Narubia Werreria

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Narubia Werreria
Nascimento 18 de abril de 1987[1]
Etnia Karajá (Iny)

Narubia Werreria (18 de abril de 1987, Goiânia[2]) é uma ativista ambiental indígena do Brasil. Atualmente cursa Direito na Universidade Federal do Tocantins.

Vida pregressa[editar | editar código-fonte]

Werreria vem de uma família Karajá (Iny) no Tocantins, na Ilha do Bananal. Os Karajá são parte de um povo indígena que fica nos estados de Goiás, Tocantins, e Mato Grosso no vale do Rio Araguaia, e que têm mais de dois séculos de contato e convivência com as sociedades nacionais.[3]

Ela pode traçar seu envolvimento no ativismo à influência de seu pai, João Werreria. João é um geógrafo e um líder Karajá influente que já trabalhou na Fundação Nacional do Índio(FUNAI).[4] Quando nasceu Narubia, ele era Chefe da Casa dos Índios em Goiânia. Então, ele se tornou pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) e eventualmente mudou sua família para a aldeia de Hãwalo.[5]

Narubia e sua família viviam em um barco enquanto o pai visitava outras aldeias e prestava assistência médica e odontológica através da IASD. O trabalho de seu pai dentro das comunidades atraiu Narubia para os movimentos sociais.

Na sua aldeia, frequentava reuniões que pautavam educação. Até mesmo sua mãe, Lennymar, é uma ativa membra líder da comunidade, tendo atuado técnica em enfermagem e presidente da Associação de Mulheres Indígenas AHIMA.[6] Mais tarde, Narubia ajudou a fundar uma associação de mulheres e se tornou secretária.[5]

Carreira como ativista[editar | editar código-fonte]

Werreria, hoje em dia uma estudante de Direito na Universidade Federal do Tocantins, acredita que os brasileiros devem conhecer seus direitos e não ter medo de lutar por eles.[7]

Em 2014, depois que 8 jovens Iny - incluindo sua própria prima - se suicidaram, Werreria iniciou uma campanha contra a crescente crise.[8] Ela escreveu uma petição chamada “Presidente do Brasil, Dilma Rousseff: Salvem os jovens Iny (Karajá e Javaé) do suicídio.” Além disso, para lidar com a questão do suicídio, ela desenvolveu um projeto junto a uma equipe multidisciplinar universitária para pesquisar sobre saúde mental entre os Iny.

No 2015, Werreria criticou os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI) por não incluir a maioria das etnias brasileiras, e por fazer privado o evento com dinheiro público. Ela acusou a cidade de Palmas de usar os jogos em benefício do prefeito e da própria cidade sem fazer nada pelos povos indígenas. Ela então pediu a criação de uma Comissão parlamentar de inquérito (CPI) para resolver essas preocupações. Durante os jogos, ela participou de protestos contra PEC 215, que demarcaria Terras Indígenas e Áreas Quilombolas, e denunciou a destruição de terras brasileiras pelo agronegócio.

Werreria também tem uma carreira artística; no campo das artes plásticas, ela pinta quadros em tinta acrílica e desenha. Em 2015, ela realizou uma exposição no Palácio Araguaia, na qual onze de suas telas e desenhos ficaram à disposição do público para visitação.[9] Ela utiliza a "beleza de formas intuitivas e geométricas que são padrões encontrados no universo e na natureza".[1]

Referências