Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

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Supremo Concílio, antiga Assembleia Geral, é o concílio que atua como órgão máximo da Igreja Presbiteriana do Brasil[1] e exerce sua jurisdição sobre todo o território nacional, além de ser a última instância para tratar determinadas questões internas. Periodicamente o Supremo Concílio reúne todos os presbíteros da IPB (quer sejam docentes, também chamados de pastores, quer sejam regentes, chamados apenas como presbíteros, estando tanto os regentes, quanto os docentes em mesmo grau hierárquico) a fim de que dentre eles sejam eleitos o Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário Executivo, os Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Secretários e o Tesoureiro, que comporão a Mesa do Supremo Concílio.[2]

A Igreja Presbiteriana do Brasil constitui-se de igrejas a ela federadas, cujos membros adotam suas doutrinas e símbolos de fé, dos quais destacam-se a Confissão de Fé de Westminster, Catecismo Maior de Westminster e o Breve Catecismo de Westminster. Seus membros reúnem-se em templos locais, quais sejam: Igrejas (organizadas e autônomas) ou Congregações (sob os cuidados de uma ou mais Igreja(s)). Cada Igreja federada elege seu pastor titular, que será um presbítero docente, além dos presbíteros regentes que administrarão a Igreja. Um conjunto de Igrejas poderá formar um Presbitério, que deliberará acerca de questões locais. Um conjunto de Presbitérios poderá formar um Sínodo, que deliberará acerca de questões regionais, além de servir como segunda instância. O Supremo Concílio, portanto, abrange todos estes e serve como a União de toda a Federação Presbiteriana do Brasil.[3] A denominação, portanto, é regida por concílios individuais ou federal, este último pelo Supremo Concílio, que seria uma espécie de "União" das igrejas federadas, bem como dos sínodos e presbíteros também federados.

Dentre seus primeiros presidentes, muitos eram missionários estadunidenses que vieram ao Brasil para cultivar o trabalho plantado pelo Rev. Ashbel Green Simonton em 12 de agosto de 1859.[4]

Mesa do Supremo Concílio[editar | editar código-fonte]

(2022-2026)[editar | editar código-fonte]

Em 2022, no segundo dia da 40ª Reunião do Supremo Concílio, que aconteceu em Cuiabá entre 24 e 31 de julho, foi eleita para liderança os seguintes presbíteros:[5][6]

Nome Cargo
Rev. Roberto Brasileiro Presidente
Rev. Marco Antônio Serjo da Costa Vice-Presidente
Presb. George Santos de Almeida 1º Secretário temporário
Rev. José Romeu da Silva 2º Secretário temporário
Presb. Marco Aurélio Ribeiro 3º Secretário temporário
Rev. Carlos Eduardo Aranha Neto 4º Secretário temporário

(2018-2022)[editar | editar código-fonte]

Como resultado da 39ª Reunião do Supremo Concílio, que aconteceu em Águas de Lindóia[7], entre 22 e 29 de julho de 2018, a então liderança da Igreja Presbiteriana do Brasil foi a seguinte:[8]

Nome Cargo
Rev. Roberto Brasileiro[9] Presidente
Rev. Augustus Nicodemus Lopes Vice-Presidente
Rev. Juarez Marcondes Filho Secretário Executivo[10]
Rev. José Romeu da Silva Primeiro Secretário
Presb. Jairo de Souza Cruz Segundo Secretário
Presb. Marco Aurélio Ribeiro Terceiro Secretário
Presb. George Santos Almeida Quarto Secretário
Presb. José Alfredo Marques Almeida Tesoureiro

História[editar | editar código-fonte]

Segundo Matos, o primeiro líder foi, obviamente o Rev. Ashbel Green Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil em 12 de agosto de 1859. Com a organização das Igrejas Presbiterianas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Brotas, o primeiro Presbitério foi fundado, o Presbitério do Rio de Janeiro, vinculado ao Sínodo de Baltimore, nos Estados Unidos da América.[11]

