Usuário(a):Museu Solar Monjardim/Testes
Museu Solar Monjardim | |
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Tipo | Museu histórico |
Inauguração | 1939 como Museu Capixaba 1980 como Museu Solar Monjardim |
Proprietário atual | Instituto Brasileiro de Museus |
Diretor | Evaldo Pereira Portela[1] |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Vitória |
Localidade | Espírito Santo |
O Museu Solar Monjardim (MSM) é um museu público histórico brasileiro sediado no Solar Monjardim, no bairro de Jucutuquara, na cidade de Vitória, Espírito Santo. Atualmente, o museu é uma das instituições federais administradas pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).[2]
O casarão colonial que hoje abriga o Museu Solar Monjardim era outrora a sede da antiga Fazenda Jucutuquara. A propriedade se estendia por uma porção significativa do maciço central da ilha de Vitória¹, englobando partes do que hoje são os bairros de Jucutuquara, Santa Cecília, Fradinhos, Nazareth, Bairro de Lourdes, Cruzamento e Maruípe. A fazenda produzia cana-de-açúcar e algodão, além de gado e gêneros de subsistência, tendo servido também de pouso a diversos visitantes ilustres, como o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire², o Padre Diogo Feijó³ e o Senador Nicolau de Campos Vergueiro⁴.
Instalações e acervo[editar | editar código-fonte]
O solar do século XVIII é considerado como a mais antiga construção rural particular do período colonial capixaba, tendo sido sede da fazenda Jucutuquara. O casarão possui onze quartos, três salões, capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo, cozinha de piso atijolado e uma longa varanda. Em construções anexas ficavam estabelecimentos de indústrias caseiras e alojamento de escravos domésticos. Seu acervo contém mais de duas mil peças, entre mobílias, peças de arte sacra e utensílios domésticos e é direcionado para reconstituir uma residência rural de família abastada no século XIX.
O Solar Monjardim é um casarão encravado a meia encosta em um pequeno oásis verde dentro da cidade de Vitória, nas terras que restaram da antiga Fazenda Jucutuquara. São mais de 20.000 m² de área total, numa chácara com equipamentos culturais diversos, incluindo um anfiteatro a céu aberto com capacidade para 100 pessoas, uma tenda para atividades educativas e culturais, um anexo com banheiros e depósitos, além de espaços para convivência e contemplação, com bancos e mesas. No edifício principal se encontram, além da área expositiva em si, o setor administrativo e as reservas técnicas do museu.
Os jardins à frente do Solar são formados por plantas ornamentais e grandes mangueiras centenárias, enquanto aos fundos do casarão a continuação do morro mistura espécies nativas da mata atlântica a outras invasoras, abrigando também alguns animais silvestres como lagartos teiús, diversas aves, gambás e bandos de saguis, que ocasionalmente descem até as mangueiras em volta da casa, para deleite dos visitantes.
A implantação da casa a meia encosta, com uma ampla varanda virada para a baía e para o braço de mar que entrava por onde é hoje a Avenida Paulino Müller, foi planejada e executada segundo a tradição portuguesa e as preocupações da época. Essa organização espacial favorecia tanto o controle das terras cultivadas e dos trabalhadores abaixo e em volta do casarão, quanto a defesa de ataques de indígenas, propiciando ainda uma boa ventilação e conforto térmico aos seus moradores, graças a brisa que vinha do mar.
Histórico[editar | editar código-fonte]
A fazenda Jucutuquara era propriedade dos padres da Companhia de Jesus. Com a expulsão dos jesuítas, a fazenda foi adquirida pelo comerciante Gonçalo Pereira Pinto. As suas terras iam do morro da Capixaba à Ponta de Tubarão, produziam farinha de mandioca e posteriormente café.
