Protesto do Olodum
"Protesto do Olodum" (também conhecida por "E lá vou eu...") é uma canção originalmente lançada no carnaval de 1988 pelo Olodum[1], um dos principais blocos afro do carnaval de Salvador.
Informações[editar | editar código-fonte]
Composta por Tatau, ex-vocalista do Araketu, e Paulo Moçambique, compositor do bairro do Engenho Velho da Federação,[2] foi uma das canções mais tocadas no carnaval de 1988, a canção fala sobre o período no qual a região do Pelourinho da cidade de Salvador, capital da Bahia, estava passando por um período de intensa degradação. Isso pode ser entendido graças a versos como "Pelourinho contra a prostituição". "Protesto do Olodum" chama os habitantes daquela então pobre área da cidade para fazerem manifestações contra a precária situação em que viviam. Algum tempo depois do lançamento da canção, Antônio Carlos Magalhães, então governador da Bahia, ordenou a expulsão de vários moradores do Pelourinho pela Polícia Militar do estado, para a restauração da área, o que inchou ainda mais as grandes favelas da capital baiana.
Além disso, a canção também explicita o descaso da elite brasileira para com o Nordeste nos versos "Na Bahia existe Etiópia/Pro Nordeste o país vira as costas". Também é citado o escândalo da poluição ambiental no município de Cubatão, no estado de São Paulo, nos versos "Brasil liderança, força e elite da poluição/Em destaque o terror, Cubatão". Também são citados Desmond Tutu e Nelson Mandela, símbolos da luta contra o regime de segregação racial do apartheid na África do Sul e a fome em Moçambique, nos versos "Moçambique eh! por minuto um homem vai morrer, sem ter pão nem água pra beber".
Versões[editar | editar código-fonte]
A canção "Protesto do Olodum" ou "E lá vou eu..." por causa do seu refrão foi sucesso nacional com a Banda Mel e depois foi regravada por Margareth Menezes em Divas da Bahia, um especial da TV Bahia, e por Daniela Mercury em seu DVD Baile Barroco. Também foi regravada por ambas e por Tatau para a trilha sonora do filme Ó Paí, Ó de 2007, na qual o cantor fez uma participação especial.
Letra[editar | editar código-fonte]
Força e pudor
Liberdade ao povo do Pelô
Mãe que é mãe no parto sente dor
E lá vou eu
Declara a nação,
Pelourinho contra a prostituição
Faz protesto, manifestação
E lá vou eu
Aqui se expandiu
E o terror já domina o Brasil
Faz denúncia Olodum Pelourinho
E lá vou eu
Brasil liderança
Força e elite da poluição
Em destaque o terror, Cubatão
E lá vou eu
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
E lá vou eu
Brasil Nordestópia
Na Bahia existe Etiópia
Pro Nordeste o país vira as costas
E lá vou eu
Nós somos capazes
Pelourinho a verdade nos trás
Monumento caboclo da paz
E lá vou eu
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
E lá vou eu
Contra o apartheid lá na África do Sul
Vem saudando o Nelson Mandela
O Olodum
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
E lá vou eu
Moçambique, Moçambique, Moçambique
O Moçambique, Moçambique
Moçambique eh! por minuto um homem vai morrer
sem ter pão nem água pra beber
E lá vou eu
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
La la la la la la la
Io io io io io
E lá vou eu
Notas de rodapé[editar | editar código-fonte]
- ↑ http://olodum.uol.com.br/novo/Template.asp?nivel=000100020002&identidade=94¬iciaid=97[ligação inativa]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 5 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 14 de junho de 2008