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Salamandra-gigante-da-china | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Em perigo crítico (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Andrias davidianus (Blanchard, 1871) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição aproximada em 2021
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Sinónimos | |||||||||||||||
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A Salamandra-gigante-da-china (andrias davidianus) é uma espécie de salamandra nativa da China.[2] Ela é frequentemente considerada a segunda maior espécie de anfíbio viva atualmente (sendo a maior espécie viva sua parente próxima, a salamandra-gigante-do-sul-da-china, e a maior espécie de anfíbio da história o Prionosuchus).[3] Habita grande parte da China, e mostra preferência por águas rasas em riachos de regiões montanhosas. Pode atingir 1,80m e viver várias décadas, talvez chegando a 200 anos,[4] embora essa estimativa seja controversa, e a maior idade registrada em cativeiro seja de 60 anos. Seu corpo é chato, com uma cabeça grande e larga e pele de tons escuros de vermelho e marrom. É uma espécie totalmente aquática.
Em 2018, foram encontradas evidências que sugeriam que a salamandra-gigante-da-china seria não uma espécie, mas um clado de até cinco espécies diferentes.[5][6] Além da andrias davidianus, a salamandra-gigante-do-sul-da-china e a salamandra-gigante-de-jiangxi são membros descritos desse clado. Essas três espécies, junto com a salamandra-gigante-do-japão e a Hellbender dos Estados Unidos, são consideradas fósseis vivos por serem visualmente muito parecidas com seus ancestrais de milhões de anos atrás.[7][8]
A salamandra-gigante-da-china está seriamente ameaçada de extinção.[9] É considerada uma espécie em perigo crítico pela IUCN.[10] Entre as causas de seu risco de extinção estão a destruição de seu habitat por desmatamento, e sobrexploração devido a seu status como iguaria na China e seu uso na medicina tradicional chinesa.[11] Além disso, como tantos outros anfíbios, a salamandra-gigante-da-china enfrenta sérios riscos como consequência do aquecimento global.
A salamandra-gigante-da-china é capaz de uma série de vocalizações, incluindo sons que lembram o choro de um bebê humano. Por conta disso, um de seus nomes chineses é 娃娃魚 (Wāwā yú), que, em tradução livre, significa "peixe-bebê."[12]
Taxonomia[editar | editar código-fonte]
A salamandra-gigante-da-china foi descrita pela primeira vez como espécie em 1871.[13] Anteriormente, a salamandra-gigante-da-china e a salamandra-gigante-do-japão foram descritas como a mesma espécie, Megalobatrachus maximus.[14] A salamandra-gigante-do-sul-da-china originalmente foi descrita como uma espécie separada, em 1924, mas essa categorização foi revisitada e ela passou a ser sinonimizada com a andrias davidianus até 2018.
Um estudo de 2018 sugeriu que a salamandra-gigante-da-china seria, na verdade, um complexo de espécies crípticas com até cinco espécies distintas.[15] Uma dessas espécies seria a andrias davidianus, outra a salamandra-gigante-do-sul-da-china (andrias sligoi). A terceira espécie é a recentemente descrita salamandra-gigante-de-jiangxi (Andrias jiangxiensis),[16] e as outras ainda não foram descritas. Essas espécies são capazes de se hibridizar entre si e com a salamandra-gigante-do-japão, dificultando ainda mais sua classificação e conservação. Essas espécies, juntamente com a salamandra-gigante-do-japão e a Hellbender estadunidense (cryptobranchus alleganiensis) são os únicos membros sobreviventes da família Cryptobranchidae.[17] Devido a suas fortes semelhanças cosméticas com seus ancestrais antigos, essas espécies são frequentemente consideradas fósseis vivos.
