Olinto Antonio Pegoraro

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Olinto Antonio Pegoraro
Morte 26 de janeiro de 2019
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação filósofo, professor universitário
Empregador(a) Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Olinto Antonio Pegoraro foi um filósofo e professor universitário brasileiro, com trabalhos acerca de ética, bioética e história. Foi professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutorou-se em filosofia pela Universidade Católica de Louvain em 1972, com tese orientada por Alphonse De Waelhens sobre imaginação e tempo em Heidegger. Foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia entre os anos de 1988 e 1990.[1] [2] [3]

Primeiros estudos acadêmicos[editar | editar código-fonte]

Estudou em seminário e ordenou-se padre. Obteve graduação em filosofia após estudar de 1950 a 1954 no Instituto Pio XII.[4] De 1961 a 1963, estudou filosofia na Universidade de São Tomás; e, sob a orientação de J. Delbos, obteve o título de mestre com dissertação A verdade em Tomas de Aquino e Kierkegaard.[4]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Relatividade dos modelos: Ensaios filosóficos. Vozes, 1979.
  • Ética é justiça. Vozes, 1995.
  • Ética e bioética: Da subsistência à existência. Vozes, 2002.
  • Introdução à ética contemporânea. Uapê, 2005.
  • Ética dos maiores mestres através da história. Vozes, 2006. (2ª ed. Vozes, 2019.)
  • Imaginação e tempo em Heidegger. Uapê, 2006.
  • Freud, ética e metafísica: O que ele não explicou. Vozes, 2008.
  • Sentidos da história. Vozes, 2011.
  • Ética Da Solidariedade Antropocósmica. Mauad, 2014.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em 1979, houve uma controvérsia originada na PUC-Rio que mobilizou a opinião pública e mereceu dois editoriais do Estado de S. Paulo,[5] um de O Globo[6] e outros dois do Jornal do Brasil.[7], que ficaram favoráveis à professora Anna Maria Moog Rodrigues e contra o Departamento de Filosofia da PUC.[8] Ela, professora do departamento de filosofia então dirigido por Raul Landim, pedira demissão ao descobrir que o departamento vetara um texto de sua apostila por razões ideológicas, e fora acompanhada pelo colega Antonio Paim. O texto era um excerto de Pluralismo e liberdade, de Miguel Reale. Nas palavras de Landim: "A Direção propôs, e foi aceito pela maioria significativa dos professores ali presentes, que o referido texto não fosse incluído numa apostila oficial do Departamento, face ao caráter polêmico e controvertido das atividades políticas do professor Reale."[9] O então Pe. Olinto A. Pegoraro se posiciona a favor do Departamento, e contra a professora, nos artigos A apostila da PUC[10] e Liberdade, processo e Academia.[11]

Já na condição de ex-padre, Olinto Pegoraro se manifestou na Folha de S.Paulo em favor do fim do celibato para padres.[12]

Referências

  1. «Falecimento Prof. Olinto Pegoraro, professor do Departamento de Filosofia entre 1971 e 1981». Núcleo de Memória PUC-Rio. 26 de janeiro de 2020. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  2. «Olinto Antonio Pegoraro». Plataforma Lattes. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  3. «Histórico da ANPOF». ANPOF. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  4. a b Cf. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2444153007649216.
  5. "Em defesa da universidade", 21/3/1979, e "A opção totalitária dos intelectuais", 27/3/1979.
  6. "Discriminação ideológica", 20/3/1979.
  7. "Filosofia intolerante", 18/3/1979, e "Pela liberdade", 20/3/1979
  8. Os editoriais se encontram transcritos em PAIM (1979), Liberdade acadêmica e opção totalitária, pp.23-35.
  9. Jornal do Brasil, "Diretor da PUC contesta acusações de professora", 15/3/1979 apud PAIM, op. cit., p. 15. Ênfase acrescentada.
  10. Jornal do Brasil, 28/3/1979, apud PAIM, op. cit., pp. 63-66.
  11. Jornal do Brasil, 30/4/1979, apud PAIM, op. cit., p. 98-102.
  12. "Por uma revisão da formação do clero", 14/4/2010: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1404201008.htm

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Antonio Paim, Liberdade acadêmica e opção totalitária: Um debate memorável. Artenova, 1979.