Sinfonia n.º 6 (Mahler)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Sinfonia n.º 6 em lá menor de Gustav Mahler, por vezes referida como Trágica, foi composta entre 1903 e 1904. A partir da Quinta Sinfonia, Mahler toma temporariamente outra direção musical renunciando não apenas à voz humana mas também aos programas destinados a facilitar a compreensão das suas obras.

A "sexta" é a única entre as sinfonias de Mahler que termina de forma inequivocamente trágica. Mahler foi um compositor com claras conotações "trágicas", mas o facto é que a maior parte das suas sinfonias termina de forma triunfante (n.º 1, 2, 3, 5, 7 e 8), enquanto outras terminam com um clima de alegria (n.º 4), tranquila resignação (n.º 9) ou calma radiante (n.º 10). A conclusão trágica, até niilista da n.º 6 é considerada como particularmente inesperada, já que a obra foi composta numa etapa especialmente feliz da vida de Mahler: tinha casado com Alma Schindler em 1902, e durante o decurso da composição nasceu Anna, a sua segunda filha.

Talvez devido à complexidade ou ao carácter especialmente severo, de rutura e pessimista, a sexta não figura entre as sinfonias mais populares de Mahler para o público em geral. É, no entanto, reconhecida por muitos como uma das suas melhores obras, e é considerada como uma sinfonia que exige um grande estudo por parte dos maestros e das orquestras. Alban Berg e Anton Webern elogiaram-na depois da primeira audição, e para Berg era "a única sexta, apesar da Pastoral", enquanto que Webern a dirigiu várias vezes.

A sinfonia tem quatro movimentos:

  • Allegro energico, ma non troppo. Heftig, aber markig
  • Andante moderato
  • Scherzo: Wuchtig
  • Finale. Allegro moderato — Allegro energico

Instrumentação[editar | editar código-fonte]

A sinfonia é compostas para:

Nunca antes se tinha usado numa sinfonia dois destes instrumentos: a celesta, que Mahler descobrira em 1903, e o xilofone, que não utilizaria depois. O chocalho ou caneca de vaca simboliza a solidão humana na natureza; o martelo, o destino; o xilofone, o riso do diabo; os graves sinos, um credo religioso.

No caso do "martelo" (Hammerschlag) que se escuta até três vezes no movimento final, Mahler estabelece que o seu som deve ser um golpe curto e potente, mas não metálico. Tal constitui um problema para a interpretação da obra, pois um martelo sem nenhuma caixa de ressonância seria dificilmente audível longe da orquestra. Na versão final da obra, Mahler eliminou o terceiro golpe de martelo, o que diz muito da importância simbólica que o autor atribuía a estes "golpes do destino".[1] Atualmente costuma utilizar-se uma grande caixa oca de madeira, que se golpeia com um grande martelo, também de madeira. Alban Berg utilizou este instrumento nas suas 3 Orchesterstücken, Op. 6.

Estreias[editar | editar código-fonte]


Extrato musical[editar | editar código-fonte]

Virtual Philharmonic Orchestra (Reinhold Behringer) com samples digitais

Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda.

Fontes[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Henri Louis de la Grange. «Symphonie nº 6». Une Discographie de Gustav Mahler (em francês). Consultado em 15 de dezembro de 2011