Simaroubaceae

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Ailanthus altissima
Ailanthus altissima
Simaba ferruginea
Simaba ferruginea
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Simaroubaceae
Géneros
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Simaroubaceae é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor – divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Sapindales. As sapindales, por sua vez, são um grupo monofilético, com sinapomorfias como folhas pinado-compostas e flores apresentando disco nectarífero evidente, geralmente pequenas; são plantas lenhosas com folhas alternas espiraladas, desprovidas de estípula. O táxon consiste em 9 famílias e cerca de 5.800 espécies, dentre elas a Simaroubaceae é uma das principais. Essa ordem está incluída nas Malvídeas (Eurosídeas II), segundo o atual sistema de classificação APG II (o mais atual para angiospermas).

São plantas ditas eudicotiledônias, desenvolvendo portanto embriões com dois ou mais cotilédones e possuindo geralmente grão de pólen tricolporado.

Habitat[editar | editar código-fonte]

No Brasil, ocorrem 6 gêneros e 20 espécies distribuídas pantropicalmente, encontrada em regiões tropicais ou sub-tropicais. Sua distribuição global se dá nas regiões tropicais das América, se estendendo até África, Madagascar e regiões da Austrália banhadas pelo Oceano Pacífico, ocorrendo poucos gêneros em regiões temperadas.

Relações Ecológicas[editar | editar código-fonte]

De acordo com a literatura, suas flores são polinizadas por diversos insetos, principalmente abelhas e outros animais como aves (geralmente quando drupa); contudo, alguns gêneros são polinizados pelo vento (quando fruto é tipo sâmara), como em Leitneria.

Fórmula floral[editar | editar código-fonte]

Flor estaminada: *, K (4-5), C5, A5+5, G (5)•

Flor carpelada: *, K (4-5), C5, A5+5•, G (5); agregado de sâmaras ou drupas

Informações botânicas[editar | editar código-fonte]

São arbustos ou árvores, ocasionalmente armados como no caso da Castela; apresentam compostos triterpenóides amargos do tipo quassinóide.

Flor[editar | editar código-fonte]

IInflorescência geralmente cismosa, determinada, terminal o axilar; flores pouco vistosas, unissexuadas (plantas monoicas ou raramente dióicas) ou raramente bissexuadas, com estaminódios e pistilódios bem desenvolvidos frequentemente; actinomorfas, diclamídeas ou raramente monoclamídeas; cálice 4-5 mero, geralmente livres a ligeiramente conatas, prefloração valvar ou imbricada; corola 3-5(-8-)-mera, geralmente dialipétala, também imbricadas ou valvares; estames em número duplo ao das sépalas, raramente em número igual ou numeroso, livres entre si, com frequência basalmente apendiculados, anteras rimosas; grão de pólen tricolporado. disco nectarífero geralmente presente (intraestaminal); gineceu dialicarpelar ou gamocarpelar, 1-5(-8-)-carpelar, unidos apenas pelos estiletes; estigma capitado a fortemente lobado; ovário súpero, 1-5(-8-)-loculos, placentação geralmente axial, lóculos unidos ou raramente biovulados (separando-se em carpelos individuais à medida que os frutos se desenvolvem). Flores ausentes em ''Leitneria''.

Fruto[editar | editar código-fonte]

Apresenta fruto agregado de sâmaras ou de drupas carnosas à secas; o endosperma pode estar ausente.

Folhas[editar | editar código-fonte]

Filotaxia é alterna (geralmente espiralada) ou raramente opostas, podendo apresentar folhas compostas pinadas e ocasionalmente folhas simples, ausência de estípulas, com folículos inteira ou serreada. A venação é peninérvea. Apresentam células secretoras esparsas frequentemente nas folhas e casca. Geralmente com tricomas simples na superfície.

Gêneros[editar | editar código-fonte]

Compreende 20 gêneros , incluindo os nativos brasileiros (6 gêneros) tais como Castela, Picrasma, Picrolemma, Quassia,Simaba e Simarouba. O gênero Simarouba foi fundado em 1775 por Aublet, e esse se difere dos taxa Quassia L. e Simaba Aubl. principalmente por possuir flores unissexuais com estigmas longos e divergentes, Principais gêneros da família Simaroubaceae:

Alvaradoa
Ailanthus com 15 spp;
Brucea
Castela com 12 spp.
Eurycoma
Holacantha
Leitneria
Picramnia
Picrasma
Quassia
Simarouba
Simaba com, aproximadamente, 30 spp;

Principais espécies[editar | editar código-fonte]

Todas as espécies de Simaba são utilizadas para medicina popular como antifebrífugo, antidiarreico, anti-reumático e contra hidropisia, além de possuirem compostos de caráter terapêutico e antimalária (Eurycoma longifolia). Espécies do gênero Simaba:

Simaba multiflora
Simaba orinocensis
Simaba guianensis
Simaba cuspidata Spruce
Simaba cedron Planchon
Simaba polyphylla Caval.
Simaba subcymosa
Simaba ferruginea

Importância[editar | editar código-fonte]

Uso medicinal de algumas espécies que possuem compostos amargos como no caso de alguma das espécies dos gêneros Quassia e Picrasma; e no uso da madeira do marupá (Simarouba amara). Provavelmente tais substâncias amargas conferem propriedades medicinais à estas plantas. A presença das substâncias denominadas quassinóides é exclusiva dessa familia. Pesquisas recentes demonstram que o potencial anti-malária do quissanóide (orinocinolide) é presente na Simaba orinocensis, uma vez que possuem compostos de caráter terapêutico (Eurycoma longifolia). Todas as espécies de Simaba são utilizadas para medicina popular como antifebrífugo, antidiarreico, anti-reumático e contrahidropisia. Também existem estudos que incentivam a pesquisa aprofundada dos compostos químicos de certas espécies, uma vez que extratos de A. excelsa demonstraram um significante poder de atuação antioxidante e atiproliferativo, que pode ser aplicado para inibir processos de carcinogênese, como iniciação, promoção e progressão de um tumor. Na biotecnologia, espécies dessa família também apresentam utilidade como marcadores de microssatélite (totalizando 18 marcadores), obtidos a partir da espécie  Eurycoma longifolia, para a  criação de perfis de DNA em estudos de diversidade genética. Ainda, algumas espécies são usadas no ramo ornamental: a árvore-do-paraíso do gênero Ailanthuse o marupá (Simarouba).

Referências[editar | editar código-fonte]

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SAID, ATAA; TUNDIS, ROSA; HAWAS, USAMA W.; EL-KOUSY, SALAH M.; RASHED, KHALED; MENICHINI, FEDERICA; BONESI, MARCO; HUEFNER, ANTJE; LOIZZO, MONICA ROSA; MENICHINI, FRANCESCO. In vitro Antioxidant and Antiproliferative Activities of Flavonoids from Ailanthus excelsa (Roxb.) (Simaroubaceae) Leaves. Z. Naturforsch. 65 c, 180 – 186. 2010.

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Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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