Pelourinho (Salvador)
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Bairro do Brasil
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Local onde ficava o pelourinho que deu nome ao bairro | ||
Detalhe do mapa de Salvador, mostrando seu Centro Histórico e áreas adjacentes, onde está o Pelourinho | ||
Fonte: Não disponível |
O Pelourinho, popularmente chamado de Pelô, é o nome de um bairro da cidade de Salvador, no Brasil. Localiza-se no Centro Histórico da cidade, na área que abrange apenas as ruas que vão do Terreiro de Jesus até o Largo do Pelourinho,[1] o qual possui um conjunto arquitetônico colonial barroco brasileiro preservado e integrante do Patrimônio Histórico da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Limitando-se ao norte com Pilar, Santo Antônio e Barbalho, ao sul com a Sé e Saúde, a oeste com o Comércio e a leste com Sete Portas, o Pelourinho compõe-se de ruas estreitas, enladeiradas e com calçamento em paralelepípedos. Situado no coração do centro histórico da cidade, é um grande shopping ao ar livre, pois oferece inúmeras atrações artísticas e musicais. Há uma concentração de bares, restaurantes, boutiques, museus, teatros, igrejas e outros monumentos de grande valor histórico. Agora, é um Pelourinho revivido e colorido, repleto de atividades culturais e eventos, especialmente o Pelourinho à noite. Há também as práticas do grupo Olodum, cada domingo e terça-feira. Os Filhos de Ghandi também têm práticas lá nos meses que antecedem o carnaval. No Pelourinho, estão sedes de várias organizações, tais como Casa de Jorge Amado, Grupo Gay da Bahia e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).
Na região o problema da criminalidade prejudica o desenvolvimento da atividade turística no local,[2][3][4][5] bem como com problemas referentes à limpeza urbana e ao tráfico de drogas.[6]
Índice
Toponímia[editar | editar código-fonte]
A palavra "pelourinho" se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. No Brasil Colônia, porém, era principalmente usado para castigar escravos.
História[editar | editar código-fonte]
A história do bairro soteropolitano está, intimamente, ligada à história da própria cidade, fundada em 1549 por Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, que escolheu o lugar onde se localiza o Pelourinho por sua localização estratégica — no alto, próximo ao porto e com uma barreira natural constituída por uma elevação abrupta do terreno, verdadeira muralha de até noventa metros de altura por quinze quilômetros de extensão, facilitando a defesa da cidade.
Era um bairro eminentemente residencial, onde se concentravam as melhores moradias até o início do século XX e como centro comercial e administrativo. A partir dos anos 1950, o Pelourinho sofreu um forte processo de degradação, com a modernização da cidade e a transferência de atividades econômicas para outras regiões da capital baiana, o que transformou aquela região do Centro Histórico em uma zona de prostituição e marginalidade mas tornando-se moradia popular e palco da cultura negra da cidade. Esta mudança demográfica que transformou o Pelourinho em um bairro negro ao decorrer do século XX deu origem aos grupos culturais e comunitários sediados no bairro que se transformaram nos anos 1980 e 1990 em atores políticos importantes á redemocratização brasileira.[7]
Somente a partir dos anos 1980 (com o reconhecimento do casario como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e dos anos 1990 (com a revitalização da região e a remoção da maioria dos moradores) é que o Pelourinho transformou-se no que é hoje: um centro de cultura pública onde o estado baiano apoia a cultivação de símbolos populares e étnicos.
Nas últimas décadas, o Pelourinho passou a atrair artistas de todos os gêneros: cinema, música, pintura, tornando-o um importante centro cultural de Salvador.
Reestruturação e revigoração[editar | editar código-fonte]
A partir do início dos anos 1990,[1][8] a área foi o cerne do processo de revitalização do Centro Histórico, com a desapropriação dos moradores para a instalação de bares, lojas, pequenos comércios, escolas e recuperação de fachadas e prédios.[9]
Referências na cultura[editar | editar código-fonte]
- Menino do Pelô, canção de Daniela Mercury e Olodum.
- Protesto do Olodum, canção do Olodum.
- Ladeira do Pelô, canção do Banda Mel.
- Ó paí, ó, filme de Monique Gardenberg.
- Gravação do videoclipe They Don't Care About Us, de Michael Jackson.
- Gravação do videoclipe Mal Acostumbrado, de Julio Iglesias.
- Gravação do videoclipe The Obvious Child, de Paul Simon.
- Haiti, canção de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
- Ao Vivo no Pelourinho, álbum do Babado Novo.
Referências
- ↑ a b «Informações - bairro». Salvador Cultura Todo Dia
- ↑ «Mulher sofre tentativa de homicídio no Pelourinho». iBahia. 24 de janeiro de 2011. Consultado em 5 de julho de 2012
- ↑ «Governo baiano usa iluminação para reerguer Pelourinho». Revista Ecoturismo. 3 de novembro de 2009. Consultado em 5 de julho de 2012
- ↑ «Projeto mineiro de redução da criminalidade pode ser modelo para Pelourinho». Ministério Público do Estado da Bahia. 28 de abril de 2008. Consultado em 5 de julho de 2012
- ↑ «Pelourinho e o problema com a criminalidade». Meguia Brasil. 3 de novembro de 2011. Consultado em 5 de julho de 2012
- ↑ «Pelourinho deve ser recuperado em 60 dias». Tribuna da Bahia. 2 de agosto de 2011. Consultado em 5 de julho de 2012
- ↑ Collins, John (2008). «A razão barroca do patrimônio baiano». Revista de Antropologia 51 (1). Consultado em 4 de janeiro de 2018
- ↑ Urpi Montoya Uriarte. «Por trás das fachadas coloridas. Etnografias nos "novos" Bairro do Recife (Pernambuco) e Pelourinho (Bahia)». Ponto Urbe. Consultado em 8 de julho de 2014
- ↑ Collins, John (2015). Revolt of the Saints: Memory and Redemption in the Twilight of Brazilian Racial Democracy. Durham, NC, USA: Duke University Press
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Pelourinho Cultural, página mantida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) do Estado da Bahia.
- Seixas, Thaís (26 de março de 2015). «Salvador em bairros: Pelourinho é patrimônio da humanidade». Salvador. A Tarde