Agreste

Agreste (do latim: relativo ao campo, campestre, campesiano, colono) designa uma área na Região Nordeste do Brasil de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, que se estende por uma vasta área dos estados brasileiros da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A área ocupada pelo Agreste situa-se numa estreita faixa, paralela à costa. Possui como características principais solos profundos (latossolos e argissolos), com relevo extremamente variável, associados a solos rasos (litossolos), solos relativamente férteis, vegetação variável com predominância de vegetação caducifólia (decídua). É uma área sujeita a secas, cuja precipitação pluviométrica varia entre 300 e 1200 mm/ano, oscilando predominantemente entre 700 e 800 mm/ano. Possui 5 pólos principais: Campina Grande, Caruaru, Arapiraca, Feira de Santana e Vitória da Conquista.
Geografia[editar | editar código-fonte]
Possui solo essencialmente pedregoso, rios intermitentes (temporários), vegetação rala e tamanho pequeno (mirtáceas, combretáceas, leguminosas e cactáceas). Tecnicamente, o agreste junto ao sertão compõem o ecossistema denominado caatinga. Possui, por ser marcadamente terreno de transição, áreas onde há maior umidade, os brejos. O principal acidente geográfico da região é o planalto da Borborema — que apresenta vegetação tropical e florestada, consorciada com o clima úmido nas áreas altas e região da encosta leste; e vegetação de caatinga, consorciada com o clima semiárido e seco, nas áreas baixas ao centro e oeste do planalto.
Meio antrópico[editar | editar código-fonte]
A estrutura fundiária do Agreste é basicamente formada por pequenas e médias propriedades onde se pratica a policultura, frequentemente associada à pecuária extensiva e bacia leiteira. Por estar fora da região de influência litorânea, predominando no interior nordestino, está sujeita às estiagens cíclicas, de forma que boa parte da população aí existente depende essencialmente do regime de chuvas, que são irregulares e rios temporários.
A Associação Plantas do Nordeste (APNE), entidade não governamental com parceria dos Jardins Botânicos Reais de Kew, da Inglaterra, e do CNPq, tem desenvolvido estudos visando um aproveitamento sustentável da flora local, bem como seu estudo e preservação.
Por causa da densidade demográfica e da estrutura fundiária com tendência ao minifúndio, o Agreste constitui uma área em que a pressão sobre a terra é bastante forte (pediplanação). Esse problema é grave e acaba acarretando migrações para o Sudeste.
Demografia[editar | editar código-fonte]
Sua densidade populacional é a segunda maior entre as zonas geográficas nordestinas, superada apenas pela Zona da Mata.
No agreste predominam pequenas e médias propriedades rurais onde se desenvolvem a policultura (cultivo de diversos tipos de plantas) e a pecuária leiteira. Seus produtos abastecem o maior mercado consumidor do nordeste — a Zona da Mata. O Agreste é uma área de transição entre a Zona da Mata, de clima tropical úmido, e o Sertão, de clima semiárido.
Cidades[editar | editar código-fonte]
O Agreste é a única sub-região nordestina que não sedia nenhuma capital, porém abriga polos importantes, sendo as principais cidades:
- Feira de Santana, Bahia
- Jequié, Bahia
- Alagoinhas, Bahia
- Vitória da Conquista, Bahia
- Itabaiana, Sergipe
- Lagarto, Sergipe
- Arapiraca, Alagoas
- Palmeira dos Índios, Alagoas
- Caruaru, Pernambuco
- Garanhuns, Pernambuco
- Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco
- Campina Grande, Paraíba
Aspectos étnicos e culturais[editar | editar código-fonte]
Étnica e culturalmente, as regiões do Agreste com a vegetação Caatinga estão mais próximas ao Sertão, enquanto que as áreas agrestinas com vegetação Mata Atlântica estão mais próximas à Zona da Mata. Em Caruaru e Campina Grande, realizam-se grandes festas juninas, que estão entre as maiores do mundo, e centradas no milho.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco». Fundaj. Consultado em 11 de junho de 2016