Primeira Guerra do Ópio

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Primeira Guerra do Ópio
Guerras do Ópio

Juncos chineses sob bombardeio britânico na Segunda Batalha de Chuenpee, 7 de janeiro de 1841
Data 1839–1842
Local China
Desfecho Vitória britânica; Tratado de Nanquim
Mudanças territoriais Ilha de Hong Kong cedida ao Reino Unido
Beligerantes
Reino Unido Dinastia Qing
Comandantes
Charles Elliot
Anthony Blaxland Stransham
Imperador Daoguang
Lin Hse Tsu
Forças
20.000 tropas 91.680 tropas
Baixas
69 mortos e 451 feridos 18.000-20.000 mortos ou feridos

A Primeira Guerra do Ópio ou Primeira Guerra Anglo-Chinesa foi travada entre a Companhia Britânica das Índias Orientais e a Dinastia Qing da China entre 1839-1842 com o objectivo de forçar a China a permitir o livre comércio, principalmente do ópio. A Grã-Bretanha pedia a abertura do comércio de ópio, enquanto o governo imperial da China tentou proibir.

Comerciantes ingleses foram expulsos da China e ao chegarem em Londres apresentam uma queixa ao governo britânico, que decidiu atacar a China com a sua poderosa armada para forçar os chineses a comprar ópio cultivado na Índia britânica.

O Império Britânico enviou uma frota para bloquear todos os portos chineses, que tinha ordens para apreender todas a embarcações chinesas que se aproximassem e tomar parte do território chinês, até que o Império Britânico recebesse satisfações.

Inicialmente os ingleses bloquearam o Rio das Pérolas e tomaram diversas ilhas próximas ao Porto de Ningbo, além de bloquearem os principais portos do país.

Nesse contexto, Qishan, vice-rei de Zhili, percebeu a inferioridade militar da China e foi enviado para negociações preliminares com uma frota inglesa que se dirigia para Tianjin, na qual conseguiu obter uma suspensão temporária das hostilidades e recuo da frota britânica para o sul do país.

Qishan foi encaminhado para substituir Lin Zexu em Guandzhou. Lin Zexu foi submetido a uma expulsão desonrosa de seu cargo e condenado ao exílio no oeste do país por ter provocado um "ataque bárbaro".

Qishan iniciou negociações com o Capitão Charles Elliot. Inicialmente o objetivo de Qishan era ganhar tempo para permitir um contra-ataque chinês, mas os britânicos pressionaram para a conclusão das negociações disparando canhões contra diferentes pontos da costa, e, portanto, as negociações resultaram em uma minuta de acordo denominada Convenção de Chuan-pi, que garantia aos britânicos direitos especiais em Hong Kong, uma indenização de 6 milhões de dólares e garantia de que as futuras negociações ocorreriam em situação de "igualdade".

Os termos da Convenção de Chuan-pi foram rejeitas tanto pelo Imperador Daoguang, quanto pelo Império Britânico. Qishan foi inicialmente condenado a morte por ter feito muitas concessões, mas, posteriormente teve sua sentença reduzida para o exílio. Pelo outro lado, o Lord Palmerston, destituiu Charles Elliot, e enviou Sir Henry Pottinger para dar continuidade às negociações.

Ao chegar a China, Pottinger intensificou a pressão, bloqueando mais portos, o Grande Canal e o Rio Yangtzé, além disso encaminhou uma frota para atacar Nanquim. Nesse contexto, O Imperador da China designou um novo negociador: o Princípe Qiying. As negociações resultaram no Tratado de Nanquim, que posteriormente foi complementado pelo Tratado de Bogue, que faziam mais concessões do que a Convenção de Chuan-pi, pois além da cessão de Hong Kong, de uma indenização de 6 milhões de dólares, previa a abertura de outros quatro portos para o comércio com o ocidente: Ningbo, Xangai, Xiamen e Fuzhou, previa mais direitos aos britânicos nos portos onde era admitido o comércio, inclusive a jurisdição sobre os cidadãos o Império Britânico residentes em tais portos.

Pouco tempo depois, norte-americanos e franceses obtiveram os direitos similares àqueles concedidos aos britânicos, com exceção da indenização. A China passou a adotar a Política de Portas Abertas e fazer acordo com as potências estrangeiras com a Cláusula de Nação Mais Favorecida. Essas concessões feitas a diferentes potências faziam parte da estratégia de utilizar "bárbaros contra bárbaros" e, desse modo, evitar a dominação por uma única potência estrangeira.[1]

Pelo Tratado de Nanquim, foi o primeiro dos Tratados Desiguais, que deram fim ao isolamento da China e início da história da China moderna.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. KISSINGER, Henry, Sobre a China, pp. 63-73
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