Pedro Alexandrovich de Oldemburgo

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Pedro Alexandrovich
Duque de Oldemburgo
Pedro Alexandrovich de Oldemburgo
Pedro c. 1901
Nascimento 21 de novembro de 1868
  Palácio de Oldemburgo, São Petersburgo, Império Russo
Morte 11 de março de 1924 (55 anos)
  Antibes, França
Nome completo Pedro Frederico Jorge
Esposas Olga Alexandrovna da Rússia (1901–1916)
Olga Vladimirovna Ratkova-Rognova (1922–1924)
Casa Holsácia-Gottorp
Pai Alexandre Petrovich de Oldemburgo
Mãe Eugênia Maximilianovna de Leuchtenberg

Pedro Alexandrovich de Oldemburgo (Pedro Frederico Jorge), (21 de novembro de 1868 - 11 de março de 1924) foi o primeiro marido da grã-duquesa Olga Alexandrovna da Rússia, irmã mais nova do czar Nicolau II.

Família[editar | editar código-fonte]

Pedro Alexandrovich foi o único filho do casamento entre o duque Alexandre de Oldemburgo e a princesa Eugénia Maximilianovna de Leuchtenberg. Os seus avós paternos eram o duque Pedro Georgievich de Oldemburgo e a princesa Teresa de Nassau-Weilburg. Os seus avós maternos eram o duque Maximiliano de Leuchtenberg e a grã-duquesa Maria Nikolaevna da Rússia. Era bisneto de dois czares: Paulo I através do seu pai e Nicolau I através da mãe.[1]

Casamento[editar | editar código-fonte]

Pedro Alexandrovich com a primeira esposa

Em 1900, Pedro começou a acompanhar a grã-duquesa Olga Alexandrovna, filha mais nova do czar Alexandre III, na altura com dezoito anos de idade, ao teatro e à opera.[2] No ano seguinte surpreendeu Olga quando a pediu em casamento. Mais tarde a grã-duquesa contou que "fiquei tão surpreendida que tudo o que me saiu da boca foi 'obrigada'".[3] Olga chegou depois à conclusão de que Pedro tinha sido forçado a fazer o pedido pela sua mãe ambiciosa.[4] É provável que a grã-duquesa tenha aceite o pedido para se libertar da sua mãe ou para não ser forçada a mudar-se para uma corte estrangeira.[2] O casamento foi anunciado em maio de 1901 e foi uma surpresa para muitos, visto que Pedro nunca tinha mostrado interesse por mulheres antes.[5] A imperatriz-viúva, Maria Fedorovna, escreveu numa carta ao seu filho mais velho, o czar Nicolau II: "tenho a certeza que não vais ACREDITAR no que acabou de acontecer. A Olga está noiva do PETYA e AMBOS estão muito felizes. Tive de dar a minha bênção, mas aconteceu tudo tão depressa e de forma tão inesperada que ainda não consigo acreditar." [6] O czar escreveu na sua resposta à mãe: "... não acredito que a Olga esteja MESMO noiva do Petya. Provavelmente estavam os dois bêbados ontem. Rimo-nos muito ao ler a tua carta e ainda não recuperamos completamente." [6] Um comité do czar redigiu um acordo pré-nupcial juntamente com a família Oldemburgo e os ministros do governo que prometia um rendimento anual de 100,000 rublos a Olga da parte do czar e um milhão de rublos que seria depositado num fundo que a grã-duquesa poderia colocar a render juros.[7]

