Telefone-lagosta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Telefone-lagosta

Telefone-lagosta (também conhecido em inglês como Aphrodisiac Telephone) é um objeto surrealista, criado por Salvador Dalí em 1936 para o poeta inglês Edward James (1907-1984), um dos principais colecionadores de arte surrealista. Em seu livro de 1942 A Vida Secreta de Salvador Dalí, Dalí escreveu provocativamente sobre sua demanda para saber por que, quando ele pediu uma lagosta grelhada em um restaurante, ele nunca foi presenteado com um telefone fervido.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A obra é composta por um telefone de trabalho comum e uma lagosta feita de gesso. Tem aproximadamente 15 × 30 × 17 cm (6 × 12 × 6,6 polegadas) de tamanho.[1][2]

Este é um exemplo clássico de um objeto surrealista, feito a partir da conjunção de itens normalmente não associados entre si, resultando em algo ao mesmo tempo lúdico e ameaçador. Dalí acreditava que tais objetos poderiam revelar os desejos secretos do inconsciente. Lagostas e telefones tinham fortes conotações sexuais para Dalí. O telefone aparece em certas pinturas do final da década de 1930, como Mountain Lake (Tate); Além disso, a lagosta aparece em desenhos e desenhos, geralmente associados ao prazer erótico e à dor. Para a Feira Mundial de Nova York de 1939, Dalí criou uma experiência multimídia intitulada Dream of Venus, que consistia em parte de vestir modelos nus ao vivo em "trajes" feitos de frutos do mar frescos, um evento fotografado por Horst P. Horst e George Platt Lynes. Uma lagosta foi usada pelo artista para cobrir os órgãos sexuais femininos de suas modelos. Dalí muitas vezes fez uma analogia estreita entre comida e sexo. No Lobster Phone, a cauda do crustáceo, onde estão localizadas suas partes sexuais, é colocada diretamente sobre o bocal.[1][2]

Em 1935, Dalí foi contratado pela revista American Weekly para executar uma série de desenhos baseados em suas impressões de Nova York. Um desenho recebeu a legenda "SONHO DE NOVA YORK - HOMEM ENCONTRA LAGOSTA NO LUGAR DO TELEFONE". No Dictionnaire Abrégé du Surréalisme de 1938, Dalí contribuiu com um verbete sob "TÉLÉPHONE APHRODISIAQUE" que é acompanhado por um pequeno desenho de um telefone, seu receptor substituído por uma lagosta cercada por moscas.[1][2]

Locais atuais[editar | editar código-fonte]

Dalí produziu quatro exemplos da versão colorida de seu telefone de lagosta, atualmente exibidos como parte das quatro coleções a seguir:

  • Museum für Kommunikation Frankfurt, Alemanha[3]
  • Galeria Nacional da Austrália[4]
  • Tate Modern, Londres[5]
  • West Dean College, Reino Unido[6]

Versões off-white[editar | editar código-fonte]

Dalí também produziu uma versão off-white (esbranquiçada) de seu telefone. Os seis exemplos são exibidos da seguinte maneira:

Referências

  1. a b c d Dalí, S. & Chevalier, H. (1993). The Secret Life of Salvador Dalí. Dover Publications: New York.
  2. a b c Schaffner, Ingrid, Photogr. by Eric Schaal (2002). Salvador Dalí's "Dream of Venus" : the surrealist funhouse from the 1939 World's Fair 1. ed. New York, NY: Princeton Architectural Press. ISBN 978-1568983592 
  3. Lobster Telephone in the collection of Museum of Communication Frankfurt. Accessed 14-02-2020.
  4. «International Paintings and Sculpture | Lobster telephone». nga.gov.au. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  5. Lobster Telephone in the collection of Tate Liverpool, London. Accessed 27-01-2010.
  6. «Press Release | West Dean College of Arts and Conservation announces Alec Stevens as first remote Artist-in-Residence». West Dean (em inglês). Consultado em 28 de setembro de 2020