Sociedade do Crescente Vermelho Palestino

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Sociedade do Crescente Vermelho Palestino
جمعية الهلال الأحمر الفلسطيني
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Sociedade do Crescente Vermelho Palestino
Tipo organização sem fins lucrativos
Fundação 1968 (56 anos)[1]
Sede Al-Bireh,[2] Palestina
Filiação IFM-SEI [en]
Presidente Dr. Younis al-Khatib[3]
Fundador(a) Fathi Arafat[4]
Empregados 4 200[1]
Voluntários 20 000[1]
Área de influência territórios palestinos
Sítio oficial www.palestinercs.org

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (em árabe: جمعية الهلال الأحمر الفلسطيني; em inglês: Palestine Red Crescent Society; PRCS) foi fundada em 1968 por Fathi Arafat, irmão de Yasser Arafat.[5] É uma organização humanitária que faz parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Fornece hospitais, serviços de medicina de urgência e ambulância e centros de atenção primária à saúde na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Sua sede fica em Ramallah, perto de Jerusalém.

Serviços de ambulância[editar | editar código-fonte]

Ambulância destruída na cidade de Shuja'iyya, na Faixa de Gaza, após bombardeio israelense, no Hospital Al-Quds

A PRCS fornece a maioria dos serviços de ambulância nos territórios, como a prestação de serviços médicos de emergência e de socorro aos palestinos, conforme determinado em 1996 pelo então líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat. Os serviços de ambulância são prestados por 41 estações e subestações, 22 postos de campo móveis, 122 ambulâncias, 346 técnicos de emergência médica e mais de 500 voluntários.

Em 1996, também foi fundado o Instituto de Emergência Médica, que treina funcionários e técnicos em emergência médica de acordo com padrões internacionais. Além disso, a PRCS desempenhou um papel fundamental na criação do número nacional de emergência (101).[6]

Problemas especiais[editar | editar código-fonte]

Ambulância do Crescente Vermelho Palestino em posto de controle israelense

O conflito entre israelitas e palestinos criou alguns problemas especi ais na prestação de serviços.

As autoridades israelenses têm exigido que as ambulâncias palestinas sejam submetidas a uma revista ao passar pelos postos de controle, atrasando o atendimento aos pacientes e resultando em impactos significativamente negativos na assistência médica. Entre os anos de 2000 e 2007, por exemplo, estima-se que 16% das mulheres grávidas tiveram que aguardar em postos de controle por períodos superiores a duas horas, o que resultou em 68 partos ocorrendo em postos de controle, 35 casos de aborto espontâneo e 5 mortes maternas ao longo de um período de sete anos.[7] Segundo fontes israelitas, esta política é o resultado da utilização de ambulâncias por organizações palestinas para transportar terroristas e armamento durante a Segunda Intifada, tornando necessária a inspeção das ambulâncias palestinas independentemente da gravidade do estado do paciente.[8][9][10][11][12] Israel fez alegações semelhantes durante a Operação Chumbo Fundido de 2008–2009; no entanto, a Amnistia Internacional nega que o Hamas tenha utilizado sistematicamente instalações médicas, veículos e uniformes como disfarce, afirmando que não foram fornecidas quaisquer provas que comprovassem tais ações.[13] Além disso, a declaração da Magen David Adom à Missão da ONU que investigou a guerra afirmou que "não houve uso de ambulâncias da PRCS para o transporte de armas ou munição (...) [e] não houve uso inadequado de emblemas humanitários pela PRCS".[14]

De acordo com a PRCS, o exército terrestre e aéreo da Força de Defesa de Israel (FDI) tem deliberadamente atacado ambulâncias palestinas e impedido ou dificultado a realização de suas tarefas, em violação ao direito internacional humanitário.[15] Em 2003, por exemplo, a PRCS informou que sete funcionários ficaram feridos e 12 ambulâncias foram danificadas em ataques perpetrados por colonos israelitas e pelas FDI, e as ambulâncias da PRCS tiveram acesso negado ou atrasado a áreas em 584 ocasiões diferentes.[16]

Referências

  1. a b c «About PRCS | Palestine Red Crescent Society». www.palestinercs.org 
  2. «contact us | Palestine Red Crescent Society». www.palestinercs.org 
  3. «Dr.Younis Al Khatib President of the Palestine Red Crescent Society "I am not a Target " | Palestine Red Crescent Society». www.palestinercs.org 
  4. Bullamore, T. (2005). «Fathi Arafat». BMJ: British Medical Journal. 330 (7481): 46. PMC 539860Acessível livremente. doi:10.1136/bmj.330.7481.46 
  5. «Fathi Arafat, P.L.O. Leader's Brother, Dies at 67». The New York Times. 2 de dezembro de 2004. Consultado em 21 de maio de 2010 
  6. «Archived copy». Consultado em 29 de outubro de 2009. Arquivado do original em 31 de janeiro de 2010 
  7. «Checkpoints Compound the Risks of Childbirth for Palestinian Women». United Nations Population Fund 
  8. WORLD HEALTH ORGANIZATION FIFTY-SIXTH WORLD HEALTH ASSEMBLY A56/INF.DOC./6 Provisional agenda item 19 16 May 2003 14. According to the Israeli Ministry of Health, "There have been several proven cases of misuse of Palestinian ambulances to transport ammunition or explosive belts or to transfer terrorists."[1] Arquivado em 21 junho 2011 no Wayback Machine
  9. «Palestinian Misuse of Medical Services and Ambulances for Terrorist Activities». mfa.gov.il. Consultado em 14 de setembro de 2014 
  10. WORLD HEALTH ORGANIZATION FIFTY-SIXTH WORLD HEALTH ASSEMBLY A56/INF.DOC./6 Provisional agenda item 19 16 May 2003 #35. According to the Israeli Ministry of Health, "The Red Crescent closely cooperated with the MDA until April 2002. At that time, the IDF found that Red Crescent ambulances were being used to carry terrorists. The Red Crescent personnel involved in this violation were interrogated..".
  11. Gleis, Joshua L.; Berti, Benedetta (10 de julho de 2012). Hezbollah and Hamas: A Comparative Study (em inglês). [S.l.]: JHU Press. ISBN 9781421406145 
  12. Levitt, Matthew (2007). Hamas: Politics, Charity, and Terrorism in the Service of Jihad (em inglês). [S.l.]: Yale University Press. p. 100. ISBN 978-0300122589. (pede registo (ajuda)) 
  13. «Amnesty accuses Israel of reckless use of weapons». JPost. 2 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 1 de outubro de 2011 
  14. «Report of the United Nations Fact Finding Mission on the Gaza Conflict, 2009, p. 144.» (PDF) 
  15. «Archived copy». Consultado em 29 de outubro de 2009. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2010 
  16. Cordesman; Moravitz, Jennifer (2005). Jennifer Moravitz, ed. The Israeli-Palestinian war: escalating to nowherefirst1=Anthony H. Illustrated ed. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780275987589 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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