Pedro e Olga casaram-se no dia 9 de agosto de 1901 em São Petersburgo, numa grande cerimónia na qual estiveram presentes a família, os ministros do governo, embaixadores estrangeiros e cortesãos.[8] Passaram a lua-de-mel em Voronezh, uma propriedade dos Oldemburgo numa atmosfera amargurada devido a uma zanga entre Pedro e o seu pai por causa do jogo.[9] Pedro era um conhecido e incurável viciado no jogo.[10] O dinheiro que conseguia tirar à mulher era muitas vezes perdido neste vício.[11] No outono de 1901, o casal foi até Biarritz onde um incêndio no hotel onde ficaram hospedados destruiu grande parte dos uniformes e medalhas de Pedro, incluindo uma ordem dinamarquesa pedida especialmente para ele e talhada por Fabergé.[12] O rei Eduardo VII do Reino Unido, tio de Olga, emprestou-lhes o seu iate e o casal viajou nele até Sorrento. Quando regressaram à Rússia mudaram-se para um palacete de duzentos quartos em São Petersburgo, oferecido pelo czar.[13] O casamento nunca foi consumado,[14] e os amigos e família de Pedro acreditavam que ele era homossexual.[15] Dois anos depois do casamento, Olga conheceu um oficial de cavalaria da sua idade, Nikolai Kulikovsky, por quem se apaixonou.[16] Olga enfrentou o marido e pediu-lhe o divórcio, algo que ele recusou, dizendo que poderia reconsiderar a proposta daí a sete anos.[17] Contudo, Pedro nomeou Kulikovsky para seu ajudante-de-campo e deu-lhe autorização para viver na sua casa com Olga.[18]

Anulamento e exílio[editar | editar código-fonte]

A meio da Primeira Guerra Mundial e depois de terem vivido separados durante dois anos, o casamento de Pedro e Olga foi anulado no dia 16 de outubro de 1916. Olga casou-se com Kulikovsky no mês seguinte. Depois da Revolução Russa de 1917, Pedro e a sua mãe conseguiram fugir da Rússia e instalaram-se na França.[19] Lá, Pedro casou-se uma segunda vez com Olga Vladimirovna Ratkova-Rognova, de quarenta e quatro anos, no dia 3 de maio de 1922 da qual também não teve filhos.

Um amigo de Pedro, o senador A. A. Polovtsev, disse que ele "parece uma pessoa doente".[20] Pensava-se que Pedro era hipocondriaco, tinha uma constituição magra e delicada e preferia dedicar-se a actividades caseiras do que ao desporto.[21] Morreu aos cinquenta e cinco anos de idade, em 1924, em Antibes, na França antes de ambos os pais. Foi enterrado na cripta dos russos ortodoxos na Igreja do Arcanjo São Miguel em Cannes.

Ancestrais[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

  1. C. Arnold McNaughton, The Book of Kings: A Royal Genealogy, in 3 volumes (London, U.K.: Garnstone Press, 1973), volume 1, page 214
  2. a b Phenix, p. 46
  3. Vorres (2001), p. 75
  4. Vorres (2001), pp. 75, 78
  5. Vorres (2001), p. 74
  6. a b Bing, Edward J. (1937). The Letters of Tsar Nicholas and Empress Marie. London: Ivor Nicholson and Watson Ltd. p. 148
  7. Phenix, p. 48
  8. Phenix, p. 49
  9. Phenix, pp. 52 53
  10. Phenix, p. 46; Vorres (2001), pp. 75–76
  11. Phenix, pp. 53, 61; Vorres (2001), p. 84
  12. Vorres (2001), p. 77
  13. Phenix, p. 54; Vorres (2001), p. 81
  14. (Vorres (2001), p. 76).
  15. Crawford and Crawford, pp. 50–52; Phenix, p. 52
  16. Crawford and Crawford, pp. 50–52; Phenix, p. 62; Vorres (2001), pp. 94–95
  17. Phenix, p. 63; Vorres (2001), p. 95
  18. Crawford and Crawford, pp. 50–52; Phenix, p. 73; Vorres (2001), pp. 94–95
  19. Phenix, p. 142
  20. Phenix, p. 51
  21. Phenix, pp. 46, 52; Vorres (2001), p. 75

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Crawford, Donald; Crawford, Rosemary (1997). An Innocent Abroad. Nova Iorque: Scribner. ISBN 0-684-83430-8
  • Phenix, Patricia (1999). Olga Romanov: Russia's Last Grand Duchess. Viking/Penguin. ISBN 0-14028-086-3
  • Vorres, Ian (2001) [1964]. The Last Grand Duchess. Toronto: Key Porter Books. ISBN 1-55263-302-0