Pardal
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Sinónimos | |||||||||||||
Passer é um gênero da família Passeridae, também conhecido como pardal. O gênero inclui o P. domesticus e o P. montanus, algumas das aves mais comuns no mundo. São pequenos pássaros com bicos grossos para comer sementes, e são, na sua maioria, de cor cinza ou marrom. Nativo no Velho Mundo, algumas espécies foram introduzidas em todos os continentes.
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]Estudos realizados por Arnaiz-Villena et al. examinaram as relações evolutivas do gênero Passer com outros membros da família Passeridae, e de membros do gênero em relação ao outro. De acordo com um estudo realizado por Arnaiz-Villena et al. publicado em 2001, o gênero se originou na África e o P. melanurus é a linhagem mais basal. As linhagens específicas dentro do gênero, como o P. domesticus e outros pardais da região paleoártica, são provavelmente provenientes do sul e oeste da África.[1][2]
Sub-espécies
[editar | editar código-fonte]Estas são as espécies reconhecidas pelo Handbook of the Birds of the World,[3] com exceção do P. hemileucus, a separação de que a partir do P. insularis foi reconhecido pelo BirdLife International, em 2010.[4] Além dessas espécies vivas, há fósseis questionáveis, desde o Mioceno Inferior,[5] e o P. predomesticus é do Pleistoceno Médio.
- Passer ammodendri Gould, 1872
- Passer castanopterus Blyth, 1855
- Passer cordofanicus Heuglin, 1871
- Passer diffusus (Smith, 1836)
- Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
- Passer eminibey (Hartlaub, 1880)
- Passer euchlorus (Bonaparte, 1851)
- Passer flaveolus Blyth, 1844
- Passer gongonensis (Oustalet, 1890)
- Passer griseus (Vieillot, 1817)
- Passer hemileucus Ogilvie-Grant & Forbes, 1900
- Passer hispaniolensis (Temminck, 1820)
- Passer iagoensis (Gould, 1837)
- Passer insularis Sclater & Hartlaub, 1881
- Passer italiae (Vieillot, 1817)
- Passer luteus (Lichtenstein, 1823)
- Passer melanurus (Statius Müller, 1776)
- Passer moabiticus (Tristram, 1864)
- Passer montanus (Linnaeus, 1758)
- Passer motitensis Smith, 1836
- Passer predomesticus Tchernov, 1962
- Passer pyrrhonotus Blyth, 1845
- Passer rufocinctus Fischer & Reichenow, 1884
- Passer rutilans (Temminck, 1835)
- Passer shelleyi (Sharpe, 1891)
- Passer simplex (Lichtenstein, 1823)
- Passer suahelicus Reichenow, 1904
- Passer swainsonii Rüppell, 1840
Descrição
[editar | editar código-fonte]Estes pardais são pequenos pássaros marrons e/ou acinzentados, muitas vezes com manchas pretas, amarelas ou brancas. Normalmente tem 10 a 20 cm de comprimento, mas variam em tamanho: o P. eminibey, tem 11.4 cm e 13.4 gramas, o P. gongonensis, tem 18 cm e 42 gramas.[6][7] Possuem bicos cônicos grossos.[8] Todas as espécies têm canções semelhantes ao canto do P. domesticus chirrup ou tschilp, e alguns, embora não sejam o P. domesticus, têm canções elaboradas.
Distribuição
[editar | editar código-fonte]A maioria das aves são encontradas naturalmente em habitats abertos nos climas mais quentes da África e sul da Eurásia. Estudos sobre a evolução sugerem que o gênero se originou na África.[1] Várias espécies se adaptaram com a habitação humana podendo viver na maioria das cidades urbanas, e isso permitiu que o P. domesticus, em particular, em estreita associação com os seres humanos, ampliasse o seu alcance na Eurásia bem além do que foi, provavelmente, seu lar original no Oriente Médio.[9] Além desta colonização natural, o P. domesticus foi introduzido em muitas partes do mundo fora de seu habitat natural, incluindo a América, a África subsaariana e a Austrália. O P. montanus também foi introduzido artificialmente em menor escala, com populações na Austrália e localmente em Missouri e Illinois, nos Estados Unidos.[9] Sua chegada ao Brasil foi por volta de 1903 (segundo registros históricos), quando o então prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, autorizou a soltura deste pássaro exótico proveniente de Portugal.[10]
Comportamento
[editar | editar código-fonte]As espécies do gênero Passer constroem um ninho desordenado, que, dependendo da espécie e da disponibilidade no local do ninho, pode ser em um arbusto ou árvore, em um orifício natural numa árvore, em um edifício, ou mesmo um ninho de outras espécies, tais como a cegonha-branca. Bota até oito ovos e é incubado por ambos os pais, normalmente por 12 a 14 dias, mas pode chegar de 14 a 24 dias.
