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Plot twist: diferenças entre revisões

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===Mecânicas de um final surpreendente===
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====Anagnórise====
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'''[[Anagnórise]]''',ou '''descoberta''',é o reconhecimento súbito do protagonista (ou de outro personagem) de sua própria identidade e natureza.<ref name="Baldick2008">{{cite book|author=Chris Baldick|title=The Oxford Dictionary of Literary Terms|url=http://books.google.com/books?id=mp0s9GgrafUC&pg=PA12|accessdate=23 July 2013|year=2008|publisher=Oxford University Press|isbn=978-0-19-920827-2|page=12}}</ref>Através desta técnica,as informações anteriormente inexplicadas do personagem são reveladas.Um exemplo notável de anagnórise acontece em '''[[Édipo Rei]]'''.<ref>John MacFarlane, "Aristotle's Definition of Anagnorisis." ''American Journal of Philology'' - Volume 121, Number 3 (Whole Number 483), Fall 2000, pp. 367-383.</ref>
'''[[Anagnórise]]''',ou '''não descoberta''',é o reconhecimento súbito do protagonista (ou de outro personagem) de sua própria identidade e natureza.<ref name="Baldick2008">{{cite book|author=Chris Baldick|title=The Oxford Dictionary of Literary Terms|url=http://books.google.com/books?id=mp0s9GgrafUC&pg=PA12|accessdate=23 July 2013|year=2008|publisher=Oxford University Press|isbn=978-0-19-920827-2|page=12}}</ref>Através desta técnica,as informações anteriormente inexplicadas do personagem são reveladas.Um exemplo notável de anagnórise acontece em '''[[Édipo Rei]]'''.<ref>John MacFarlane, "Aristotle's Definition of Anagnorisis." ''American Journal of Philology'' - Volume 121, Number 3 (Whole Number 483), Fall 2000, pp. 367-383.</ref>


====Flashback====
====Flashback====

Revisão das 21h57min de 19 de fevereiro de 2014

Plot Twist (traduzido ao pé da letra como reviravolta) é uma mudança radical na direção esperada ou prevista da narrativa de um romance,filme,série de televisão,quadrinho,jogo eletrônico,ou outra obra narrativa.[1]É uma prática muito usada para manter o interesse do público na obra,para normalmente surpreendê-los com uma revelação surpreendente.Alguns "Twists" são antecipados.

Quando um Plot Twist acontece perto do fim de uma história,especialmente se este muda a visão de um dos eventos anteriores,ele geralmente é conhecido como um final surpreendente.[2]

Supõe-se frequentemente que quando se é revelado antecipadamente sobre um Plot Twist numa determinada história,o mesmo é considerado spoiler,uma vez que a maior parte das obras relacionadas a este elemento desenvolvem-se no intuito de alcançar o Plot Twist (porém,existem sugestões que dizem o contrário).[3]

Um tipo de artifício usado para minar as expectativas do público é o do falso protagonista.Trata-se de apresentar um personagem no início da história como sendo o personagem principal,mas,em seguida,este personagem é descartado (sendo geralmente morto).Este tipo de Twist é chamado Red Herring.

Final surpreendente

O Final surpreendente é um Plot Twist que ocorre próximo ou na conclusão de uma história,sendo uma conclusão inesperada de uma obra de ficção que faz com que o público pare para reavaliar a narrativa e os personagens.[2]

Mecânicas de um final surpreendente

Anagnórise

Anagnórise,ou não descoberta,é o reconhecimento súbito do protagonista (ou de outro personagem) de sua própria identidade e natureza.[4]Através desta técnica,as informações anteriormente inexplicadas do personagem são reveladas.Um exemplo notável de anagnórise acontece em Édipo Rei.[5]

Flashback

Flashback ou analepse,é a interrupção súbita da sequência cronológica narrativa da história pela interpolação de eventos ocorridos anteriormente.[4]É usado para surpreender o leitor com informações previamente desconhecidas que fornecem a resposta para um determinado mistério,colocando certo personagem em uma visão diferente ou revelando a razão para uma ação anteriormente inexplicável.

Narrador não confiável

Um narrador não confiável distorce o final,revelando (quase sempre no final da narrativa),que o mesmo havia manipulado ou inventado a história anterior,forçando o leitor a questionar suas suposições prévias sobre o texto.[4]

Peripeteia

Peripeteia é uma inversão súbita da fortuna do protagonista,seja para o bem ou para o mal,que surge a partir das circunstâncias do personagem de maneira natural.[6]Ao contrário da mecânica de deus ex machina,a peripeteia deve ser lógica dentro do quadro da história.

Deus ex machina

Deus ex machina é um termo latino que significa "deus vindo da máquina".Refere-se a um inesperado, artificial ou improvável dispositivo,personagem ou evento introduzido repentinamente em uma obra de ficção para resolver uma determinada situação ou desemaranhar a trama.[7]Nos teatros da Grécia Antiga,o "deus ex machina" ('ἀπὸ μηχανῆς θεός') era o personagem de um deus grego,literalmente trazido ao palco em um guindaste(μηχανῆς-mechanes),logo após a resolução de um problema aparentemente insolúvel pela vontade do deus.Em seu sentido moderno e figurativo,o "deus ex machina" traz o final da narrativa através da resolução inesperada (geralmente de maneira feliz) para o que aparentava ser um problema insuperável.Este mecanismo é usado frequentemente para terminar uma história sombria sobre uma nota mais positiva.

