Palmeira-imperial: diferenças entre revisões
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No [[Brasil]], o primeiro exemplar de ''Roystonea oleracea'', a ''Palma Mater'', foi plantada no [[Jardim Botânico do Rio de Janeiro]] pelo príncipe regente [[dom João VI]], em 1809 <ref name=MATER1>JOBIM, Leopoldo C. ''Os Jardins Botânicos no Brasil Colonial''. Lisboa: Biblioteca do Arquivo do Museu de Lisboa, v. 2, n° 1, 1986, p.91</ref><ref name=MATER2>DEAN, Warren. ''A ferro e fogo: a história da devastação da Mata Atlântica brasileira''. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 143.</ref>. Fora presenteada a dom João VI por um dos sobreviventes de uma fragata, o oficial da [[Marinha Portuguesa|Armada Real]] Luís Vieira e Silva. Por um erro histórico, dizia-se que tinha sido trazida do ''Jardim Gabrielle'', de onde vieram muitas plantas, principalmente durante as [[Guerras Napoleônicas]]. Porém o ''Jardim Gabrielle'' era nas [[Guianas]] e as primeiras plantas que chegaram ao [[Brasil]], na verdade, vieram das [[Ilhas Maurício]], do ''Jardim La Pamplemousse'', obtidas clandestinamente por Luiz de Abreu Vieira e Silva, que as ofereceu a dom João VI. Quando foi plantada por dom João VI, a primeira ''Roystonea oleracea (Palmae)'' brasileira passou a ser conhecida como palmeira-imperial <ref name=PALMEIRA>[http://www.jbrj.gov.br/historic/palmater.htm ''Palma Mater'' Jardim Botânico do Rio de Janeiro]</ref>. A ''Palma Mater'' floresceu pela primeira vez em 1829. Deste exemplar plantado em 1809, descendem todas as palmeiras-imperiais do Brasil, daí sua denominação de ''Palma Mater''. A ''Palma Mater'' foi destruída por um raio em 1972. |
No [[Brasil]], o primeiro exemplar de ''Roystonea oleracea'', a ''Palma Mater'', foi plantada no [[Jardim Botânico do Rio de Janeiro]] pelo príncipe regente [[dom João VI]], em 1809 <ref name=MATER1>JOBIM, Leopoldo C. ''Os Jardins Botânicos no Brasil Colonial''. Lisboa: Biblioteca do Arquivo do Museu de Lisboa, v. 2, n° 1, 1986, p.91</ref><ref name=MATER2>DEAN, Warren. ''A ferro e fogo: a história da devastação da Mata Atlântica brasileira''. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 143.</ref>. Fora presenteada a dom João VI por um dos sobreviventes de uma fragata, o oficial da [[Marinha Portuguesa|Armada Real]] Luís Vieira e Silva. Por um erro histórico, dizia-se que tinha sido trazida do ''Jardim Gabrielle'', de onde vieram muitas plantas, principalmente durante as [[Guerras Napoleônicas]]. Porém o ''Jardim Gabrielle'' era nas [[Guianas]] e as primeiras plantas que chegaram ao [[Brasil]], na verdade, vieram das [[Ilhas Maurício]], do ''Jardim La Pamplemousse'', obtidas clandestinamente por Luiz de Abreu Vieira e Silva, que as ofereceu a dom João VI. Quando foi plantada por dom João VI, a primeira ''Roystonea oleracea (Palmae)'' brasileira passou a ser conhecida como palmeira-imperial <ref name=PALMEIRA>[http://www.jbrj.gov.br/historic/palmater.htm ''Palma Mater'' Jardim Botânico do Rio de Janeiro]</ref>. A ''Palma Mater'' floresceu pela primeira vez em 1829. Deste exemplar plantado em 1809, descendem todas as palmeiras-imperiais do Brasil, daí sua denominação de ''Palma Mater''. A ''Palma Mater'' foi destruída por um raio em 1972. |
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Tinha, naquela época, 38,70 metros de altura. O tronco foi preservado e encontra-se em exposição no Museu Botânico. Em seu lugar, foi plantado outro exemplar, simbolicamente chamado de ' |
Tinha, naquela época, 38,70 metros de altura. O tronco foi preservado e encontra-se em exposição no Museu Botânico. Em seu lugar, foi plantado outro exemplar, simbolicamente chamado de 'dani-se a Filia'', oriunda de uma semente da palmeira original. Segundo Roseli Maria Martins d’ Elboux, mestre em história e fundamentos da arquitetura e do urbanismo, o plantio das palmeiras-imperiais se tornou comum no [[Rio de Janeiro]] em meados do século [[XIX]], diante da "necessidade do fortalecimento simbólico do Segundo Império". Pode ser procedente a história segundo a qual as sementes da palmeira-imperial foram distribuídas aos súditos como sinal de proximidade ou lealdade ao poder central e tenham, assim, se tornado o "símbolo do Império". "Desse modo, depois de alguns anos, a espécie vincula-se definitivamente à imagem do poder monárquico, à ideia de nobreza, distinção e classe" <ref name="SIMBOLO"/>. |
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Revisão das 13h31min de 19 de março de 2014
Palmeira-imperial | |||||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||
![]() Pouco preocupante | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Roystonea oleracea (Jacq.) O. F. Cook | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
Oreodoxa oleracea[1] |
A palmeira-imperial (Roystonea oleracea (Palmae) ou Oreodoxa oleracea), também chamada palmeira-real[1], é uma palmeira originária das Antilhas[2]. Pertence ao género botânico Roystonea da família Arecaceae. Foi aclimatada pelos franceses no jardim botânico La Gabrielle, instalado na Guiana Francesa e depois transferida para o Jardin de Pamplemousse, nas Ilhas Maurício[2].
