Termos acessórios da oração: diferenças entre revisões

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* ''O'' menino comprou ''dois'' carros.
* ''O'' menino comprou ''dois'' carros.
* ''O'' ''primeiro'' ''amor nunca se esquece.''
* ''O'' ''primeiro'' ''amor nunca se esquece.''

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=== Confusão com predicativo ===
=== Confusão com predicativo ===

Revisão das 18h02min de 19 de outubro de 2011

Os termos acessórios da oração são aqueles considerados dispensáveis, porém necessários, em alguns contextos, para o entendimento daquilo que é enunciado.[1] Além de serem termos de função secundária, os termos acessórios são responsáveis por caracterizar um ser, determinar os substantivos e exprimir alguma circunstância.[2] Os termos acessórios são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto. Apesar de o vocativo ser um termo independente, ele está presente neste artigo.

Adjunto adnominal

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. [2] As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais e artigos.[3] Ele é uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um atributo. Trata-se, portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.[3] Alguns exemplos:

  • No desfile, duas meninas vestiam calças e camisetas verdes.
  • O jogo de futebol foi suspenso até segunda ordem.
  • O espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.
  • O passeio era demorado e filosófico.
  • Nosso velho mestre sempre nos voltava à mente.
  • O menino comprou dois carros.
  • O primeiro amor nunca se esquece.

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Confusão com predicativo

É importante notar que o adjunto adnominal pode estar em qualquer parte da oração e dá uma característica permanente ao substantivo. Já o predicativo só se encontra no predicado, e dá uma característica momentânea ao substantivo. Podemos diferenciar um do outro substituindo a estrutura sintática por -o, -os, -a, -as. Veja os exemplos:

  • Busquei o caderno velho. Busquei-o.

Note que a estrutura o caderno velho pode ser substituída por -o. Isso caracteriza o adjunto adnominal.

  • Considero sua decisão triste. Considero-a triste

Note que a estrutura sua decisão triste não pode ser substituída inteiramente, caracterizando o predicativo, que nesse caso é o predicativo do objeto, pois se refere ao substantivo decisão.


Adjunto Adnominal --> é o termo acessório que caracteriza ou determina um substantivo, sem necessitar da ajuda de um verbo.

Confusão com complemento nominal

É comum as pessoas fazerem confusão ao tentar classificar essas estruturas sintáticas. Uma dica é: sempre notar que o adjunto adnominal só trabalha para o substantivo (concreto ou abstrato), enquanto o complemento nominal pode trabalhar para o substantivo abstrato, adjetivo e advérbio. Quando uma estrutura que se está em dúvida quanto sua classificação estiver trabalhando para um adjetivo ou advérbio, certamente será complemento nominal. Quando a estrutura estiver relacionada a um substantivo, basta olhar se este substantivo "existe" sem o auxílio de um complemento. Se existir, a estrutura é classificada como adjunto adnominal, se não, complemento nominal. Vejamos exemplos:

  • necessidade de atenção – note que necessidade não "existe" sem o complemento de "de atenção". Isso caracteriza o complemento nominal;
  • chuva fria – note que chuva "existe" sem complemento, fria pode ser retirado, sem alterar o significado do substantivo. Isso caracteriza o adjunto adnominal.

Apesar disso, ainda é comum de se confundir complemento nominal com adjunto adnominal. Existem outras técnicas para detectar cada classificação:

1) O complemento nominal representa o alvo da ação expressa por um nome. Observe os exemplos: a eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo de dinheiro, etc. Todos esses termos em itálico são "alvos" dos substantivos, então são complementos nominais. Já os adjuntos adnominais representam o agente de uma ação, ou atribuem uma determinada qualidade. Observe os exemplos: presente de rei (atribui uma qualidade), livro do mestre (posse), casa de ensino (finalidade), etc. [2]

2) Um adjunto adnominal jamais modificará um adjetivo ou um advérbio. Nesse caso, sempre teremos um complemento nominal.

3) Certos substantivos exigem um complemento (como fora dito acima) como: fato, boato, necessidade, etc.

4) Lembre-se que todo complemento nominal vem com uma preposição, já o adjunto pode vir ou não vir com preposições. Exemplo: água fresca, terras férteis, nosso tio, etc. [2]

Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente exprime valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Pode vir preposicionado ou não.

Exemplo 1: Choveu Ontem - Adjunto Adverbial de tempo.

O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sentido pleno, que no caso é o verbo "chover". Já numa análise morfológica, o termo ontem passa a ser categorizado como um advérbio composto pela própria palavra, ou seja, os adjuntos adverbiais têm que ter obrigatoriamente um advérbio.

Exemplo 2: Divórcio tão profundo - Adjunto Adverbial de intensidade.

O termo grifado, neste caso, modifica o adjetivo profundo

Exemplo 3: Planejamento tão satisfatoriamente estabelecido - Adjunto Adverbial de intensidade.

