Universidade Al-Azhar de Gaza (Palestina)

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Universidade Al-Azhar de Gaza (em árabe: جامعة الأزهر بغزة) é uma instituição de ensino superior palestiniana, de natureza pública, sem fins lucrativos e independente, fundada em 1991, sediada na cidade de Gaza, na Faixa de Gaza, no Estado da Palestina.

Esta universidade é segregada por género, conforme ocorre na maioria das instituições de ensino em Gaza.[1] Ela é conhecida por ter tido a poeta e cientista palestina Hiba Abu Nada como uma de suas alunas.[2]

Esta universidade não deve ser confundida com a Universidade Al-Azhar situada no Cairo (Egipto) que é vinculada à Mesquita Al-Azhar, pois a instituição de ensino palestiniana é uma universidade pública laica pertencente à administração pública do Estado da Palestina, enquanto que a instituição congênere egípcia é uma entidade religiosa.

História[editar | editar código-fonte]

Ela foi criada em setembro de 1991, durante a primeira intifada, quando o então líder palestiniano Yasser Arafat emitiu um decreto para estabelecer uma universidade nacional palestiniana.

Em virtude dessa decisão, a Universidade Al-Azhar de Gaza iniciou suas atividades em 18 de outubro de 1991 em um prédio de dois andares com 725 alunos matriculados em duas faculdades: a Faculdade de Educação e a Faculdade de Direito Islâmico (Sharia) e Ciências Jurídicas (agora Faculdade de Direito).[3]

Em 1992, a universidade passou por uma ampliação com a criação de 4 novas unidades: a Faculdade de Farmácia; a Faculdade de Meio Ambiente e Agricultura; a Faculdade de Ciência; e a Faculdade de Artes e Ciências Humanas. Pouco tempo depois seria criada a Faculdade de Ciências Administrativas e Econômicas.

A Faculdade de Ciências Médicas Aplicadas veio a ser criada em 1997, oferecendo um suporte para as necessidades médicas da comunidade palestina. Dois anos depois, em uma parceria desta universidade com a Universidade Al-Quds de Abu Dis, foi implantada a Faculdade de Medicina que se tornou a primeira instituição de ensino médico na Faixa de Gaza.

Em 2015, em razão do financiamento realizado pelo monarca de Marrocos (rei Mohammed VI de Marrocos) e por um fundo de investimentos saudita (Fundo Saudita para o Desenvolvimento), ocorreu a implantação do Edifício Rei Hassan II para Ciências Ambientais e Agricultura novo campus na área de Al-Mughraqa. [3]

Em 2019, o Tribunal Administrativo de Gaza decidiu que o Conselho de Administração da Universidade não poderia renovar o contrato de trabalho do reitor da instituição: o professor Abdel Khaleq al-Farra. De acordo com reportagem do Al-Monitor, essa decisão judicial teve como pano de fundo a disputa política entre o partido Fatah que administra o Estado da Palestina a partir da Cisjordânia e o partido Hamas que, utilizando a União dos Trabalhadores da universidade para ajuizar a ação e controlando as instituições judiciárias em Gaza, teria obtido sucesso nessa disputa.[4]

Em novembro de 2023, no decorrer do conflito entre Israel e o HAMAS, a instituição foi devastada devido a uma sequência de bombardeios aéreos.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Hamas orders schools in Gaza to be segregated by gender». www.telegraph.co.uk (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2023 
  2. Amanda Canellas (23 de outubro de 2023). «Uma das novelistas mais talentosas de Gaza morre durante bombardeio». Correio Braziliense. Consultado em 24 de outubro de 2023 
  3. a b «AUG History». Al-Azhar University Gaza (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2023 
  4. «Court rules president of Al-Azhar in Gaza must step down» (em inglês). Al-Monitor. 4 de setembro de 2019. Consultado em 24 de outubro de 2023