Somente em 14 de abril de 1887, mais de vinte anos depois, um novo Presbitério foi fundado, o Presbitério de Campinas e Oeste de Minas. No ano seguinte, em 17 de agosto de 1888, surge o Presbitério de Pernambuco. Ambos estavam ligados à Igreja do Sul dos Estados Unidos (hoje Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos). Em 6 de setembro de 1888 os três Presbitérios formam o Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil, um concílio autônomo. Contava com vinte missionários, doze pastores e mais de cinquenta igrejas federadas.[11]

Em 1907, o Sínodo dissolveu-se, após sua própria aprovação, para tornar-se em dois Sínodos: Sínodo do Norte (Salvador) e Sínodo do Sul (Campinas), que somente se reuniram em janeiro de 1909. No ano seguinte, em 7 de janeiro de 1910, foi instalada a Assembleia Geral no templo da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, que tinha como pastor titular o Rev. Álvaro Emygdio Gonçalves dos Reis, que foi seu presidente daquele ano até 1912. A Igreja Presbiteriana do Brasil, naquela época, possuía mais de dez mil membros comungantes, quase igual número de não-comungantes, sete Presbitérios e mais de cento e cinquenta igrejas federadas.[11]

Ainda segundo relato do Rev. Alderi Matos, historiador oficial da IPB, "a Assembléia Geral de 1936, reunida em Caxambu, Minas Gerais, convocou uma Assembléia Constituinte, que reuniu-se em dezembro do ano seguinte, no Rio de Janeiro. Essa Assembléia aprovou uma nova Constituição para a igreja, pela qual a Assembléia Geral passou a denominar-se Supremo Concílio".[11]

Atualmente o Presidente do Supremo Concílio é eleito para um mandato de quatro anos, podendo ser reeleito, sem limites para a quantidade de reeleições possíveis.[2]

Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil[editar | editar código-fonte]

A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil foi editada pelo Supremo Concílio e entrou em vigor aos 31 de outubro de 1950. Ela contém todas as diretrizes acerca da organização interna da Igreja Presbiteriana do Brasil, tratando do Conselho da Igreja (de caráter local, na igreja federada à IPB), de Presbitério, Sínodo e do próprio Supremo Concílio. Trata acerca dos direitos e deveres de membros comungantes, membros não-comungantes, diáconos, presbíteros regentes e presbítero docente, bem como disciplinas e recursos internos, além das instâncias superiores em que poderá recorrer aquele que de recurso necessitar.[12]

Lista de Moderadores e Presidentes[editar | editar código-fonte]

Presbitério do Rio de Janeiro (1865-1887)[editar | editar código-fonte]

Revendo Alexander Latimer Blackford, primeiro presidente do Presbitério do Rio de Janeiro e do Sínodo do Brasil
Nome Mandatos
Rev. Alexander Latimer Blackford 1865-1868
Rev. Francis Joseph Christopher Schneider 1969-1870
Rev. Robert Lenington 1870-1872
Rev. Francis Joseph Christopher Schneider 1872-1973
Rev. George Whitehill Chamberlain 1873-1875
Rev. Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa 1875-1976
Rev. Robert Lenington 1876-1877
Rev. George Whitehill Chamberlain 1877-1878
Rev. Miguel Gonçalves Torres 1878-1879
Rev. John Beatty Howell 1879-1880
Rev. João Fernandes Dagama 1880-1881
Rev. Antônio Bandeira Trajano 1881-1882
Rev. Antonio Pedro de Cerqueira Leite 1882-1883
Rev. Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa 1883-1884
Rev. Alexander Latimer Blackford 1884-1885
Rev. Eduardo Carlos Pereira 1885-1886
Rev. José Zacarias de Miranda e Silva 1886-1887
Rev. Miguel Gonçalves Torres 1887-1888

Sínodo do Brasil (1888-1910)[editar | editar código-fonte]