No Brasil, o primeiro exemplar de Roystonea oleracea, a Palma Mater, foi plantada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo príncipe regente dom João VI, em 1809 [3][4]. Fora presenteada a dom João VI por um dos sobreviventes de uma fragata, o oficial da Armada Real Luís Vieira e Silva. Por um erro histórico, dizia-se que tinha sido trazida do Jardim Gabrielle, de onde vieram muitas plantas, principalmente durante as Guerras Napoleônicas. Porém o Jardim Gabrielle era nas Guianas e as primeiras plantas que chegaram ao Brasil, na verdade, vieram das Ilhas Maurício, do Jardim La Pamplemousse, obtidas clandestinamente por Luiz de Abreu Vieira e Silva, que as ofereceu a dom João VI. Quando foi plantada por dom João VI, a primeira Roystonea oleracea (Palmae) brasileira passou a ser conhecida como palmeira-imperial [5]. A Palma Mater floresceu pela primeira vez em 1829. Deste exemplar plantado em 1809, descendem todas as palmeiras-imperiais do Brasil, daí sua denominação de Palma Mater. A Palma Mater foi destruída por um raio em 1972.
Tinha, naquela época, 38,70 metros de altura. O tronco foi preservado e encontra-se em exposição no Museu Botânico. Em seu lugar, foi plantado outro exemplar, simbolicamente chamado de 'dani-se a Filia, oriunda de uma semente da palmeira original. Segundo Roseli Maria Martins d’ Elboux, mestre em história e fundamentos da arquitetura e do urbanismo, o plantio das palmeiras-imperiais se tornou comum no Rio de Janeiro em meados do século XIX, diante da "necessidade do fortalecimento simbólico do Segundo Império". Pode ser procedente a história segundo a qual as sementes da palmeira-imperial foram distribuídas aos súditos como sinal de proximidade ou lealdade ao poder central e tenham, assim, se tornado o "símbolo do Império". "Desse modo, depois de alguns anos, a espécie vincula-se definitivamente à imagem do poder monárquico, à ideia de nobreza, distinção e classe" [2].
Referências
- ↑ a b http://jornada2008.jbrj.gov.br/planta_simbolo.htm
- ↑ a b c D'ELBOUX, Roseli Maria Martins. Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, Anais do Museu Paulista, v. 14, n.º 2, 2006.
- ↑ JOBIM, Leopoldo C. Os Jardins Botânicos no Brasil Colonial. Lisboa: Biblioteca do Arquivo do Museu de Lisboa, v. 2, n° 1, 1986, p.91
- ↑ DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história da devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 143.
- ↑ Palma Mater Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Bibliografia
- DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história da devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo, Cia das Letras, 1996.
- D'ELBOUX, Roseli Maria Martins. Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, Anais do Museu Paulista, v. 14, n.º 2, 2006.
- JOBIM, Leopoldo C. Os Jardins Botânicos no Brasil Colonial. Lisboa: Biblioteca do Arquivo do Museu de Lisboa, v. 2, n° 1, 1986.
- LORENZI, Harri et allii. Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 1996.
Ver também
João Carreiro Palmeira Imperial Você também pode ornamentar a entrada do seu Sítio, Fazenda com as famosas Imperial. Você encontra estas mudas de palmeira na Instancia João Carreiro em Tanguá - RJ.
Ligações externas
- Palmeira Imperial, Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
- Palma Mater, Jardim Botânico do Rio de Janeiro
- EcoCâmara replanta palmeira imperial. Brasília: Câmara dos Deputados, Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados 11 de fevereiro de 2007, acessado em 8 de setembro de 2008 18:43:49 GMT.
- SISSON, Sebastien Auguste Youds, J. (ED.), Entrada do Jardim Botânico e suas Palmeiras Imperiais - Palmeira; Roystonea oleracea, Litografia, sem data, Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro.