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Roberto Minczuk: diferenças entre revisões

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Estreou nos Estados Unidos regendo a [[Filarmônica de Nova York]] em [[1998]] e, em [[2002]], foi convidado a assumir o posto de regente associado, cargo pela última vez ocupado por [[Leonard Bernstein]].
Estreou nos Estados Unidos regendo a [[Filarmônica de Nova York]] em [[1998]] e, em [[2002]], foi convidado a assumir o posto de regente associado, cargo pela última vez ocupado por [[Leonard Bernstein]].

== Críticas ==
O maestro Roberto Minczuk coleciona também críticas desfavoráveis às suas atuações no exterior. Em 2008, após ter cancelado concertos importantes junto à OSB e à [[Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro]], onde exerce o posto de maestro titular e diretor musical concomitantemente, o maestro recebeu duras críticas da mídia internacional por atuações medíocres junto à [[Filarmônica da Filadélfia]] e à [[BBC Scottish Symphony]]. O renomado crítico musical americano [[Peter Dobrin]], colunista dos jornais [[Philadelphia Daily News]] e [[Philadelphia Inquirer]], escreveu que, no fim do roteiro da noite, "o maestro Minczuk não emergiu nem como herói nem como personalidade capaz de fazer música própria plenamente." <ref>{{citar web|url=http://articles.philly.com/2008-04-12/entertainment/25252126_1_roberto-minczuk-philadelphia-orchestra-music|título=A conductor steps into, but does not fill, the breach|obra=[[Philly.com]]|formato=|acessodata=14/04/2011}}</ref>

Já sobre sua atuação em [[Londres]], o não menos renomado crítico [[Michel Tumelty]], do jornal [[The Herald]], tachou de criminosa e medíocre a versão de Minczuk para a segunda sinfonia de [[Brahms]], empregando termos como "quadrada", "fluxo chato" e "desprovida de caráter": "O segundo movimento estava como um café-da-manhã de cachorro: sujo e espalhado, sem a mínima intenção de alinhavar as seções, espalhadas como pedaços de um quebra-cabeças num chão de madeira".<ref>{{citar web|url=http://www.heraldscotland.com/music-bbc-sso-city-hall-glasgow-1.878777|título=Music: BBC SSO, City Hall, Glasgow|obra=[[The Herald]]|formato=|acessodata=14/04/2011}}</ref>

Em matéria à época, o [[Jornal do Brasil]] de 24/04/2008 ainda informa que "um dos pontos que chamaram a atenção de fãs de música clássica, que debateram as ausências do maestro no Rio nos últimos concertos em que sua participação estava confirmada, no site de relacionamentos Orkut foi a falta de referências ao trabalho do maestro na cidade. Minczuk aparece creditado apenas como "regente da [[Filarmônica de Calgary]], do Canadá". <ref>{{citar web|url=http://audicoesbrasileiras.blogspot.com/2008/05/herald-tacha-atuao-de-minczuk-de.html|título='The Herald' tacha atuação de Minczuk de medíocre|obra=[[blogger]]|formato=|acessodata=14/04/2011}}</ref>


== Polêmicas ==
== Polêmicas ==

Revisão das 17h52min de 15 de abril de 2011

Roberto Minczuk (São Paulo, 23 de abril de 1967) é o diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira da Cidade do Rio de Janeiro e da Orquestra Filarmônica de Calgary, e diretor artístico do do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.

Trabalhos

Ocupou os postos de diretor artístico adjunto e regente associado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, da Sinfônica de Ribeirão Preto e regente titular da Sinfônica da Universidade de Brasília.

Já regeu as orquestras filarmônicas de Nova York, Los Angeles e Israel, orquestras da Filadélfia e Minnesota; sinfônicas de St. Louis, Atlanta, Baltimore, Toronto e Ottawa, dentre outras. Na Europa, regeu as sinfônicas da BBC de Londres e BBC de Cardiff; as filarmônicas de Londres, Oslo, Hallé, Rotterdam; as orquestras nacionais da França, Lyon e Royal National Scottish. Regeu com grande sucesso de público e crítica vários concertos da Filarmônica de Londres em turnê pelos Estados Unidos e as últimas produções de Os Sete Pecados Capitais e O Vôo de Lindbergh da Ópera de Lyon na França e no Festival Internacional de Edinburgh. Em 2007, estreou frente à Orquestra de Cleveland e Sinfônica de São Francisco.

Estreou nos Estados Unidos regendo a Filarmônica de Nova York em 1998 e, em 2002, foi convidado a assumir o posto de regente associado, cargo pela última vez ocupado por Leonard Bernstein.

Polêmicas

Sempre cercado de polêmicas e visto no meio musical como um maestro ríspido e autoritário, desde 2008 a OSB, sob seu comando, enfrenta uma grave crise, que começou com o pedido unânime de seu corpo musical por sua demissão e a recusa de se apresentarem sob a batuta do maestro. [1][2] A crise foi se agravando até que, após a exigência de uma reaudição no meio das férias da orquestra, o protesto dos músicos acarretou na demissão de 52 músicos e numa carta de protesto assinada pelos que fizeram o teste e não foram demitidos. [3] Junto com o protesto dos músicos demitidos, vários músicos e artistas de renome também criticaram os atos de Minczuk e alguns até cancelaram suas participações junto à OSB, entre eles: os pianistas Nelson Freire [4] e Cristina Ortiz, o maestro Roberto Tibiriçá, o celista Antônio Menezes e a bailarina Ana Botafogo[5][6]. Além destes o compositor Marlos Nobre, padrinho musical de Minczuk proibiu que este regesse suas obras no que chamou de "arremedo de orquestra", se referindo ao que sobrou da OSB após a demissão em massa.

Em carta aberta ao maestro, Marlos Nobre ainda relembra o início da carreira de Minczuk, dizendo: "Você se destacou como jovem talento, promissor o bastante para que eu lhe desse de presente uma trompa novinha em folha (a sua, na época era impraticável)."

e ainda acrescenta:

"Roberto, aquele menino a quem dei uma trompa hoje é motivo da maior decepção que jamais tive em minha vida. Uma decepão profunda e irreversível. Você, e somente você, é o responsável por uma situação inédita na música sinfônica do Brasil, ao submeter uma orquestra inteira a um vexame público demitindo com requintes de crueldade e desrespeito pelo passado deles, mais da metade de seus componentes através de pretextos os mais inaceitáveis possíveis." [7][8]

A crise alcançou seu ápice no dia 9 de abril de 2011, dia da abertura da temporada da OSB, quando foi surpreendido por três manifestações ao mesmo tempo. O Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde se daria o concerto, foi palco do maior protesto de sua história. Em suas escadas os músicos demitidos faziam um concerto para o público que entrava, vestidos com uma camisa onde se lia: SOS OSB. Dentro do Theatro Municipal, os músicos da OSB Jovem, que substituiram a OSB desfalcada pelas demissões, foram recebidos com entusiasmo pela platéia, sob longo e caloroso aplauso, contudo, com assim que se deu a entrada de Minczuk no palco, grande parte da audiência o recebeu com fortes vaias, apitaços e chocalhos, do camarote da família do maestro partiam também manifestações de apoio a Roberto Minczuk. Após breve indecisão do maestro de comprimentar o público ou não, apesar das vaias, decide se curvar à platéia, neste momento, os músicos da OSB Jovem se levantam, retirando-se do palco. Após 20 minutos de vaias [9], o maestro também se retira. Após sua saída, retornam os músicos da OSB Jovem, tentando sem sucesso fazer uma declaração de repúdio, mas têm o microfone cortado. Impedido de reger o programa que homenagearia o pintor Cândido Portinari, o concerto é cancelado. Após o incidente a FOSB, Fundação OSB, também cancelaria o concerto do dia 10 de Abril, que traria o mesmo programa. [10] [11]

Na mesma semana, o maestro Minczuk cancelou também sua participação junto à Sinfônica de Utah, temendo mais vaias e manifestações dos músicos dessas orquestras, de acordo com o crítico Norman Lebrecht. [12]

Em entrevista recente feita pelo jornalista Paulo Werneck, Minczuk se defende:

A orquestra não estava acostumada ao rigor, às cobranças dos próprios músicos, do maestro, da crítica?

"Acho que existe, no Brasil, uma tendência ao comodismo. Você tem de criar desafios. Tocar no Rio e depois tocar na Sala São Paulo, praticamente para o mesmo público que ouve a Osesp semanalmente, é um desafio para a orquestra."[13]

O deputado estadual Luiz Paulo, membro da Comissão de Cultura da ALERJ, oficiou ao Deputado Robson Leite nesta quarta-feira, 13/04, o pedido de uma audiência pública para investigar a maneira nociva com que vem agindo o Conselho de Administração da Orquestra Sinfônica Brasileira ao demitir os seus músicos. Em discurso enérgico na ALERJ, Luiz Paulo defendeu os direitos dos artistas e questionou a gestão do Maestro: [14]

"O que V.Exa. diz, Deputada Myrian Rios, é pertinente, porque quem desrespeita não é o público, não. Quem desrespeita a lei é o Maestro Roberto Minczuk porque ele é diretor artístico do Theatro Municipal, ele é diretor artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, ele participa de entidades internacionais, mesmo assim ele tem obrigação de dar seu tempo no Theatro Municipal. E não o faz. Ele, quando aparece, é somente para reger, como se fosse um maestro avulso.

O Governador Sérgio Cabral, a Secretária de Cultura e/ou a Presidente da Fundação Theatro Municipal têm o dever de exonerar o Maestro Roberto Miczuk da direção artística daquela instituição, porque ele não cumpre sua obrigação contratual de dedicação ao corpo artístico do Theatro Municipal. Ele comete crime de improbidade administrativa." [15]

Já o deputado Robson Leite, no mesmo dia, ainda acrescenta:

Quem está sendo vaiado não é o maestro, me preocupo com isso. Quem está sendo vaiada é a cultura brasileira, pela postura equivocada; pela postura reacionária; pela postura centralizadora e egoísta e desrespeitosa com os direitos humanos do Sr. Roberto Minczuk. Se não tem legitimidade para continuar, que dê a vaga a outro. [16]

A deputada estadual Jandira Feghalli, que junto do deputado Robson Leite convocaram o maestro à uma audição pública na ALERJ declara no dia 13/04/2011 em seu site:[17]

A arte e a cultura brasileiras pedem passagem. A sociedade quer vê-las fortes e acessíveis, mas livres da tirania e o do autoritarismo daqueles que não se dispõem ao diálogo. Ao maestro Minczuk, parece-me não restar alternativa a não ser pegar a batuta e pendurar o boné. Não pode mais exercer a liderança que perdeu. [18]

Prêmios

Dentre os prêmios que recebeu nos últimos anos estão o Martin Segall, o Grammy Latino de Melhor Álbum Clássico com o CD Jobim Sinfônico, um projeto concebido por Mário Adnet e Paulo Jobim, o Emmy, o Prêmio Carlos Gomes, o APCA como Melhor Regente e o Prêmio TIM, estes últimos em 2006.

Em 2007, recebeu o Prêmio Carioca do Ano, concedido pela revista Veja Rio por seu trabalho com a OSB. Com a Filarmônica de Londres, gravou pela Naxos obras de Ravel, Piazzolla, Martin e Tomasi; com a OSESP, pelo selo BIS, sete CDs que incluem a integral das Bachianas brasileiras, danças brasileiras e Beethoven; quatro CDs com a Orquestra Acadêmica do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, com obras de Dvorák, Mussorgsky, Tchaikovsky, dentre outros. Sua organização na Coleção Grandes Compositores da Música Clássica é fantástica.

Referências

  1. «Músicos da OSB aceitam tocar com maestro assistente mas continuam a recursar regência de Roberto Minczuk». O Globo. Consultado em 14 de abril de 2011 
  2. «Músicos querem Minczuk fora da OSB». Estadão. Consultado em 14 de abril de 2011 
  3. «O Fim da Era Minczuk». Estadão. Consultado em 14 de abril de 2011 
  4. «Nelson Freire cancela concertos com a OSB». Veja. Consultado em 14 de abril de 2011 
  5. «Nelson Freire anuncia cancelamento de concertos com a OSB». IG. Consultado em 14 de abril de 2011 
  6. «Represália de solistas convidados incendeia crise na OSB». Folha. Consultado em 14 de abril de 2011 
  7. «Carta Aberta de Marlos Nobre». Consultado em 14 de abril de 2011 
  8. «Brazil - now the conductor gets dumped by his mentor». Norman Lebrecht. Consultado em 14 de abril de 2011 
  9. «Público vaia maestro da OSB no Theatro Municipal por 20 minutos». O Dia. Consultado em 14 de abril de 2011 
  10. «Desarmonia na regência». O Dia. Consultado em 14 de abril de 2011 
  11. «A crise da OSB continua». O Globo. Consultado em 14 de abril de 2011 
  12. «Norman Lebrecht - Breaking: Brazil crisis conductor cancels foreign concerts». Norman Lebrecht. Consultado em 14 de abril de 2011 
  13. «Entrevista do Maestro Roberto Minczuk na Folha». OSB em Pauta. Consultado em 15 de abril de 2011 
  14. «Demissões na Orquestra Sinfônica Brasileira». Luiz Paulo. Consultado em 15 de abril de 2011 
  15. «Discurso - Luiz Paulo 13/04/2011 - ALERJ». ALERJ. Consultado em 15 de abril de 2011 
  16. «Discurso - Robson Leite 13/04/2011 - ALERJ». ALERJ. Consultado em 15 de abril de 2011 
  17. «Robson convoca audiência pública sobre a crise da OSB». Robson Leite. Consultado em 15 de abril de 2011 
  18. «A Orquestra Sinfônica do Brasil merece respeito!». Jandira Feghalli. Consultado em 15 de abril de 2011 

Ligações externas