Justiça poética

Justiça poética é um mecanismo literário em que a virtude é recompensada e o vício é punido,de tal forma que a recompensa ou punição tem conexão lógica com o ato.[7]Na literatura moderna,este mecanismo é muitas vezes usado para criar Twists irônicos do destino em que o vilão é pego em seu/sua própria armadilha.

Chekhov's gun

Chekhov's gun refere-se a uma situação em que um personagem ou elemento da trama é introduzida no início da narrativa.[8]Muitas vezes,a utilidade do item não é imediatamente aparente até chegar o momento em que este alcança importância fundamental na história.Um mecanismo semelhante ao Chekhov's gun é a "planta",o qual prepara determinado elemento para ser repetido inúmeras vezes ao longo da história.Durante a resolução,o verdadeiro significado da planta é revelada.Ambos os mecanismos são usados para criar uma antecipação do que irá acontecer.

Red herring

Um red herring é uma pista falsa,criada com a intenção de direcionar os investigadores a uma solução incorreta.[9]Este mecanismo geralmente aparece em romances policiais e ficções de mistério.O red herring é usado como um tipo de desorientador,um mecanismo destinado a distrair o protagonista,e por extensão,o leitor,afastando-o da resposta correta ou das pistas verdadeiras.Um red herring também pode ser usado como um tipo de falso antecipador.

In medias res

In medias res (latim para "no meio das coisas") é uma técnica literária onde a narrativa começa no meio da história,em vez de ser no início (ab ovo ou ab initio).[10]Os personagens, cenários e conflitos são frequentemente introduzidos através de uma série de flashbacks ou através de personagens que discorrem entre si sobre eventos passados.Esta técnica cria um Twist quando a causa não explicada anteriormente do incidente é revelada (culminando no clímax).

Narrativa não-linear

Narrativa não-linear é um mecanismo de narração que revela a trama e o personagem em uma ordem não-cronológica.[11]Esta técnica requer a atenção do leitor em tentar organizar a linha do tempo da trama,afim de compreender a história.Um final surpreendente pode ocorrer como resultado de todas as informações reunidas,sendo direcionada até o clímax que coloca os personagens ou os eventos em uma perspectiva diferente.

Cronologia reversa

A cronologia reversa tem como função revelar o enredo em ordem inversa,ou seja,a partir do evento final para chegar no inicial.[12]Ao contrário de histórias cronológicas,aonde as causas vão progredindo antes de chegar a um efeito final,as não cronológicas revelam o efeito final antes de explicar e desenvolver as causas que levaram a ela,portanto.A causa inicial seria nada mais do que o final surpreendente da trama.

Referencias

  1. Ralph Stuart Singleton; James A. Conrad; Janna Wong Healy (1 August 2000). Filmmaker's dictionary. [S.l.]: Lone Eagle Pub. Co. p. 229. ISBN 978-1-58065-022-9. Consultado em 27 July 2013  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  2. a b Judith Kay; Rosemary Gelshenen (26 February 2001). Discovering Fiction Student's Book 2: A Reader of American Short Stories. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 65. ISBN 978-0-521-00351-3. Consultado em 27 July 2013  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "KayGelshenen2001" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. Jonah Lehrer, Spoilers Don’t Spoil Anything, Wired Science Blogs
  4. a b c Chris Baldick (2008). The Oxford Dictionary of Literary Terms. [S.l.]: Oxford University Press. p. 12. ISBN 978-0-19-920827-2. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Baldick2008" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  5. John MacFarlane, "Aristotle's Definition of Anagnorisis." American Journal of Philology - Volume 121, Number 3 (Whole Number 483), Fall 2000, pp. 367-383.
  6. Michael Payne; Jessica Rae Barbera (31 March 2010). A Dictionary of Cultural and Critical Theory. [S.l.]: John Wiley & Sons. p. 689. ISBN 978-1-4443-2346-7. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  7. a b Joseph Twadell Shipley (1964). Dictionary of World Literature: Criticism, Forms, Techniques. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 156. GGKEY:GL0NUL09LL7. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Shipley1964" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  8. Gregory Bergman; Josh Lambert (18 December 2010). Geektionary: From Anime to Zettabyte, An A to Z Guide to All Things Geek. [S.l.]: Adams Media. p. 201. ISBN 978-1-4405-1188-2. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  9. Linus Asong (2012). Detective Fiction and the African Scene: From the Whodunit? to the Whydunit?. [S.l.]: African Books Collective. p. 31. ISBN 978-9956-727-02-5. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  10. Tim Clifford (1 January 2013). The Middle School Writing Toolkit: Differentiated Instruction Across the Content Areas. [S.l.]: Maupin House Publishing, Inc. p. 63. ISBN 978-0-929895-75-8. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  11. Josef Steiff (2011). Sherlock Holmes and Philosophy: The Footprints of a Gigantic Mind. [S.l.]: Open Court. p. 96. ISBN 978-0-8126-9731-5. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  12. John Edward Philips (2006). Writing African History. [S.l.]: University Rochester Press. p. 507. ISBN 978-1-58046-256-3. Consultado em 23 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

Ver também