Usuário(a):Livfreitas/teste - Islão na África

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História[editar | editar código-fonte]

Norte da África[editar | editar código-fonte]

A expansão muçulmana no norte da África pode ser datada do século VII, quando chegaram ao Egito muçulmanos da Península Arábica. Estes árabes muçulmanos tiveram que enfrentar a resistência dos exércitos bizantinos, bem como dos povos berberes. No século X, a busca por ouro levou o avanço egípcio à região da Líbia, estendendo a influência islâmica e a cultura árabe para aquelas partes. A expansão da influência muçulmana teve como consequência o surgimento de novos califados. Algumas regiões sofreram, simultaneamente à islamização, a arabização, pois adotaram igualmente outros aspectos da cultura árabe, como o idioma. Com o passar do tempo estas regiões adquiriram exércitos de escravos e fortaleceram seus poderes. Assim, foram se tornando áreas autônomas.

Por volta do século VII, o Egito invadiu a Núbia - um reino cristão - e, três séculos depois exigiu a conversão do reino ao Islã. O processo de conversão do reino da Núbia foi marcado por enfrentamento militar e diversos conflitos.

Entretanto, ao mesmo tempo que o islamismo foi se expandido por conta das conquistas árabes, sabe-se que esta religião não permaneceu a mesma. O Islã sofreu diferentes modificações durante a conversão das diversas populações africanas. Este processo é conhecido como a africanização do Islã, em que ao mesmo tempo que os africanos se convertiam, levavam para o Islã traços de suas culturas originais [1].

África ocidental[editar | editar código-fonte]

A islamização da África ocidental não se deu a partir de conquistas territoriais. O fator principal da expansão muçulmana nesta região foi o comércio transaariano, que envolvia a África ocidental e o norte do continente. O processo ocorreu após a consolidação da conquista árabe ao norte, iniciando-se a partir do século IX. Esse comércio envolvia a captura de escravos que eram levados ao norte do continente. Esse tráfico de escravos teve inicio com as guerras santas, incluídas no processo de expansão do islamismo para o Norte da África e para a Europa mediterrânea.[2].

Século XVIII e XIX[editar | editar código-fonte]

Começa no século XVIII umas nova fase da islamização africana[3]. A demanda por escravos gerada pelo comércio transatlântico de escravos resultou no surgimento de novos Estados no litoral africano e de elites comerciantes muçulmanas. Parte dos escravos vendidos eram também muçulmanos, que podiam ser considerados como "impuros" devido à coexistência de rituais politeístas com práticas islâmicas. Nesta época, havia uma forte relação entre o comércio e a religião que propriciou a expansão da religião.

No século XIX, o colonialismo principalmente francês e britânico concorreu com os Estados islâmicos independentes. Estes Estados não reagiram de maneira uniforme, havendo variações de região para região. Na luta contra a influência europeia havia a presença de muçulmanos e de elites ocidentalizadas em consequência da própria colonização[4].

Costa oriental[editar | editar código-fonte]

A Costa oriental por muito tempo foi parte de rotas comerciais que ligavam o Oriente Médio e o norte da África até o Extremo Oriente. As trocas comerciais favorecem o contato com diferentes ideias e a circulação de pessoas trouxe o islamismo para esta região da África. O avanço da islamização teve como consequência o surgimento de algumas populações muçulmanas na costa oriental. No século XI fundou-se uma dinastia islâmica em Quíloa, na costa da atual Tanzânia[5].

Charia - Ivan[editar | editar código-fonte]

A lei Charia influencia fortemente o código legal na maioria dos países islâmicos, mas a extensão do seu impacto varia muito. Na África, a maioria dos estados limitam o uso de Charia às leis que regem as estado civis do indivíduo para questões como casamento, divórcio, herança e custódia dos filhos. Com as exceções de Nigéria e Somália, o secularismo não parece enfrentar qualquer ameaça grave na África, apesar de que o novo renascimento islâmico tem tido um grande impacto sobre segmentos muçulmanos da população. A coabitação ou convivência entre muçulmanos e não-muçulmanos continua a ser, em sua maior parte, pacífica. [6]

A Nigéria é o lar da maior população muçulmana da África Subsariana. Em 1999, no norte da Nigéria estados adotaram o código penal Charia, mas as punições têm sido raras. Na verdade, dezenas de mulheres condenadas por adultério e condenadas ao apedrejamento até a morte foram posteriormente libertadas. O Egito, um dos maiores países muçulmanos na África, afirma a Charia como principal fonte de sua legislação, mas seus códigos penal e civil são baseados em grande parte no direito francês. [7]

Seitas - Ivan[editar | editar código-fonte]

Muçulmanos na África, em geral pertencem à denominação sunita, embora haja também um número significativo de seguidores xiitas e Ahmadiyya. Além disso, o Sufismo, a dimensão mística do Islã, também tem uma presença. O Mazhab Maliki é a escola dominante de jurisprudência entre a maioria das comunidades sunitas do continente, enquanto o Mazhab Shafi'i é prevalente no Chifre da África, Egito oriental, e da Costa Suaíli. O fiqh Hanafi também é seguido no oeste do Egito.

Sufismo - Ivan[editar | editar código-fonte]

O Sufismo, que incide sobre os elementos místicos do Islã, tem muitas ordens, bem como seguidores na África Ocidental e Sudão, e, assim como outras ordens, se esforça para conhecer a Deus através da meditação e da emoção. Sufis pode ser sunitas ou xiitas, e suas cerimônias podem envolver cânticos, música, dança e meditação.[8]

Muitos Sufis na África são sincréticos e praticam o Sufismo com as crenças folclóricas tradicionais. Salafistas criticam os Sufis folcloristas, que eles afirmam ter incorporado crenças "não-islâmicas" em suas práticas, como celebrar os vários eventos, visitando os santuários dos "santos islâmicos", dançando durante as orações (os dervixes rodopiantes). [9]

A África Ocidental e o Sudão têm várias ordens sufis consideradas como céticas pelos ramos mais doutrinariamente rigorosas do Islã no Oriente Médio. A maioria das ordens na África Ocidental enfatizam o papel de um guia espiritual Marabuto, ou possuidor de poderes sobrenaturais, considerada como uma africanização do Islã. No Senegal e na Gâmbia, Sufis Marabutistas afirmam ter vários milhões de adeptos e têm atraído críticas por sua veneração ao fundador do Marabutismo Amadou Bamba. O Tijani é a ordem sufi mais popular na África Ocidental, com um grande número de seguidores na Mauritânia, Mali, Níger, Senegal e Gâmbia.[10]

Salafismo - Ivan[editar | editar código-fonte]

Há Relativamente pouco tempo, o salafismo começou a se espalhar na África, como resultado de muitas Organizações Não-Governamentais (ONGs) muçulmanas , como a muçulmana Liga Mundial, a Assembléia Mundial da Juventude Islâmica, a Federação de Mab e escolas islâmicas. Estas organizações salafistas, muitas vezes com base na Arábia Saudita, promovem o conservadorismo, e consideram o Islã Sufi como "heterodoxo" e contrário ao Islã tradicional. [11][12] Essas ONGs construíram mesquitas e centros islâmicos na África, e muitos são formadas por muçulmanos africanos puritanos, muitas vezes treinados no Oriente Médio. Bolsas de estudo também são oferecidos para ampliar o salafismo.[13]

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Islam in Africa».


Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CAMPOS, Adriana Pereira; SILVA, Gilvan Ventura da. "Os Reinos africanos na Antiguidade e Idade Média" Vitória: GM Editora, 2011.
  • DEMANT, Peter. "O mundo muçulmano" São Paulo: Contexto, 2008.
  • HISKETT, Mervyn. "The course of Islam in Africa" Edinburgh: Edinburgh University, 1994.
  • HOURANI, Albert. "Uma história dos povos árabes" São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  • MACAGNO, Lorenzo. "Outro muçulmanos: Islão e narrativas coloniais" Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2006.
  • MARZANO, Andrea. "A presença muçulmana na África" In. CAMPOS, Adriana Pereira; SILVA, Gilvan Ventura da. "Os Reinos africanos na Antiguidade e Idade Média" Vitória: GM Editora, 2011.

Referências

  1. MARZANO, Andrea "A presença muçulmana na África" In. CAMPOS, Adriana Pereira; SILVA, Gilvan Ventura da. "Os Reinos africanos na Antiguidade e Idade Média" Vitória: GM Editora, 2011.
  2. MARZANO, Andrea "A presença muçulmana na África" In. CAMPOS, Adriana Pereira; SILVA, Gilvan Ventura da. "Os Reinos africanos na Antiguidade e Idade Média" Vitória: GM Editora, 2011.
  3. DEMANT, Peter "O mundo muçulmano" São Paulo: Contexto, 2008 p.141.
  4. DEMANT, Peter "O mundo muçulmano" São Paulo: Contexto, 2008 p.145.
  5. MARZANO, Andrea "A presença muçulmana na África" In. CAMPOS, Adriana Pereira; SILVA, Gilvan Ventura da. "Os Reinos africanos na Antiguidade e Idade Média" Vitória: GM Editora, 2011.
  6. Encyclopædia Britannica. Britannica Book of the Year 2003. Enncyclopedia Britannica, (2003) ISBN 978-0-85229-956-2 p.306
  7. Encyclopædia Britannica. Britannica Book of the Year 2003. Enncyclopedia Britannica, (2003) ISBN 978-0-85229-956-2 p.306
  8. Encyclopædia Britannica. Britannica Book of the Year 2003. Enncyclopedia Britannica, (2003) ISBN 978-0-85229-956-2 p.306
  9. [1]
  10. Encyclopædia Britannica. Britannica Book of the Year 2003. Enncyclopedia Britannica, (2003) ISBN 978-0-85229-956-2 p.306
  11. [2] Islam And Africa
  12. Encyclopædia Britannica. Britannica Book of the Year 2003. Enncyclopedia Britannica, (2003) ISBN 978-0-85229-956-2 p.306
  13. Encyclopædia Britannica. Britannica Book of the Year 2003. Enncyclopedia Britannica, (2003) ISBN 978-0-85229-956-2 p.306