Eragrostis tef

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tefe
Eragrostis
Eragrostis
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Subfamília: Chloridoideae
Género: Eragrostis
Espécie: E. teff
Nome binomial
Eragrostis tef
Sinónimos

Eragrostis tef (Zucc.) Trotter, conhecida pelo nome comum de tefe[1] (do amárico: ጤፍ ṭēff, e do tigrínia: ጣፍ ṭaff; chamada xaafii em oromo), é uma planta anual nativa das terras altas do Etiópia e Eritreia no Corno de África.[2] É um cereal comum na Etiópia e na Eritreia, mas pouco conhecido em outras partes do mundo, constituindo a base da injera, o prato nacional etíope. A etimologia popular liga a palavra tefe à raiz etio-semítica "ṭff", que significa "perdido" (aparentemente devido ao pequeno tamanho do grão).

Origens[editar | editar código-fonte]

Acredita-se que o cultivo do tefe teve início na Etiópia entre 4000 e 1000 a.C.. Estudos genéticos apontam a espécie Eragrostis pilosa como o seu antepassado selvagem mais provável.

No século XIX foram identificadas sementes de tefe em um sítio arqueológico egípcio. Hoje tal identificação é considerada duvidosa. As sementes em questão já não estão disponíveis para estudo e provavelmente seriam de uma gramínea selvagem comum no Egito.

Características[editar | editar código-fonte]

O tefe é resistente a climas rigorosos quentes e secos. Também é cultivado em solos alagados.

Apresenta maior produtividade em altitudes de 1800 a 2000 metros com 450 a 550 milímetros de chuva e temperaturas entre 10 e 27 °C.

É uma semente pequena com colorações variadas (do branco passando pelo vermelho até o marrom escuro). Os tipos mais claros possuem um sabor mais suave mas todos são igualmente nutritivos.

Graças a seu pequeno tamanho (cerca de 1 milímetro de diâmetro) e sua facilidade de cultivo favoreceu um estilo de vida semi-nômade.

Valor Nutricional[editar | editar código-fonte]

O grão tem uma concentração elevada e variada de nutrientes: cálcio, ferro, cobre, alumínio, bário, fósforo e tiamina. É rico em carboidratos

O ferro contido no tefe é facilmente absorvido pelo organismo.

Possui elevado teor de proteína. Acredita-se que tenha uma composição de aminoácidos excelente (todos os 8 aminoácidos essenciais para os seres humanos). Tem níveis de lisina mais elevados do que o trigo ou a cevada

Estimula a flora intestinal. Não contém glúten, pelo que é apropriado para aqueles com intolerância do glúten ou que sofram de doença celíaca.

Cultivo[editar | editar código-fonte]

O tefe é mais intensamente cultivado nos planaltos da Etiópia que é o maior produtor mundial (o tefe é responsável por aproximadamente um quarto da produção total de cereais deste país) e também na Eritreia, Índia e Austrália.

Consumo[editar | editar código-fonte]

Tradicionalmente, o tefe é usado na culinária da Etiópia e da Eritreia para a preparação de um tipo de pão, a injera.[3][4]

Notas

  1. «Tefe». Dicio. Consultado em 16 de dezembro de 2022 
  2. Lewis Aptekar (2013) In the Lion's Mouth, XLibris LLC, ISBN 978-1-4836-9519-8.
  3. (em inglês) Ethiopianrestaurant - Injera. Página acessada em 23 de Outubro de 2010.
  4. (em português) Coisinhasdabarbara - Receita de Injera. Acessado em 23 de Outubro de 2010.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • National Academy of Sciences. Lost crops of Africa. Volume I: Grains. Washington, D.C.: National Academies Press, 1996. ISBN 0-309-04990-3