlas of Ancient Egypt. London: Penguin. ISBN 0140513310
- Rachewiltz, Boris de (1969). «Pagan and magic elements in Ezra Pound's works». In: Hesse, Eva. New approaches to Ezra Pound. Berkeley, California: University of California Press.
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- Shaw, Ian; Nicholson, Paul (1995). The Dictionary of Ancient Egypt. N.p.: Harry N. Abrams, Inc. ISBN 0-8109-9096-2
- Verbrugghe, Gerald P.; Wickersham, John M. ([1996] 2001). Berossos and Manetho, introduced and translated. Ann Arbor: The University of Michigan Press. ISBN 047208687 Verifique
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(ajuda) Verifique data em:|data=
(ajuda) - Waddell, L. A. (1930). Egyptian civilization: Its Sumerian origin. London: n.p. ISBN 9780766142732
Ligações externas
- Narmer: Titulary
- The Contendings of Horus and Seth
- Image of Menes on Aldokkan Ancient Egyptian Civilization
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