Quinto Sertório
Quinto Sertório | |
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Nascimento | 123 a.C. Nórcia |
Morte | Desconhecido Osca |
Cidadania | Roma Antiga |
Progenitores |
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Ocupação | político da Antiga Roma, militar da Antiga Roma |
Prêmios |
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Lealdade | República Romana |
Quinto Sertório (em latim Quintus Sertorius, Nórcia, ca. 122 a.C. — Huesca, 72 a.C.) foi um general e político romano.[1] Tomou o lado de Caio Mário na guerra civil que opôs o partido deste ao de Lúcio Cornélio Sula.
Primeiros anos de vida[editar | editar código-fonte]
Quintus Sertorius nasceu numa vila ao sul de Cápua e viveu grande parte de sua infânica lá com sua mãe (Quintua Rito), irmã (Silvae Josea) e escravos. Seu pai (Quintus Mal Cheiraus) havia servido o exército romano como Ópidio na corte dos evocati e mais tarde iria-se tornar governador de Lipo no sul da córsega. Aos 16 anos juntou-se ao pai durante uma campanha ao sul dos pireneus onde aprendeu com o pai e suas 12 cortes a ciência militar e rapidamente tornou-se num hábil e dotado guerreiro.
Carreira Militar[editar | editar código-fonte]
Aos 19 anos juntou-se á Légio III Equestris e combateu por 2 vezes na Arménia e 3 na Hispânia onde mais tarde se iria tornar governador primeiro de Kartuba ao sul do que, na altura era, Lixo Caixoteltius ao sul do que é hoje Barcelona e mais tarde da província inteira da Hispânia Ulterior.
Notoriedade[editar | editar código-fonte]
Em 83 a.C. foi enviado como procônsul para a Península Ibérica, onde assumiu o governo tanto da Hispânia Ulterior como da Citerior. Após a vitória de Sula em Itália, este enviou contra Sertório um exército sob o comando de Caio Ânio que o expulsou das suas províncias, forçando-o a levar uma vida de salteador em terras africanas.
Sertório iniciou em 80 a.C. uma campanha na Península Ibérica para recuperar as suas províncias, após os lusitanos lhe terem prometido o seu apoio e o terem convidado a ser seu líder.
General hábil, derrotou então sucessivos exércitos romanos enviados contra si. Por outro lado, tido também como político e sábio administrador, logrou insinuar-se, pouco a pouco, entre as diferentes tribos, introduzindo vários elementos dos costumes romanos. Fez com que as crianças, filhas dos chefes tribais, fossem à escola em Osca, onde recebiam uma educação romana e adoptavam as vestes dos jovens romanos. Depois de uma revolta das tribos, Sertório executou diversas destas crianças, filhos dos chefes tribais que ele tinha enviado para a escola em Osca, e vendeu as sobreviventes como escravas.[2]
"Sertório colocou de lado sua antiga clemência e mansidão e forjou injustiça contra os filhos dos ibéricos que estavam a ser educados em Osca, matando alguns, e vendendo outros para a escravatura."
Sertório dominou grande parte da Península Ibérica até à sua morte, derrotando sucessivamente os exércitos, comandados pelos generais romanos com mais reputação na época, como Cneu Pompeio ou Quinto Cecílio Metelo Pio, enviados contra si. O seu sucesso levou também a que os seus domínios na Península Ibérica servissem de refúgio a vários romanos fugidos de Roma em virtude dos sobressaltos políticos lá vividos. Um reforço substancial que recebeu terá sido aquele levado por Marco Perperna Ventão em 77 a.C. após a derrota em Itália da revolta conduzida por Lépido.
Sertório foi assassinado num banquete pelo seu lugar-tenente Perperna e por outros dos seus oficiais. A sua morte significou o rápido colapso da resistência contra o poder estabelecido em Roma.
A política de assimilação, adoptada pelo governo de Roma em relação às suas conquistas, acabou por transformar o território numa província romana, facto para que até certo ponto concorrera a administração de Sertório ao tentar implantar entre os lusitanos os usos e os costumes da civilização romana.
O nome de Sertório está ligado à lenda da fundação da Sertã.
Plutarco dedicou-lhe uma biografia das suas Vidas Paralelas, em que o comparou a Filipe II da Macedónia, Antígono Monoftalmo e Aníbal, que, como ele, também tinham perdido um olho.[3] A sua vida é escrita em paralelo à de Euménio de Cárdia, um general de Alexandre Magno: "Ambos nasceram para liderar e eram dotados de grande talento para a guerra e de habilidade para frustrarem os seus inimigos; ambos estavam exilados dos seus países, comandavam soldados estrangeiros e, nas suas mortes, sofreram uma Fortuna que lhes foi dura e injusta, pois ambos foram vítimas de conspirações e foram mortos pelos mesmos homens com quem tinham vencido os seus inimigos."[4]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- PLUTARCO, Sertório - Euménio, Ed. Sementes de Mudança, Évora, 2008.