Umbelina de Mattos Lorena de Sant'Anna

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Umbelina de Mattos Lorena de Sant'Anna
Umbelina de Mattos Lorena de Sant'Anna
Umbelina falando no centenário do pai, no Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos ao lado do busto em sua homenagem.
Nome completo Umbelina de Mattos Lorena de Sant'Anna
Nascimento 4 de agosto de 1930
Bahia
Morte 2017 (87 anos)
Rio de Janeiro

Umbelina de Mattos Lorena de Sant'Anna foi uma educadora e assistente social brasileira, diretora do Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos. Era filha do primeiro marechal negro do Brasil, João Baptista de Mattos e foi uma figura importante na reconstrução de sua historia. Recebeu uma Médaille de Vermeil da Société d’Encouragement au Progrès, que "incentiva serviços excepcionais prestados à causa do progresso por personalidades ou pessoas jurídicas."[1] Foi membro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos do Rio de Janeiro desde 1969, recebendo o titulo de Irmão Remido em 2013.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu na Bahia em 1930, a quarta filha de sete, quando o navio que seus pais tomavam em viagem do Rio de Janeiro à Sergipe parou lá para abastecer. Como filha de militar, se mudava muito na infância, estudando em escolas publicas no Rio Grande do Sul, Pará, e Rio de Janeiro, onde concluiu o Ensino primário.

Formou-se pelo Instituto de Educação do Rio de Janeiro como Professora Primária aos 19 anos e passou a lecionar. Em 1954 obtém seu diploma de Bacharel e Licenciatura em Geografia e História pela Faculdade Nacional de Filosofia, e começa a dar aulas no Instituto de Educação.

Casou-se com um militar, Job Lorena, em 1957, com quem teve cinco filhos. Devido à carreira de seu marido, voltou a viajar o país. Neste período, dedicou-se ao ensino voluntario, criando núcleos de aprendizagem em varias cidades ao redor do Brasil.

Ensino Voluntario[editar | editar código-fonte]

Começando em Itajubá (MG), onde a sala de visita de sua casa passou a funcionar como uma sala de aula para pessoas de todas as idades, lecionava ciências sociais, ciências políticas, matemática, ciências físicas, e línguas. Em 1958 se muda para Caicó (RN), onde consegue uma sala na biblioteca para continuar suas aulas voluntárias. Em Caicó, começou a desenvolver um método de alfabetização usando trechos de jornais para as crianças que participavam de suas aulas. Continuou seu programa de estudos até sua morte, oferecendo aulas gratuitas de 1° e 2° grau para mulheres, crianças, adolescentes, e idosos no Acre, Paraíba, Brasília, e no Rio de Janeiro.

Assentamento de Umbelina como Irmão Remido da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Em 1960 volta ao Rio e, paralelamente à seu trabalho voluntário, passa a lecionar Geografia no Colégio Pedro II. Nesse período, escreve três livros didáticos para seus alunos e completa uma especialização em Administração Escolar para Diretores de Ensino Médio.

Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos[editar | editar código-fonte]

Em 1972, após ser Coordenadora geral do Colégio Estadual Visconde de Cairu e Coordenadora da cadeira de Geografia no Colégio Pedro II, tornou-se Diretora do Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos. O colégio em homenagem ao seu pai, localizado em Coelho Neto, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi de especial importância para Umbelina, que tentou transforma-lo visando a aprovação de seus alunos em universidades publicas. Alunos dessa época, assim como outras figuras importantes, atestam a importância de Umbelina como educadora.[2]

LBA e aposentadoria[editar | editar código-fonte]

Em 1975 se muda para Paris, onde estuda Francês. Volta ao Rio em 1976 e começa a atuar como Chefe de Centro Social da Legião Brasileira de Assistência até 1981. Se aposentou como professora do Colégio Pedro II em 1992, mas continuou dando aulas voluntarias na sua casa no Grajaú (RJ) até sua morte. Em 2012 recebe uma Médaille de Vermeil por sua atuação como educadora.

Umbelina recebendo diploma da Société d’Encouragement au Progrès

Após se aposentar, foi entrevistada uma serie de vezes para pesquisas sobre seu pai[3][4][5], assim como estudos raciais no Brasil[6] e sobre outras figuras do Exército Brasileiro como o General Lott (seu pai era amigo de Lott, e Umbelina foi amiga de Edna Lott, que também lecionava no Colégio Pedro II, e procurou sua ajuda no caso da prisão e tortura de seu filho).[7] Também realizou uma serie de entrevistas e aulas curtas para o YouTube em colaboração com um de seus antigos alunos, com o intuito de registrar sua vida, atuação e pensamentos.

Referências