Trencadís

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Pormenor das chaminés da Casa Batlló, Barcelona.

O trencadís (do catalão trencat, em português: quebrado) é uma técnica decorativa que consiste na criação de uma espécie de mosaico com pedaços irregulares de cerâmica ou outros materiais de fácil fragmentação, normalmente usada na decoração de superfícies verticais exteriores.[1][2] Esta técnica foi muito utilizada durante o modernismo catalão, tendo os seus arquitetos e artesãos atingido um grande grau de destreza na sua conceção e execução.[2] A utilização do trencadís foi particularmente advogada pelo arquiteto Antoni Gaudí e pelos seus discípulos, em especial Josep Maria Jujol, sendo uma das mais marcantes características das suas obras.[1][2] Atualmente, a utilização de trencadís é um dos sinais distintivos das obras do arquiteto valenciano Santiago Calatrava, que usa sobretudo trencadís branco para revestir o exterior das suas obras, como a Cidade das Artes e das Ciências em Valência.[2]

As vantagens do trencadís incluem a rápida aplicação, a grande espontaneidade de desenho e o facto de permitir a utilização de restos de materiais que de outra forma não seriam aproveitáveis.[1] No Parque Güell, por exemplo, Jujol usou essencialmente pedaços de mosaico, louça e garrafas (incluindo o seu próprio serviço de jantar), mas também materiais pouco usuais como um fragmento de uma boneca,[3] e diz-se que por indicação de Gaudí os operários tinham por hábito recolher os pedaços de cerâmica e vidro que encontrassem no lixo a caminho da obra,[3][4] tendo-se igualmente tornado costume para os barceloneses empilhar junto ao parque a cerâmica, louça e porcelana que se partia para ser reciclada na construção.[5]

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Referências

  1. a b c «Mosaico Modernista en Cataluña» (em espanhol). Gaudí y el modernismo en Cataluña. Consultado em 2 de janeiro de 2012 
  2. a b c d «El arte del Trencadis» (em espanhol). trencadis.info. Consultado em 2 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 5 de janeiro de 2012 
  3. a b Zimmermann, Robert (2002). «The Best of Gaudí» (PDF) (em inglês). pp. 38, 41. Consultado em 2 de janeiro de 2012. Arquivado do original (pdf) em 2 de julho de 2007 
  4. Kent, Conrad; Prindle, Dennis Joseph (1992). Hacia la arquitectura de un paraíso. Park Güell (em espanhol). Madrid: Hermann Blume. p. 71. ISBN 84-877-5618-2 
  5. Farre Riuó, Magda (17 de julho de 2009). «Arquitectura, símbolo y trascendencia en la obra de Antonio Gaudí». Congresses - 2004 Barcelona (em espanhol). Associação Internacional de Psicologia Analítica. Consultado em 2 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 14 de junho de 2011 
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