O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio satisfatoriamente

Classificação dos adjuntos adverbiais:

  • Assunto;
  • Concessão (todavia, contudo, se bem que, muito embora, apesar disso; Ex. É bastante pitoresca, embora austera);
  • Matéria (de, a partir de; Ex. Tão sólidas como rocha, as portas são feitas de platina);
  • Meio (por, a, entre, etc.; Ex. Conseguiremos fugir pelos túneis);
  • Lugar (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto, em casa, no cinema; Ex: Fomos ao cinema);
  • Tempo (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora; Ex: Amanhã, sairemos cedo.);
  • Modo (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em mente; Ex: Ela não está bem);
  • Intensidade (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente; Ex: Ele estudou muito);
  • Dúvida (talvez, acaso, provavelmente; Ex: Talvez eu vá com você);
  • Causa (Ex: As pessoas não saíram de casa, porque estava frio);
  • Finalidade (Ex: Estudava para a prova);
  • Instrumento (Ex: Feriu-se com a faca);
  • Companhia (Ex: Saiu com os amigos);
  • Afirmação (Sim, certamente, realmente; Ex: Certamente sairemos hoje);
  • Negação (não, nunca, jamais; Ex: Nunca menospreze seus amigos);
  • Sexual ( piru, bunda, peitinho; Ex: Pedro mostrou o piru);
  • Fenômeno da Natureza ( Tsunami, Furacão, Terremoto; Ex: A cidade foi atingida por um furacão);
  • Paladar ( azedo, amargo, doce; Ex: O frango estava azedo);
  • Sentimento ( Triste, apaixonado, carinhoso; Ex: Manuel andava triste).

Aposto

Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de forma isolada, ora entre vírgulas, ora separado por uma única vírgula no início ou no final de uma oração ou ainda por dois pontos.

Existem sete tipos de aposto: O aposto explicativo, o aposto enumerativo, o aposto especificativo, o aposto distributivo, aposto oracional, aposto comparativo e o aposto recapitulativo (resumidor). Na norma culta é permitido utilizar qualquer um dos apostos também entre parênteses ou entre dois travessões e outros tipos de adjunto.

Aposto explicativo

É aquele que explica o termo do estudado. É acompanhado por vírgulas. Exemplo:

  • Hagar, o terrível.
  • Helena, a menina que encontramos, estava triste.
  • A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso.
  • ECA ( estatuto da criança e do adolescente).

Aposto enumerativo

É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.

Exemplo:

  • Mario possui quatro filhas: Janaína, Vitória, Bruna e Karine.
  • Tenho três amigos: José, Marcos e André.
  • A pesquisa analisou dois grupos: crianças e adolescentes.

Aposto especificativo

É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.

Exemplo:

  • A melhor praia de Salvador é a de São Tomé.
  • A cidade de São Paulo é muito famosa.

Observe, no entanto, a diferença entre As ruas de São Paulo (Adjunto adnominal) e A cidade de São Paulo (Aposto especificativo). No aposto especificativo, há uma ideia de igualdade de termos, ou seja, "A cidade" = "São Paulo", o que não ocorre em As ruas de São Paulo (paulistanas).

Aposto distributivo

É aquele que distribui as informações de termos separadamente. Geralmente, utilizado com ponto e vírgula.

Exemplo:

  • Henrique e Núbia moram no mesmo país; esta na cidade do Porto, e aquele, na cidade de Lisboa.

Aposto oracional

É o aposto que possui um verbo.

Exemplo:

  • Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.

  • Ele me disse apenas isso: 'a nossa sociedade acabou

Aposto Resumidor (Recapitulativo)

É o aposto que resume toda a oração.

Exemplo:

  • Trocar fraldas, amamentar, limpar o nariz, acordar de noite, tudo exige paciência.
  • Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.

Aposto Comparativo

É o aposto que compara.Geralmente entre vírgulas.

  • A inflação, que parece um monstro devorador dos salários, é sempre uma ameaça à estabilidade econômica do país.

Vocativo

Dentro da sintaxe, o vocativo é um termo de natureza exclamativa, que tem como função chamar alguém ou alguma coisa personificada. É o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar ou interpelar o elemento a que se está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação e admite anteposição de interjeição de chamamento.

Exemplos

  • "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."
  • "Ide lá, rapazes!"
  • "José, venha cá."
  • "wallisson', vamos logo!"
  • "Camila, saia daí!"
  • "Isabel,olhe aqui!"
  • "Deus, tenha piedade de nós!"

Referências

  1. Paulo Cavalcante (13 de outubro de 2008). «Termos Acessórios da Oração». Recanto das Letras. Consultado em 7 de março de 2010 
  2. a b c d Domingos Paschoal Cegalla (2007). Novíssima Gramática da Língua Portuguesa 46ª ed. [S.l.]: Companhia Editorial Nacional. p. 363-367. 693 páginas. 85-04-00789-8 
  3. a b «Adjunto Adnominal». Info Escola. 21 de agosto de 2009. Consultado em 7 de março de 2010 

Ver também

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