Procissão infantil para pedir chuva

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As procissões infantis para pedir chuva eram praticadas nas zonas rurais. Diversas foram documentada no fim do século XIX e envolviam o culto ancestral das pedras e penedos integrado nos rituais cristãos.

A Procissão infantil de penitência tinha lugar em Ponte de Lima e era constituida por rapazes de 12 a 14 anos.

A procissão realizava-se sempre que a seca ameaçava a produção agrícola e o gado. Os preparativos para a procissão começavam durante a tarde. Um pequeno andor era construído por um grupo de rapazes que colocavam no topo uma pequena imagem da Santa Maria Madalena. Um segundo grupo de rapazes fazia um peditório pelas casas para comprar velas para a procissão. Outro grupo ia buscar silvas para fazer grinaldas de flores e escolher uma pedra de granito dura e pesada o suficiente para se conseguir carregá-la no ombro. A procissão, um grupo de 40 a 50 rapazes descalços, começava ao cair da noite à porta da igreja. Os rapazes com a coroa na cabeça iam na frente da procissão, sem ordem, carregando as pedras de granito no ombro. Nos flancos seguiam os rapazes com as velas e no meio 4 rapazes carregavam o andor coberto de luzes. Quando a procissão, após várias horas de percurso, chegava à frente de uma capela ou oratório começavam os cânticos. Depois seguiam caminho a cantar até chegarem a uma igreja onde os cânticos prosseguiam e em pequenos intervalos os rapazes que carregavam as pedras jogavam-nas no chão, pegavam-nas de volta no ombro para tornar a jogar a pedra de novo no chão.

Numa outra povoação da antiga Beira nove meninas chamadas Maria faziam uma procissão até um local próximo onde viravam debaixo para cima uma pia de pedra.

Em Ouguela levava-se em procissão uma pedra num andor que era jogada no rio Xévora. O costume de revolver penedos para pedir chuva era tão comum que chegou a ser proibido nas Constituições do Bispado de Évora em 1534.

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