Se alimentam principalmente de sementes, embora também consumam pequenos insetos, especialmente no período de reprodução. Algumas espécies, como o P. griseus procuram comida em torno das cidades e são quase onívoros.[11] A maioria das espécies são gregários e formam bandos substanciais.[6]
Referências
- ↑ a b Allende, Luise M.; Rubio, Isabel; Ruiz del Valle, Valentin; Guillén, Jesus; Martínez-Laso, Jorge; Lowy, Ernesto; Varela, Pilar; Zamora, Jorge; Arnaiz-Villena, Antonio (2001). «The Old World sparrows (genus Passer) phylogeography and their relative abundance of nuclear mtDNA pseudogenes» (PDF). Journal of Molecular Evolution. 53 (2): 144–154. PMID 11479685. doi:10.1007/s002390010202. Consultado em 19 de agosto de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 21 de julho de 2011
- ↑ Arnaiz-Villena, A; Gómez-Prieto P; Ruiz-de-Valle V (2009). «Phylogeography of finches and sparrows». Nova Science Publishers. ISBN 978-1-60741-844-3. Consultado em 19 de agosto de 2014. Arquivado do original em 3 de novembro de 2013
- ↑ Summers-Smith, J. Denis (2009). «Family Passeridae (Old World Sparrows)». In: del Hoyo, Josep; Elliott, Andrew; Christie, David. Handbook of the Birds of the World. Volume 14: Bush-shrikes to Old World Sparrows. Barcelona: Lynx Edicions. ISBN 978-84-96553-50-7
- ↑ BirdLife International (2010). «Species factsheet: Passer hemileucus». Consultado em 19 de agosto de 2014
- ↑ Mlíkovský 2002, p. 247
- ↑ a b Clement, Harris & Davis 1993, p. 442
- ↑ Bledsoe, A. H.; Payne, R. B. (1991). Forshaw, Joseph, ed. Encyclopaedia of Animals: Birds. London: Merehurst Press. 222 páginas. ISBN 1-85391-186-0
- ↑ Groschupf, Kathleen (2001). «Old World Sparrows». In: Elphick, Chris; Dunning, Jr., John B.; Sibley, David. The Sibley Guide to Bird Life and Behaviour. London: Christopher Helm. pp. 562–564. ISBN 0-7136-6250-6
- ↑ a b Summers-Smith, J. D. (1990). «Changes in distribution and habitat utilisation by members of the genus Passer». In: Pinowski, J.; and Summers-Smith, J. D. Granivorous birds in the agricultural landscape. Warszawa: Pánstwowe Wydawnictom Naukowe. pp. 11–29. ISBN 83-01-08460-X
- ↑ «WikiAves.com»
- ↑ Summers-Smith 1988, pp. 253–255
- Obras citadas
- Clement, Peter; Harris, Alan; Davis, John (1993). Finches and Sparrows: an Identification Guide. Princeton, New Jersey: Princeton University Press. ISBN 0-691-03424-9
- Mlíkovský, Jiří (2002). Cenozoic Birds of the World, Part 1: Europe (PDF). [S.l.]: Ninox Press. OCLC 156629447. Consultado em 19 de agosto de 2014. Arquivado do original (PDF) em 7 de março de 2011
- Summers-Smith, J. Denis (1988). The Sparrows: a study of the genus Passer. illustrated by Robert Gillmor. Calton, Staffs, England: T. & A. D. Poyser. ISBN 0-85661-048-8
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Passeridae no Internet Bird Collection