Nome Mandatos
Rev. Alexander Latimer Blackford 1888-1891
Rev. Miguel Gonçalves Torres 1891-1894
Rev. Antônio Bandeira Trajano 1894-1896
Rev. John Merrill Kyle 1897-1900
Rev. Samuel Rhea Gammon 1900-1903
Rev. João Ribeiro de Carvalho Braga 1903-1906
Rev. Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa 1906-1910

Assembleia Geral (1910-1942)[editar | editar código-fonte]

Nome Mandatos
Rev. Álvaro Emygdio Gonçalves dos Reis 1910-1912
Rev. Roberto Frederico Lenington 1912-1915
Rev. John Rockwell Smith 1915-1916
Rev. Horace Selden Allyn 1916-1917
Rev. Mattathias Gomes dos Santos (vice)[13] 1917-1918
Rev. Constâncio Homero Omegna 1918-1920
Rev. Álvaro Emygdio Gonçalves dos Reis 1920-1922
Rev. Alva Hardie 1922-1924
Rev. Erasmo de Carvalho Braga[14] 1924-1926
Rev. Mattathias Gomes dos Santos 1926-1928
Rev. José Carlos Nogueira 1928-1930
Rev. Coriolano Dias de Assunção 1930-1932
Rev. Miguel Rizzo Júnior 1932-1934
Rev. Cícero Siqueira 1934-1936
Rev. Galdino Moreira 1936-1942

Supremo Concílio (1937- até hoje)[editar | editar código-fonte]

Nome Mandatos
Rev. Guilherme Kerr 1937-1942
Rev. José Carlos Nogueira 1942-1946
Rev. Natanael Cortez 1946-1950
Rev. Benjamim Moraes Filho 1950-1954
Rev. José Borges dos Santos Junior 1954-1958 e 1958-1962
Rev. Amantino Adorno Vassão 1962-1966
Rev. Boanerges Ribeiro 1966-1970, 1970-1974 e 1974-1978
Presb. Paulo Breda Filho 1978-1982 e 1982-1986
Rev. Edésio de Oliveira Chéquer 1986-1990 e 1990-1992
Rev. Wilson de Souza Lopes 1992-1994
Rev. Guilhermino da Silva Cunha 1994-1998 e 1998-2002
Rev. Roberto Brasileiro 2002-2006, 2006-2010, 2010-2014, 2014-2018, 2018-2022 e 2022-presente

40ª Reunião do Supremo Concílio (Cuiabá/MT)[editar | editar código-fonte]

A 40ª Reunião do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil (SC/IPB) ocorreu entre os dias 24 e 31 de julho de 2022, na sede da Igreja Presbiteriana de Cuiabá, sendo tratados diversos assuntos, dos quais destacaram-se marxismo e ordenação feminina[15][16], além de ter sido eleita, para o mandato de 2022/2026, a mesa diretora.[17][18][19]

Mesa Diretora:

  • Presidência: Rev. Roberto Brasileiro (reeleito);
  • Vice-presidência: Rev. Marcos Antonio Serjo da Costa;

Secretários temporários:

  • 1° Secretário: Presb. George Santos de Almeida;
  • 2° Secretário: Rev. José Romeu da Silva;
  • 3° Secretário: Presb. Marco Aurélio Ribeiro;
  • 4° Secretário: Rev. Carlos Eduardo Aranha Neto.

