Onegésio
Onegésio | |
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Nascimento | I milénio |
Ocupação | político |
Onegésio (em grego clássico: Όνηγήσιος; translit.: Onegésios) foi um poderoso logades (ministro) huno que supostamente detinha poder superado apenas pelo de Átila.[1] Segundo Prisco de Pânio, ele "sentou-se em uma cadeira à direita do rei", e isso sugere que servia como um dos principais apoiadores de Átila.[2]
História
[editar | editar código-fonte]Prisco de Pânio, que esteve em uma embaixada junto a Átila em 448 ou 449 EC, diz que Onegésio morava na mesma aldeia muito populosa em que Átila residia.[3][4] Segundo ele:
"Depois do complexo do rei, a [casa] de Onegésio era magnífica e também possuía uma parede de troncos. A dele não estava equipada com torres, como a de Átila; contudo, tinha um banho, não muito longe da parede circundante, que Onegésio, como o homem mais destacado entre os citas [hunos] depois de Átila, construiu transportando pedras de Peônia [...] o arquiteto do banho foi trazido de Sirmio, como prisioneiro de guerra [...] Onegésio fez dele o atendente de banho, para servi-lo e a seus companheiros, enquanto eles estavam tomando banho.".[5]
Onegésio e seu irmão Escotas eram pessoas de interesse para os romanos, em sua conspiração fracassada de assassinar Átila em 448 ou 449 EC,[6] que incluía Crisáfio e o huno Edecão. Contudo, Onegésio estava ausente na maior parte do tempo, e os romanos se aproximaram de Escotas.[7]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O nome de Onegésio foi registrado em grego, pelos romanos, como Ὂνηγήσιος (Onēgēsios). O mesmo nome pode ser encontrado na Vida de São Lupo, mas escrito como Hunigásio.[8] Otto J. Maenchen-Helfen e Omeljan Pritsak consideraram os finais -os / us ou -ios / ius como uma adição grega ao nome.[9][1]
Maenchen-Helfen considera o nome de origem germânica oriental, reconstruindo-o como Hunigis, um nome atestado em outro lugar.[9] Ele argumenta que o primeiro elemento, hun-, provavelmente significa "filhote de urso, jovem urso" ou "alto". [10]
Omeljan Pritsak julga que o nome seria Onegesi / Hunigasi e teria raízes no mongol * ünen (verdade) e no sufixo oguz gās-i.[11] A forma reconstruída é na verdade um epíteto * üne-gāsi (honesto, fiel, verdadeiro, leal),[12] que refere-se ao comportamento demonstrado por Onegésio em relação a Átila.
Outros sugeriram etimologias turcas. L. Rásonyi derivou o nome do túrquico oneki (doze), uma etimologia que Maenchen-Helfen rejeita.[13] F. Altheim e R. Stiehl o derivaram do turco on-iyiz, que significa "quem comanda dez", uma referência ao sistema de organização do comando em grupos de dez, comum dentre os povos das estepes. [14]
Referências
- ↑ a b Pritsak 1982, p. 459.
- ↑ Given 2015, p. 72.
- ↑ Given 2015, p. 60.
- ↑ Heather 2007, p. 318.
- ↑ Given 2015, p. 60–61.
- ↑ Given 2015, p. 43, 48, 52.
- ↑ Given 2015, p. 48, 52.
- ↑ Maenchen-Helfen 1973, pp. 388-389.
- ↑ a b Maenchen-Helfen 1973, p. 388.
- ↑ Maenchen-Helfen 1973, p. 388–389.
- ↑ Pritsak 1982, p. 459–460.
- ↑ Pritsak 1982, p. 460.
- ↑ Maenchen-Helfen 1973, p. 389.
- ↑ Kim 2015, p. 85.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- Kim, Hyun Jin (2015). The Huns. Routledge (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9781138841758
- Maenchen-Helfen, Otto J. (1973). The World of the Huns: Studies in Their History and Culture. University of California Press. [S.l.: s.n.] ISBN 9780520015968
- Pritsak, Omeljan (1982). The Hunnic Language of the Attila Clan (PDF). Harvard Ukrainian Research Institute. IV. [S.l.: s.n.] ISSN 0363-5570
- Heather, Peter (2010). Empires and Barbarians: The Fall of Rome and the Birth of Europe. Oxford University Press. [S.l.: s.n.] ISBN 9780199752720
- Heather, Peter (2007). The Fall of the Roman Empire: A New History of Rome and the Barbarians. Oxford University Press. [S.l.: s.n.] ISBN 9780195325416
- Given, John P. (2015). The Fragmentary History of Priscus: Attila, the Huns and the Roman Empire, AD 430–476. Arx Publishing. [S.l.: s.n.] ISBN 9781935228141