No início do século XIX era propriedade do capitão-mor Francisco Pinto Homem de Azevedo, que reconstruiu a casa. Sua filha e herdeira, Ana Francisca de Paula, nascida em 1797, casou-se com o coronel José Francisco de Andrade e Almeida Monjardim, cujo filho, Alfeu Adolfo Monjardim de Andrade e Almeida seria agraciado com o título de Barão de Monjardim e eleito presidente da província do Espírito Santo em 1891. A família Monjardim manteve o imóvel por 150 anos até 1940, quando o prédio foi tombado como patrimônio nacional.[2]
Museu Capixaba: 1939-1964[editar | editar código-fonte]
Em 25 de outubro de 1940, a residência é tombada como patrimônio histórico pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan) e em 1942, o conjunto foi alugado ao governo do Estado do Espírito Santo.[3] Em 1952, o Solar passou a abrigar o acervo do antigo Museu Capixaba, que funcionava desde 1939 e era até então sediado no antigo Quartel da Polícia Militar[1], na atual Praça Misael Pena, no centro da cidade. O acervo do Museu Capixaba foi proveniente de coleções do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e também do acervo de Olinto Aguirre.[4]
Museu de Arte e História da Ufes: 1966-1969[editar | editar código-fonte]
O Museu Capixaba funcionou até 1964, quando se deu o início do processo de transferência do museu para a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que foi concretizada em 1966. Nesse mesmo ano, o prédio recebeu o acervo do Museu de Arte Religiosa do Espírito Santo (que funcionava na Capela de Santa Luzia desde 1945) passando a ser conhecido como Museu de Arte e História da Ufes, que funcionou até 1969.[1][3]
Museu Solar Monjardim: desde 1980[editar | editar código-fonte]
Ufes: 1980-2001[editar | editar código-fonte]
Em 1978 ocorreu a desapropiação definitiva do prédio do Solar, em favor da Ufes. Em 1980, após obras de recuperação, o museu foi requalificado e renomeado pela então Fundação Nacional Pró-Memória e reaberto com o nome de Museu Solar Monjardim.[2] Em 1981 o imóvel foi doado pela Ufes ao Iphan.[3]
Iphan: 2001-2009 e Ibram: desde 2009[editar | editar código-fonte]
Em outubro de 2001 a administração passou da Ufes para a gestão do Departamento de Museus do Iphan (Demu), que em 2006 realizou obras de restauro do Solar além de tratamento paisagístico e a construção de um anfiteatro.[5] A partir de 2009, passou a ser administrado pelo Ibram, uma nova autarquia que surgiu a partir da cisão do antigo Demu, sendo o único museu federal em Vitória vinculado ao Ministério da Cultura.[6]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Museu de Arte do Espírito Santo: museu estadual também localizado em Vitória.
- Museu Ferroviário Vila Velha: museu pertencente à Vale S.A. no município de Vila Velha.
Referências
- ↑ a b c «Museus Ibram». Instituto Brasileiro de Museus. Consultado em 24 de outubro de 2013
- ↑ a b c «Museu Solar Monjardim abrirá nos finais de semana de dezembro». Gazeta Online. 3 de dezembro de 2009. Consultado em 24 de outubro de 2013
- ↑ a b c Museu Solar Monjardim. Vitória: Ufes/Iphan. 1997
- ↑ «Maysa e o Barão de Monjardim». Morro do Moreno. 13 de dezembro de 2010. Consultado em 24 de outubro de 2013
- ↑ «Prefeitura de Vitória comemora reabertura do Museu Solar Monjardim.». Prefeitura de Vitória (Vitória On Line). 31 de outubro de 2006. Consultado em 28 de outubro de 2013
- ↑ «Museu Solar Monjardim, no ES, abre nos fins de semana de dezembro». G1. 14 de dezembro de 2011. Consultado em 24 de outubro de 2013
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Secretaria de Difusão e Produção Cultural da Universidade Federal do Espírito Santo (1997). Museu Solar Monjardim. Vitória: Ufes/Iphan. 68 páginas