Descrição[editar | editar código-fonte]
A salamandra-gigante-da-china tem, em média, 25-30kg e 1,15 a 1,5 metros de comprimento, embora o maior individuo tenha atingido 1,8m.[17] Seu corpo é chato, com uma cabeça larga, boca grande, olhos pequenos sem pálpebras e sua cauda compõe 59% do comprimento de seu corpo. Sua visão é fraca, quase cega, mas possuem nódulos sensoriais por todo o corpo que a permitem se localizar e caçar de forma eficiente, para além e um olfato bem desenvolvido. Possuem hábitos primariamente noturnos. Sua pele é rugosa e escura, de tons avermelhados ou castanhos, e porosa, permitindo a respiração cutânea.[18] Indivíduos com albinismo podem ser brancos ou laranja.[19] Quando ameaçada, produz uma substância branca malcheirosa como mecanismo de defesa. Por muito tempo, a andrias davidianus foi considerada a maior salamandra viva. Porém, desde sua separação em duas espécies distintas, perdeu essa posição para sua parente próxima, a andrias sligoi, que pode chegar a dois metros de comprimento.[20]
A idade máxima da espécie é desconhecida, mas espécimes no cativeiro já chegaram a 60 anos. Uma salamandra encontrada em uma caverna em Chongqing foi reportada como tendo cerca de 200 anos,[21] embora a idade atribuída tenha sido questionada por alguns especialistas.[22] Seu metabolismo é lento, e, como diversas outras salamandras, elas possuem a capacidade de ficar até vários anos sem se alimentar.[23]
Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]
O complexo de espécies da salamandra-gigante-da-china pode ser encontrado no centro, sul e sudeste do país, embora na atualidade seu habitat seja altamente fragmentado devido à caça excessiva e ao desmatamento. Além das áreas em que ocorre naturalmente, foi introduzida em Taiwan e Kyoto, onde é uma espécie exótica.[19] Províncias da China em que a espécie ocorre naturalmente incluem Qinghai, Jiangsu, Sichuan e Guandong, além da Região Autônoma de Guangxi; Notavelmente, a espécie habita as bacias do Rio Amarelo, Rio Yangtzé e Rio das Pérolas.
As salamandras-gigantes-da-china são inteiramente aquáticas e têm preferência por regiões montanhosas, com altitudes variando de 100 a 1.500 metros, tendo uma população isolada sido encontrada em planaltos tibetanos a 4.200 metros.[24] Elas habitam rios, riachos e córregos rasos e rochosos, com uma profundidade média de 1,07m, temperaturas entre 3° e 25°, e fluxo acelerado de água, embora migrem para águas mais calmas para colocar seus ovos.[25] Adicionalmente, algumas populações são encontradas em águas subterrâneas.[18]
Alimentação[editar | editar código-fonte]
Carnívora. Animais pequenos. Canibalismo.
Quase cega. Caça com outros sentidos. Mordida forte.
Reprodução[editar | editar código-fonte]
Declínio populacional[editar | editar código-fonte]
Super ameaçada de extinção
Destruição de habitat. Mineração.
Caça excessiva.
Ameaçada pelo aquiecimento global.
Conservação[editar | editar código-fonte]
Criação em cativeiro. Industria. Zoológicos.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Chinese Giant Salamander». Lista Vermelha da IUCN. 30 de abril de 2004. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «Salamandra-Gigante-da-China: Características, Habitat e Fotos | Mundo Ecologia». www.mundoecologia.com.br. 29 de janeiro de 2020. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «Salamandra gigante descoberta na China é o maior anfíbio do mundo». Revista Galileu. 29 de agosto de 2022. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ G1, Do; Paulo, em São (17 de dezembro de 2015). «Vídeo de salamandra gigante de 200 anos faz sucesso na web». Planeta Bizarro. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ Novais, Vera. «Salamandra-gigante-da-china está em risco de extinção». Observador. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «DNA preservado em museu ajuda a identificar maior anfíbio do mundo». BBC News Brasil. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «BBC Brasil - Ciência & Saúde - Pesquisadores estudam salamandra gigante do Japão». www.bbc.com. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «'Fóssil vivo', maior anfíbio do mundo corre risco de extinção». O Globo. 22 de maio de 2018. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «Identificado maior anfíbio do mundo – espécie é raríssima e está sob risco». National Geographic. 27 de setembro de 2019. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ «Chinese Giant Salamander». Lista Vermelha da IUCN. 30 de abril de 2004. Consultado em 28 de setembro de 2023
- ↑ Novais, Vera. «Salamandra-gigante-da-china está em risco de extinção». Observador. Consultado em 28 de setembro de 2023
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