Além disso, foram tratados diversos temas, dos quais, o que ganhou repercussão na mídia brasileira[20][21] foi a proposta para que fosse declarada a incompatibilidade da fé presbiteriana com ideologias marxistas. Tal proposta foi rejeitada pelo Supremo Concílio, que decidiu pela liberdade dos membros na escolha de ideologias políticas, recomendando-os que o façam conforme a fé e a consciência cristãs, pautados na Bíblia Sagrada.[22][23][24]

Também foi vetada a ordenação feminina, sendo mantido o posicionamento original adotado pela denominação. Ademais, tratou-se também do relacionamento da Igreja Presbiteriana do Brasil com outras denominações, como a Congregação Cristã no Brasil, sendo decidido que a IPB não vê a CCB como uma igreja genuinamente evangélica.[25]

Referências

  1. IPB, Igreja Presbiteriana do Brasil (20 de julho de 1950). «Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil» (PDF). Consultado em 23 de junho de 2023 
  2. a b «Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil». Igreja Presbiteriana do Brasil. Consultado em 29 de setembro de 2020 
  3. «IPB | Organização». IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil. Consultado em 23 de junho de 2023 
  4. «Missionários da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América ou Igreja do Norte – PCUSA (1859-1900)» (PDF). Igreja Presbiteriana Ebenézer de São Paulo. 2015. Consultado em 23 de outubro de 2020 
  5. «IPB | XL Reunião Ordinário do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil». IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil. Consultado em 25 de julho de 2022 
  6. «SC2022». Secretaria Executiva SC/IPB. 22 de setembro de 2021. Consultado em 25 de julho de 2022 
  7. «CAS/IPB - Conselho de Ação Social - 39ª Reunião do Supremo Concílio da IPB em Águas de Lindóia». www.casipb.com.br. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  8. «BP - 764 - AGOSTO 2018». Jornal Brasil Presbiteriano. Agosto de 2018. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  9. «Aniversário de 161 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil». Portal Mackenzie. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  10. «Equipe». Secretaria Executiva SC/IPB (em inglês). 22 de dezembro de 2016. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  11. a b c d MATOS, Alderi Souza de (1999). «História da Igreja Presbiteriana do Brasil: Concílios Superiores e seus Líderes». Consultado em 25 de outubro de 2020 
  12. «Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil» (PDF). Igreja Presbiteriana do Brasil. 31 de outubro de 1950. Consultado em 27 de outubro de 2020 
  13. «Rev. Matatias Gomes dos Santos». Hinologia Cristã. 4 de maio de 2015. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  14. «Biografia Erasmo Braga». Escola Erasmo Braga - Dourados, MS. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  15. «Cúpula 100% masculina da Igreja Presbiteriana proíbe pregação feminina». Folha de S.Paulo. 23 de agosto de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  16. VIEIRA, Thiago Rafael; REGINA, Jean Marques. «A quem incomodam a IPB e seu posicionamento político?». Gazeta do Povo. Consultado em 23 de junho de 2023 
  17. «IPB | 40ª Reunião do Supremo Concílio». IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil. Consultado em 23 de junho de 2023 
  18. «40ª reunião do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil aconteceu em Cuiabá». APMT. 8 de agosto de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  19. «UMP marca presença na 40ª Reunião do Supremo Concílio da IPB». UMP. 8 de julho de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  20. «Fiéis da Igreja Presbiteriana do Brasil denunciam perseguição e organizam resistência». O Globo. 24 de agosto de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  21. ANAJURE, Associação Nacional de Juristas Evangélicos (21 de julho de 2022). «Nota pública sobre notícias recentes quanto à posição da Igreja Presbiteriana do Brasil acerca de ideologias políticas». Anajure. Consultado em 23 de junho de 2023 
  22. «Igreja Presbiteriana diz que fiéis 'têm liberdade', após relatório antiesquerda». CartaCapital. 22 de julho de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  23. «Igreja Presbiteriana desiste de veto a cristão de esquerda para evitar racha interno». Folha de S.Paulo. 30 de julho de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  24. «Igreja Presbiteriana rejeita proposta que inibiria voto de fiéis na esquerda». G1. 30 de julho de 2022. Consultado em 23 de junho de 2023 
  25. Rangel, Caio (28 de julho de 2022). «Igreja Presbiteriana do Brasil não reconhece a CCB como igreja evangélica». Fuxico Gospel. Consultado em 23 de junho de 2023