Urubu-de-cabeça-preta

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Urubu-de-cabeça-preta no Panamá
Urubu-de-cabeça-preta no Panamá
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Cathartiformes[2]
Família: Cathartidae
Género: Coragyps
Espécie: C. atratus
Nome binomial
Coragyps atratus
Bechstein, 1793
Distribuição geográfica
Distribuído por grande parte da América-do-sul, toda a América-central, e sul e sudeste da Ámerica-do-norte
Distribuído por grande parte da América-do-sul, toda a América-central, e sul e sudeste da Ámerica-do-norte

O urubu-preto[3] (nome científico: Coragyps atratus) é uma espécie de ave catartiforme da família Cathartidae, pertencente ao grupo dos abutres do Novo Mundo. Deste grupo, é uma das espécies mais frequentemente observadas, devido ao fato de realizar voos planados em correntes térmicas a grandes alturas e por possuir atividade durante todo o dia.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Seu nome científico vem do grego korax = corvo; e gups = abutre, urubu; e do latim Atratus = vestido de preto, vestido de luto.[4]

Características[editar | editar código-fonte]

O urubu-preto, como as outras espécies de urubus, possui a cabeça depenada, sendo um pouco rugosa. Essa espécie possui uma boa visão e um olfato apurado, mas não tanto como seu parente mais próximo, o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura. S ), que localiza a carcaça três vezes mais rápido que essa espécie. Isto se deve ao fato de que a parte do seu cérebro que se encarrega do instinto olfativo é cerca de três vezes maior do que a dos urubus-pretos. Possui de 56-74 cm de comprimento, com envergadura de 1,33-1,67 m. Seu peso médio é 1,18 kg (macho) 1,94 kg (fêmea) nas zonas tropicais; e entre 1,6-3 kg na América do Norte e Andes. Urubus que habitam os Andes e a América do Norte são mais pesados, pesando em média 2.,15 kg, já os que habitam nas planícies da América Central e do Sul pesam geralmente 1,6 kg.

Os urubus-pretos fazem ninhos em terrenos longe da presença humana, junto do solo e nunca são feitos a mais de 50 cm de altura. Os ovos, de cor cinza ou verde-pálida, são incubados por ambos os genitores durante 32 a 40 dias. Os juvenis eclodem com plumagem branca e são alimentados por regurgitação. Com o passar dos dias, os juvenis ganham uma cor branco-rosada e penas um pouco azuladas. O primeiro voo ocorre por volta das 10 a 11 semanas de vida e com cerca de 3 meses já têm a plumagem de adulto.

O urubu-preto alimenta-se de carniças e frutas em decomposição como a pupunha. Este modo de alimentação necrófaga confere-lhes grande importância ecológica, pois ajudam a eliminar carcaças do ecossistema. Em áreas habitadas por humanos, eles também se alimentam de matéria em decomposição em depósitos de lixo. Seu sistema digestivo é muito eficaz e graças ao seu ácido estomacal ele é capaz de digerir nervos e ossos.

Subespécies[editar | editar código-fonte]

  • Coragyps atratus atratus (Bechstein, 1793) - habita o extremo sul dos Estados Unidos da América e no norte do México; comprimento: 56-74 cm; peso: 2000 g (macho) e 2750 g (fêmea); envergadura:137-167 cm; massa média da subespécie: 2177 g.
  • Coragyps atratus brasiliensis (Bonaparte, 1850) - habita na porção tropical do México, e na América Central até o norte e leste da América do Sul; comprimento: 56-74 cm; peso médio: 1180 g (macho) e 1940 g (fêmea); envergadura:137-167 cm; massa média da subespécie: 1640 g.
  • Coragyps atratus foetens (M. H. C. Lichtenstein, 1817) - ocorre no oeste da América do Sul; comprimento: 56-74 cm; peso médio: 2000 g (macho) e 2750 (fêmea); envergadura: 137-167 cm; massa média da subespécie: 2177 g.

Urubus brancos[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2009, um raro espécime albino de Coragyps atratus foi achado por agricultores num pasto na cidade de Itabaiana, no agreste sergipano, no Brasil e, então, levado para o Centro de Conservação de Aves de Rapina de Itabaiana. O urubu chegou ao centro debilitado, com ferimentos pelo corpo e estava em recuperação quando, então, foi roubado por supostos traficantes de animais. O animal morreu poucos dias após o sequestro.[5]

Há também outro caso, só que com plumagem leucística, registrado na cidade de Carlos Chagas - MG em outubro de 2010.

urubu-de-cabeça-preta Albino (Coragyps atratus)

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O urubu-preto tem uma distribuição neoártica e neotropical. Sua área de ocorrência abrange o meio-Atlântico da América do Norte, incluindo Nova Jersey, sul dos Estados Unidos, México, América Central e parte da América do Sul. Geralmente é um residente permanente em todos os locais em que é encontrado, embora as aves no extremo norte possam migrar distâncias curtas, e outras em toda a sua extensão possam deslocar-se em condições desfavoráveis. Na América do Sul, seu alcance se estende à região central do Chile. Ele também é encontrado como vagante nas ilhas do Caribe. Prefere terra aberta intercalada com áreas de floresta ou bosque. Ocorre ainda em florestas úmidas de baixa altitude, matas e descampados, pântanos e brejos, pastos e florestas antigas fortemente degradadas. Tem preferência por terrenos baixos, e raramente é visto em áreas montanhosas. Ele geralmente é avistado planando ou empoleirado em postes, cercas ou árvores mortas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «IUCN red list Coragyps atratus». Lista vermelha da IUCN. Consultado em 18 de abril de 2022 
  2. «IUCN Red List». Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  3. Pacheco, J.F.; Silveira, L.F.; Aleixo, A.; Agne, C.E.; Bencke, G.A.; Bravo, G.A; Brito, G.R.R.; Cohn-Haft, M.; Maurício, G.N.; Naka, L.N.; Olmos, F.; Posso, S.; Lees, A.C.; Figueiredo, L.F.A.; Carrano, E.; Guedes, R.C.; Cesari, E.; Franz, I.; Schunck, F. & Piacentini, V.Q. (2021). «Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee» 2ª ed. Ornithology Reserach. doi:10.1007/s43388-021-00058-x 
  4. http://translate.google.com.br/#la%7Cpt%7Ccoragyps%20atratus%0A
  5. www.globo.com - Urubu albino e mais duas aves são roubadas de centro de conservação em Sergipe

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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