Oxum Niquê

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Marieta Vitória Cardoso
Oxum Niquê
Marieta Vitória Cardoso em seu terreiro
Morte 26 de fevereiro de 1984[a]
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Cargo Ialorixá do Casa Branca do Engenho Velho

Marieta Vitória Cardoso (m. Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 1984), comumente referida pelo seu nome religioso Oxum Niquê (Oxum Niké), foi uma importante candomblecista da Bahia que serviu como a sétima ialorixá da Casa Branca do Engenho Velho (Ilê Axé Iá Nassô Ocá). Foi durante sua administração que se iniciou o processo de tombamento do terreiro.

Vida[editar | editar código-fonte]

Marieta Vitória Cardoso, a Oxum Niquê (Oxum Niké),[1][2] assumiu a posição ialorixá da Casa Branca do Engenho Velho (Ilê Axé Iá Nassô Ocá), sendo ela a sétima ocupante do posto, em sucessão de Maria Deolinda Gomes dos Santos, a Papai Oquê. Sua gestão transcorreu de 1968 a 1984. Foi sucedida pela filha da antecessora, Altamira Cecília dos Santos, a Mãe Tatá Oxum Tomilá,[3] após um interregno de um ano no qual quem administrou Casa Branca foi a iaquequerê Juliana da Silva Baraúna na condição de ialaxé.[4] Seu orixá de filiação era Oxum.[5]

Em 20 de fevereiro de 1983, seu nome foi honorariamente incluído na lista de envolvidos na comissão da Diretoria de Patrimônio que havia sido criado em Salvador, por influência do então prefeito Renan Baleeiro (1981–1983), para decidir o destino de monumentos históricos da cidade, particularmente a Casa Branca.[6] Sua posição na comissão era titular, pois desde o começo de 1982 se ausentou para o Rio de Janeiro em tratamento de saúde, onde faleceria em 26 de fevereiro de 1984.[7] Pouco tempo após sua morte, concluíram as deliberações que acarretaram no tombamento da Casa Branca como Patrimônio Cultural Brasileiro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).[8][9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Maria Deolinda dos Santos (Papai Oquê)
Ialorixá do Casa Branca do Engenho Velho
1968 — 1985
Sucedido por
Altamira Cecília dos Santos (Mãe Tatá Oxum Tomilá)

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ As fontes se contradizem quando à data da morte de Marieta. Clóvis Moura fornece o ano de 1985,[3] enquanto Nei Lopes dá o ano de 1984.[1] Ordep Serra, em seu artigo à Afro-Ásia, dá a data de 26 de fevereiro de 1984.[7]

Referências

  1. a b Lopes 2014.
  2. Morim 2014.
  3. a b Moura 2004, p. 91.
  4. Serra 2005, p. 177, nota 14; 182.
  5. Santana 1998, p. 26.
  6. Serra 2005, p. 176-177.
  7. a b Serra 2005, p. 177, nota 14.
  8. Serra 2005, p. 182-183.
  9. IPHAN.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lopes, Nei (2014). «Ilê Axé Iá Nassô Oká». Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro 
  • Moura, Clóvis; Moura, Soraya Silva (2004). «Casa Branca». Dicionário da escravidão negra no Brasil. São Paulo: Edusp. ISBN 85-314-0812-1 
  • Santana, Alice (1998). Candomblé afro-brasiliano. Macumba, magia, riti, cerimonie. Roma: Hermes Edizioni 
  • Serra, Ordep (2005). «Monumentos Negros: Uma Experiência». Afro-Ásia. 33: 169-205