Síndrome PFAPA
Síndrome PFAPA | |
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Especialidade | Pediatria, Imunologia, Reumatologia |
Sintomas | Febre, aftas, faringite, ou adenite cervical |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | E85.0 |
CID-11 | 451775619 |
DiseasesDB | 33682 |
Leia o aviso médico |
A síndrome PFAPA (sigla em inglês para Periodic Fever, Aphthous Stomatitis, Pharyngitis, and Adenitis, ou febre periódica, estomatite aftosa, faringite e adenite, em português) é uma doença autoimune pertencente ao grupo de febres periódicas. Foi descrita pela primeira vez em 1987.[1]
É caracterizada por episódios de febre acompanhada de aftas, faringite, ou adenite cervical. Os sintomas se manifestam na ausência de infecções no trato respiratório superior e em episódios que duram de 3 a 6 dias e se repetem a cada 3 a 8 semanas. Entre os episódios, os pacientes não apresentam nenhum sintoma.
A incidência é estimada em 2,3 a 2,6 casos a cada 10 mil crianças.[2][3] Sua causa é desconhecida e, diferentemente de outras febres periódicas, fatores étnicos ou geográficos não parecem ter relação com a sua incidência.[4][5]
O uso de corticoides é eficaz em suprimir rapidamente os episódios de febre e outros sintomas, com desaparecimento em 2 a 4 horas após ingestão[6] e interrupção do ciclo em 12 a 24 horas.[4] No entanto, não são capazes de prevenir a recorrência dos episódios[7][8] e podem encurtar o intervalo do ciclo.[9][4][8] Outros anti-inflamatórios não-esteroides podem ter efeito pequeno em aliviar os sintomas. A prescrição de antibióticos devido a um diagnóstico errado de amigdalite é comum,[7] mas não possuem efeito em combater a doença.[4][6][8]
Sintomas e diagnóstico
[editar | editar código-fonte]A febre periódica é o sintoma mais recorrente.[10] No entanto, diversas outras doenças possuem este sintoma, como a febre familiar do mediterrâneo.[11] A febre costuma ser acompanhada de:
- Aftas ou úlceras orais (estomatite aftosa)
- Faringite ou amigdalite purulenta com cultura negativa
- Inchaço de linfonodos cervicais (adenite cervical)
- Calafrios
- Dores no abdómen
- Cefaleia (dores de cabeça)
- Artralgia (dores nas juntas)
- Erupções cutâneas
- Mal-estar
Dado que a doença não pode ser identificada por exames laboratoriais, o diagnóstico é clínico e por exclusão. Os critérios para o diagnóstico de PFAPA são a ocorrência de febre periódica somado a pelo menos um dos outros sintomas principais (estomatite aftosa, faringite e adenite cervical) em crianças de até 5 anos, bem como a exclusão de infecções no trato respiratório superior e de neutropenia cíclica, a ausência de sintomas entre os episódios, e desenvolvimento e crescimento normais.[12]
Tratamento
[editar | editar código-fonte]A PFAPA tende a sumir com o crescimento da criança, mas pode retornar durante a adolescência ou fase adulta. Nesse caso, os sintomas costumam aparecer na segunda ou terceira década de vida.[4][13] O tratamento mais comum para sintomas consiste de corticoides esteroides ou glicocorticoides por via oral, como a prednisona que costuma resolver os episódios em questão de horas. Porém, é comum que o uso sob demanda desse tipo de medicamento encurte o intervalo de tempo entre um episódio e outro. Alguns estudos apontam para o uso contínuo de colchicina como tratamento capaz de aumentar a remissão e o espaçamento de tempo entre episódios de febre[4][14][15][16] mas sua eficácia não é consensual,[8][10][12] e parece estar relacionada ao gene da febre familiar do mediterrâneo.[16]
A amigdalectomia, com ou sem adenoidectomia, é o tratamento de maior eficácia, resultando na total remissão da PFAPA na maioria dos pacientes, ainda que sua recomendação não seja um consenso, principalmente quando a doença acomete adultos.[6][8][9][11][12] O motivo pelo qual a amigdalectomia é eficaz em eliminar a recorrência da PFAPA ainda é desconhecido.[17]
Referências
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- ↑ Førsvoll, Jostein; Kristoffersen, Einar Klæboe; Øymar, Knut (fevereiro de 2013). «Incidence, clinical characteristics and outcome in N orwegian children with periodic fever, aphthous stomatitis, pharyngitis and cervical adenitis syndrome; a population‐based study». Acta Paediatrica (em inglês) (2): 187–192. ISSN 0803-5253. doi:10.1111/apa.12069. Consultado em 8 de março de 2024
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